Arrogância no atendimento é questão política
e não técnica!
Não seria necessário vir uma comissão, dita independente – mas nomeada pelo
executivo camarário em 2010! – afirmar que a forma como uma instituição ou
empresa atendem os cidadãos que as procuram traduz o seu modo de
funcionamento para
demonstrar que, comportando-se António Costa como o imperador de Lisboa, a sua arrogância e displicência face às
necessidades de Lisboa e dos seus habitantes se reflectiria no comportamento dos
serviços que, supostamente, dirige.
Não deixa
contudo de ser assinalável que, face aos tiques imperiais revelados por António Costa, e que vimos desde há muito a
denunciar, os serviços da Câmara Municipal de Lisboa e, sobretudo, as suas
direcções e vereações, repliquem os mesmos, levando uma entidade independente como a Comissão para as Promoção das Boas Práticas do município de Lisboa
a entregar um estudo em que conclui que a forma como os cidadãos são atendidos
nos serviços da autarquia e as respostas que lhes são dadas, são morosas e por vezes parcelares,
insuficientes ou inexistentes.
A
contrastar, claro está, com a satisfação com que toda a sorte de especuladores
imobiliários, patos bravos da construção civil e outros arrivistas, que
procuram nos destroços de uma capital cada vez mais votada ao abandono e à
degradação, aclamam a excelência do
actual executivo. Basta atender à sistemática postura abstencionista – quando
não elogiosa – por parte dos representantes do PSD e do CDS na CML e na
Assembleia Municipal, ou da oposição inteligente – para não dizer
colaboracionista – de PCP e BE.
Basta
atender ao facto de que o perímetro de Monsanto continua a ser alvo do assalto
de uma política de betão e alcatrão que este executivo camarário prossegue.
Basta registar a contínua expulsão de cidadãos da capital, fruto da prossecução
de políticas de urbanismo que privilegiam o surgimento de Quintas da Marinha e condomínios de luxo privados em pleno coração
da capital – vide a Colina de Santana
–, a despudorada deserção da luta contra a Lei dos Despejos - a famigerada NRAU
ou Lei nº 31/2012 . Basta evidenciar o agravamento do abandono e degradação de
milhares de fogos na cidade – que se pretendem esconder com o recurso, agora, a
grandes painéis em plástico verde (que não serão o da esperança, certamente).
Ao
contrário do que se infere das conclusões da supracitada Comissão
para as Promoção das Boas Práticas do município de Lisboa, estas não são questões técnicas que se
resolvam por intervenções técnicas e pela boa
vontade do executivo camarário. Estas são questões políticas que só poderão ter uma solução política. Uma solução
política que passa por denunciar e isolar e derrubar aqueles que, como Seguro e
Costa, se dispõem a levar à prática os mesmíssimos ditames e medidas que PSD e
CDS executam, ao serviço da tróica
germano-imperialista, no governo de traição nacional.
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