domingo, 15 de abril de 2012

Quando a bota não bate com a perdigota, quem se lixa…

Existe na chamada opinião comum a ideia de que economista é aquele sujeito que levou metade do ano a construir um certo modelo económico, que assegura a pés juntos ser o perfeito, passando a outra metade do ano a justificar as razões pelas quais o seu brilhante plano, afinal…FALHOU!

E, de há uns anos para cá, somos todos brindados por exércitos de politólogos, ideólogos, opinólogos e outros ólogos, uns mais catrastofistas, outros mais optimistas, uns nem tanto à terra, nem tanto ao mar – há-os para todos os gostos –, que nos brindam com milhares de pareceres que, depois, vai-se a ver, deram em NADA!

Bem, em nada não é bem assim! Porque, regra geral, quem tem sempre de pagar os erros de cálculo de tão brilhantes cérebros são os suspeitos do costume, ou seja, os trabalhadores e o povo.

De há uns anos a esta parte, e transversalmente a governos quer do PS, quer do PSD, acolitados ou não pelo CDS, que passámos da euforia do crescimento à mais profunda depressão económica, passando pelo vislumbre do oásis da retoma.

E opinadores, ideólogos e politólogos foram sendo sempre os mesmos. E os resultados saíram sempre ao contrário daquilo que previam ou prometiam. E, uma vez mais, e sempre, numa expressão popular que tão bem sintetiza a situação, quem sempre se lixou foi o MEXILHÃO! (isto é, o povo, quem trabalha)

Vem tudo isto a propósito de uma vocação que este governo de traidores PSD/CDS, com a cumplicidade de Cavaco e do PS de Seguro, insistiu em prosseguir. Primeiro, para justificar a sua traição aos interesses nacionais e a subjugação do nosso país à tróica germano-imperialista, traçou um negro cenário, em que todo o português, independentemente da classe a que pertence, tinha vivido acima das suas possibilidades e que, por virtude desse irresponsável comportamento, o país teria de recorrer à ajuda externa, a fim de fazer face a uma dívida que, no entanto, estes governantes traidores e sua corte de opinadores insistem em não revelar a quanto monta, porque é que se deve e a quem se deve.

Brilhantes a vender o país a pataco, estes politólogos, ideólogos e opinadores de primeira água, aceitam que uma qualquer brilhante tróica, germano-imperialista, repleta, ela também, de opinadores – estes muito circunspectos e muito técnicos -, nos indique o caminho que devemos seguir para sair do aperto em que nos metemos: medidas de austeridade – leia-se, terroristas e fascistas -, mas só sobre quem trabalha e sobre o povo.

E, sabendo que se pode malhar num povo durante um certo tempo, mas não durante o tempo todo, de quando em vez, a tróica e os seus serventuários Passos/Portas, anunciam que o fim da crise está já ali, ao virar da esquina de 2012 (como ainda há pouco tempo prometia o inefável Alvarinho do sorriso aparvalhado), ou, o mais tardar, no final da primeira metade de 2013 como, em jeito de ralhete ao ministro da economia, assegurava o Gaspar, secundado pelo Passos.

Nestas coisas, está claro, que existem uns desmancha-prazeres, entre os quais temos a honra de nos incluir, que dizem que, não senhor, que esta dívida, aos juros especulativos e usurários a que está sujeita, é IMPAGÁVEL.

Conjugado com o facto de Portugal, por força dos acordos que PS e PSD, por vezes acolitados pelo CDS, foram estabelecendo, primeiro com a CEE, depois coma UE, ter aceite a sua desindustrialização e a liquidação da sua agricultura, o que leva a que tenha de importar mais de 80% daquilo que necessita para gerar economia, a dívida aumentará sem apelo nem agravo!

E, claro está, aumentarão as medidas fascistas e terroristas destinadas a impor ao povo e a quem nada mais possui do que a sua força de trabalho para vender, que pague dívidas que não contraiu, nem foram contraídas para seu benefício.

Uma vez mais, vêm então os opinadores de serviço revelar, através dos indicadores compósitos hoje divulgados pela OCDE, uma nova queda em Fevereiro, estimando-se uma forte contracção da economia portuguesa num futuro próximo.

Nada que, claro, os trabalhadores e o povo português, não tivessem já experimentado na própria carne com: o aumento do desemprego, o roubo dos salários e do trabalho, o confisco dos subsídios de férias e de natal, o aumento dos bens e serviços básicos, a subida das taxas moderadoras na saúde, a dificuldade em aceder à educação, à cultura e à justiça, a legislação facilitadora e embaretecedora dos despedimentos e muito mais.

Ou seja, todos estes brilhantes opinadores, politólogos e ideólogos, comungaram num enorme esforço que resultou naquilo a que, esse sim brilhante, ditado popular tão bem sintetiza: e a montanha pariu um rato!

Quem quis esconder as reais intenções de tanta austeridade, de tanta medida terrorista e fascista que impõe aos trabalhadores e ao povo – e somente sobre eles – quis escamotear que o resultado da política ditada pelo imperialismo germânico levará, sempre, à deterioração das perspectivas de crescimento e desenvolvimento do nosso país e à real depreciação das condições de vida dos seus trabalhadores e do seu povo.

Tudo isto para que Portugal pudesse ser mais facilmente saqueado, como o demonstram as privatizações a preços de saldo, já realizados ou em vias de se efectuar e para que a dívida pudesse crescer e gerar mais lucros aos grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães. Tudo isto para que Portugal como outros países europeus, ditos periféricos, passem a colónias ou protectorados da Alemanha.

Dizíamos mais atrás que podem malhar no povo durante um certo tempo, mas não durante o tempo todo. Podem até contar com a colaboração de alguns oportunistas que enchendo a boca com a defesa do povo e de quem trabalha, mais não faz do que aceitar acordos de concertação que agravam as condições de vida dos trabalhadores.

Podem até contar com os prestimosos serviços de uma certa esquerda responsável que se limita, ou a exigir mudanças de política, precisamente àqueles que têm sido os responsáveis por esta política que tem levado a uma cada vez maior exploração do nosso povo e a comprometer a nossa independência nacional, ou a clamar pela renegociação ou pela reestruturação de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa.

Podem tudo isso. Mas, de vitória em vitória o que espera este governo de traidores e todos aqueles que com ele compactuam, o que espera esta tróica germano-imperialista será a DERROTA FINAL!

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