segunda-feira, 23 de abril de 2012

25 de Abril: Tolerância Zero à repressão fascista e ao governo de traição PSD/CDS

Apesar de em 25 de Abril de 1974 o que inicialmente se configurou foi um golpe de estado militar, com base em reivindicações corporativas de militares do quadro, sobretudo capitães, que se indignaram contra o facto de oficiais milicianos terem as mesmas condições remuneratórias que eles, o que é certo é que não é esse aspecto do evento que milhares de trabalhadores, elementos do povo e democratas, comemorarão, mas sim o levantamento popular massiço e combativo que se registou, apesar do apelo dos militares golpistas para que o povo permanecesse nas suas casas, e que alterou por completo os objectivos do movimento militar.

Se é certo que um balanço sobre os avanços e recuos, os golpes e contragolpes, o desvio oportunista que levou à derrota do movimento revolucionário que emergiu do pós 25 de Abril de 1974 ainda está por fazer – e tem obrigatoriamente de ser feito se se pretender construir um frente de unidade entre todas as camadas populares e os trabalhadores para que o novo fluxo revolucionário possa emergir – não menos certo é que as declarações que o inspecor chefe da PSP fez a respeito da forma como encara a manifestação de 25 de Abril, prefigura, desde já, um ataque ao 1º de Maio e à luta popular e revolucionária e, como tal, têm de ser denunciadas e combatidas.

A burguesia ensaia até ao limite soluções moralmente aceitáveis para que os trabalhadores e o povo compreendam as razões porque o governo vende-pátrias Passos/Portas tem de impor medidas terroristas e fascistas, apenas e tão só, contra eles.

Como o povo e os trabalhadores têm sucessivamente demonstrado, através das greves gerais nacionais que tem levado a cabo com retumbante sucesso, bem como através de manifestações amplamente participadas, iniciativas de desobediência civil e de apupos aos principais elementos do governo, da presidência da república e outros dignitários da classe dominante, que considera que essas soluções, para além de não serem moralmente aceitáveis no que concerne a defesa dos seus interesses sendo, mesmo, o motivo pelo qual lutam, sendo mesmo o motivo pelo qual ganham cada vez maior consciência de que a solução, a única saída possível para eles, é organizarem-se e unirem-se para derrubar este governo de traidores, a burguesia vê-se obrigada a passar a um outro patamar da repressão.

Passada, portanto, a fase da força dos argumentos para justificar as soluções moralmente aceitáveis, como elas estão a ser manifestamente repudiadas pelos trabalhadores e pelo povo, o governo fascizante PSD/CDS, ensaia uma nova abordagem que passa a configurar o argumento da força, que se consubstancia na ameaça de que será aplicada a tolerância zero a qualquer acto mais extremista ou de rebeldia que venha a ocorrer durante a manifestação de 25 de Abril, ameaça que, como é óbvio se alargará ao 1º de Maio e a outras iniciativas dos trabalhadores e do povo.

Já não basta a este governo de traição PSD/CDS mandar infiltrar agentes policiais provocadores, à paisana, nas manifestações a fim de provocarem distúrbios que, depois, justifiquem a repressão das forças policiais. Já não basta a este governo de serventuários da tróica germano-imperialista colocar sob escuta os cidadãos que contra as suas políticas se oponham, quer estejam integrados em partidos políticos, quer em plataformas cidadãs, ou colocar sob o olhar do “big brother” tudo o que se escreve nas redes sociais ou em outro tipo de publicações, desde que independentes e fora do controlo do órgãos de comunicação social controlados pelos grandes grupos financeiros e bancários cujos interesses este governo serve.

Naquilo que pode configurar uma declaração de guerra aos trabalhadores e ao povo que se manifestarão a 25 de Abril, Magina da Silva, inspector nacional da PSP, a força policial de repressão que mais tem actuado nos últimos tempos para atacar piquetes de greve e reprimir manifestantes, vem afirmar que o grau de ameaça e potencial desordem de alguns grupos e plataformas, sindicais ou cidadãs, foi subavaliado e que o potencial de violência não teve o tratamento necessário, pelo que, agora, será aplicada a tolerância zero.

Se é o medo que quer instilar, desengane-se! Cuide-se o inspector Magina porque, tolerância zero será o que os trabalhadores e o povo que se manifestarão no dia 25 de Abril, no 1º de Maio ou em qualquer outra ocasião em que decidam manifestar-se, aplicarão aos esbirros da polícia, aos provocadores que se tentem infiltrar. Não se esqueça o inspector Magina que entre os muitos jovens que a 25 de Abril se manifestarão, se encontram muitos revolucionários que têm um longo passado de como lidar com a repressão e a provocação e sabem como se organiza a resposta a ela. Além de possuírem um apurado faro para detectar infiltrados e provocadores.

E então é que o inspector Magina e os senhores a quem serve compreenderão que à violência reaccionária o povo saberá ousar opor a violência revolucionária e saberá ousar vencer!

2 comentários:

  1. De Anonymous Legion Portugal
    Dia 25 de Abril 2012

    Uma data que poderá ficar na História!

    Os infiltrados e agentes provocadores vão andar em força!

    Temos de ser mais inteligentes! E nunca quebrar na intenção do nosso pacifismo activo!

    Bom senso e Coragem!

    Se virem alguém com intuito de partir para a violência gratuita e generalizada, façam algo.. Identifiquem e isolem-nos!

    Sejam capazes de não ceder a este tipo de confronto, pois é mais uma forma de vos monopolizarem!

    Viva a Liberdade! Viva a Paz! Não à Violência! Sejamos activos e cheios de valor moral!

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  2. Tolerância Zero à opressão e exploração! À violência reaccionária opor a violência revolucionária!

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