sábado, 5 de abril de 2014

A Última do Freitas...

Freitas do Amaral até não tem estado muito mal nos últimos tempos, com uma série de declarações públicas democráticas e patrióticas, que muito têm contribuído para denunciar e isolar o governo de traição nacional Coelho/Portas.
Acontece, porém, que o fundador do CDS, à margem de uma conferência realizada na Covilhã, a convite da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, defendeu a peregrina ideia da aplicação do voto obrigatório, como forma de eliminar a crescente abstenção nos actos eleitorais em Portugal.
Freitas não se questionou sobre as razões que empurram os portugueses para o exército dos abstencionistas; não, Freitas achou que o voto obrigatório seria uma boa forma de acabar com a abstenção!...
Ora, Freitas devia saber que, em Portugal como noutros países, a abstenção tem sempre um significado político importante, e que obrigar cidadãos a votar, quando eles manifestamente não o querem, não deixa de ser uma forma de ditadura.
Salazar já fez isso uma vez, em 1933, embora de uma maneira mais sofisticada, quando determinou por lei que os votos da abstenção no referendo sobre a Constituição fascista, contariam como votos a favor da Constituição.
Freitas, apesar de já terem passado 40 anos sobre a queda do fascismo e 44 sobre a morte de Salazar, ainda não esqueceu os métodos do fantasma de Santa Comba Dão.
Freitas tinha a obrigação de saber que a crescente abstenção dos portugueses nos actos eleitorais significa uma maneira popular de votar com os pés, ao coice, nos partidos e nos políticos que sistematicamente mentem ao eleitorado.
E que sistematicamente enganam os eleitores.
E mais: devia saber que a razão principal por que aumentam continuamente as abstenções está em que não há, em Portugal, democracia, ou seja, os partidos que poderiam captar o voto popular, como é – passe a imodéstia – o caso do PCTP/MRPP, vêem-se forçados a disputar eleições em condições de total discriminação relativamente aos partidos burgueses.
Freitas deveria era ter dito na Covilhã que, se os órgãos da comunicação social tratassem em pé de completa igualdade as candidaturas de todos os partidos concorrentes, então certamente a abstenção reduzir-se-ia ao mínimo.
Experimentem, e ver-se-á...
E.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/1041-a-ultima-do-freitas

1 comentário:

  1. Um excelente artigo que desmascara personalidades,como Freitas do Amaral que na verdade ainda não se esqueceu dos métodos utilizados pelos fascista e que entende que com isso resolvia a questão das abstenções . Não entende patavina do significado das abstenções . Ficaria -lhe melhor se fala -se e denuncia -se os métodos utilizados pela imprensa para silenciar o PCTP/MRPP.

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