domingo, 15 de abril de 2012

Uma adenda irritada à nota "O Tempo e o Modo de uma Dívida Impagável"

Para quem se tem empenhado nesta autêntica resposta à declaração de guerra que o governo de traição PSD/CDS fez aos trabalhadores e ao povo português , o que é mais exasperante é confrontar-nos, muitas das vezes, com oportunistas que, afirmando-se de esquerda não compreendem - ou fingem não compreender- questões tão básicas como estas:

A primeira é que esta dívida é ilegítima e ilegal porque deriva de contratos eivados de corrupção e análise de risco mais do que duvidosa e ODIOSA porque o seu pagamento implica a mais profunda das misérias para o povo e o comprometimento de qualquer possibilidade de crescimento, riqueza e independência para o nosso país.Daí que, não só nós, que desde as últimas eleições que lutamos e clamamos pelo retumbante NÃO PAGAMOS!, mas outras plataformas cidadãs levantam bem alto essa bandeira de luta.

A segunda questão, e é por isso que exasperamos com o oportunismo de PCP e BE, é que eles parecem ainda não terem compreendido - ou, pior do que isso, fingem não compreender - que estão a fazer o jogo do grande capital quando apelam à "renegociação" ou à "reestruturação" da dívida. É que é isso, precisamente, o que eles querem. Que um "segundo", um "terceiro", e por aí adiante, empréstimos componham a segunda vertente da razão pela qual esta dívida é IMPAGÁVEL.

Num primeiro momento ela é impagável porque os juros usurários impostos, a par do facto de a desindustrialização e destruição da nossa agricultura, isto é, do nosso tecido produtivo, nos obrigar a importar cerca de 80% daquilo que necessitamos para gerar economia, fazer com que a dívida aumente sem parar, num ciclo e numa espiral imparável.

Mas, e mais relevante do que o que atrás ficou explicitado, a dívida é PROPOSITADAMENTE impagável. Porque os lucros que ela gera, a acumulação de riqueza que ela proporciona aos grandes grupos financeiros e bancários, proporciona ao imperialismo germânico, e não só, a possibilidade de se utilizar dela como instrumento de chantagem para levar os países seus protectorados ou colónias a transferir activos e empresas estratégicas públicas, essenciais para desenhar e implementar um novo paradigma de economia ao serviço do povo e de quem trabalha e sob seu controlo.

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