Portas não necessita de explicar mais vez nenhuma que, após
a 12ª e última avaliação da tróica,
esta não faz qualquer intenção de largar a presa, isto é, o sofrimento e a
exploração em que lançou os trabalhadores e o povo português e o sequestro da
soberania e da independência nacional de Portugal.
Na sua demagogia de relojoeiro atómico falhado, Portas crê que conseguirá escamotear que não é
apenas, nem tão só, pelo facto de este governo de traição nacional, se ter
aplicado a impor as medidas terroristas e fascistas que o directório europeu, o
FMI e o BCE - todas elas entidades ao serviço do imperialismo germânico -, que estão
comprometidas a liberdade e a democracia, a par do bem estar e do progresso do
povo e do país.
É que, a condição para que a dívida soberana que a tróica e
seus serventuários persistem em fazer o povo e quem trabalha pagar – precisamente
aqueles que não a contraíram, nem dela retiraram qualquer benefício – se
replique de modo perpétuo, continuado e aprofundado, persiste com a imposição
da moeda única, esse marco travestido
de euro, persiste com um tratado
orçamental que amarra Portugal à condição de protectorado, de colónia.
De facto, a partir da assinatura do Tratado de Lisboa e,
mais recentemente, da união bancária –
curiosamente, ambas estruturas e medidas construídas e propostas pelo PS –
Portugal deixou de ter qualquer independência ou soberania no que concerne
política orçamental e fiscal, pois já havia – com a adesão ao euro – perdido a
soberania cambial.
Depois de se ter assegurado que a burguesia nacional
compradora, através dos partidos do bloco
central – PS e PSD, que contaram sempre com a assistência e cumplicidade do
CDS – se encarregaria de destruir o tecido produtivo nacional, destroçado a
capacidade reivindicativa da classe operária e dos trabalhadores e vendido a
preços de saldo o que restava de activos e empresas públicas estratégicas
portuguesas, o imperialismo germânico e a sua tróica criaram as condições para
se instalarem em definitivo numa parcela do espaço
vital alemão, que é precisamente aquilo que consideram ser Portugal e
outros países sob resgate.
Não há, pois, volta a dar. Para restaurar o tecido produtivo
destruído, recuperar a economia, desenvolver a riqueza e o emprego, enfim,
acertar o relógio pelo tempo da democracia e da liberdade, pelo tempo da
soberania e da independência nacional, a classe operária e os trabalhadores
portugueses, unidos a todos os democratas e patriotas, só têm uma saída:
derrubar o governo dos traidores Coelho e Portas, aproveitando o balanço para
atirar borda fora o seu mentor Cavaco e constituindo um governo democrático e
patriótico que expulse a tróica germano-imperialista do país, promova a saída
de Portugal do euro e recuse o pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e
odiosa.
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