quinta-feira, 6 de março de 2014

Prova de vida ou de empobrecimento?

Não passa um dia em que os chamados meios de comunicação social, com o contributo de todo o tipo de opinólogos, economistas e fazedores de opinião ao serviço do governo Coelho/Portas e dominados pelos grandes grupos financeiros e bancários que aqueles – juntamente com o seu tutor Cavaco – defendem, não nos venham fazer prova de vida da governança PSD/CDS e de um pseudo-milagre económico que estes estariam a produzir.

Nenhum dos seus argumentos resiste, no entanto, aos factos. E os factos, que falam por si, traçam um outro cenário – nada ídilico: o da realidade do crescente e profundo empobrecimento do povo e de quem trabalha, que as políticas da tróica germano-imperialista provocaram e que estes serventuários se têm prestado a executar. Segundo dados divulgados esta semana por uma fonte tão insuspeita como Autoridade Tributária e do Orçamento do Cidadão (OC):

·         Apenas nos últimos dois anos, o sucesso das políticas de ajustamento impostas pela tróica tiveram como consequência a queda dos rendimentos de 750 mil famílias para os escalões mais baixos do IRS
·         Com um rendimento anual bruto de 10 mil euros, viviam em 2010 cerca de 2,3 milhões de famílias (48%),
número que aumentou para 3 milhões (66%), em 2012! Isto é, apenas neste escalão o empobrecimento representou um aumento de 33,1% em dois anos!
·         No escalão das famílias que auferiam menos de 715 € brutos mensais de rendimento, era de 2,28 milhões o número de agregados familiares , número que disparou, em 2012, para 3,04 milhões abaixo daquele limiar

O resultado está a ser, afinal, a prova de vida do desastre económico a que este governo, persistindo na política de que seja o povo a pagar uma dívida que não contraiu e da qual não retirou qualquer benefício, está a conduzir os trabalhadores e o povo.

·         Enquanto em 2010 foram entregues 4,71 milhões de declarações de rendimento (IRS) e, deste total,  48,4% declararam menos de 10 mil euros brutos de rendimento e 51,6% um valor acima daquele, já as declarações de rendimentos de 2012 – entregues em 2013 – registam que 3,04 milhões de famílias terão assinalado rendimentos inferiores a 10 mil euros brutos.
·         Isto é, um aumento de 753 mil agregados familiares – ou seja 33% de subida – em relação a 2010 (ano em que os rendimentos das famílias portuguesas equivalia a cerca de 50% da média europeia).
·         Enquanto o total de agregados familiares com rendimentos abaixo dos 10 mil euros brutos anuais  representava em 2010 48% das declarações apresentadas, em 2012 tal percentagem subiu para 66%.
·         Ou seja, se em 2010, 51,6% das famílias auferiam rendimentos superiores a 10 mil euros brutos anuais, esse número diminuiu para 34,3% em 2012!


Neste contexto, a prova de vida que os trabalhadores e o povo devem dar a estes serventuários é a de que tudo farão para que se consolide uma política de unidade que leve ao derrube deste governo de traição nacional e do seu tutor Cavaco, primeiro passo para a constituição de um Governo Democrático e Patriótico que se recuse a pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa e que crie as condições para que o povo seja chamado a debater e a pronunciar-se sobre a saída de Portugal do euro em referendo. E podem dar já um primeiro sinal dessa vontade nas eleições para o Parlamento Europeu que vão ocorrer no próximo dia 25 de Maio!

Sem comentários:

Enviar um comentário