quarta-feira, 25 de abril de 2012





Não tenho a certeza, mas parece que eu sou o que está por debaixo da bandeira vermelha que vai à frente de calças claras.

Mas, se não for esse, sou outro qualquer, pois eu estive nesta manifestação organizada pelo MRPP, contra o embarque de mais um soldado que fosse para as ex-colónias.

É isto que é memória. Não estava previsto no programa inicial do MFA acabar com esses embarques, como não estava previsto o desmantelamento da polícia política do regime salazarista/marcelista – a PIDE – e a prisão dos seus agentes, como não estava previsto a libertação de todos os presos políticos.

Não fora a reacção popular, firmemente encabeçada pelo MRPP, esses embarques teriam continuado a ocorrer, até porque o que constava do programa inicial dos "capitães de Abril" não era a independência das colónias, mas referendar o direito à autodeterminação dos povos das ex-colónias!

Ainda bem que há um partido que se encarrega de preservar a memória da história para que os oportunistas de todo o tipo não venham perverte-la, impedindo que com as lições desse período a classe operária, os camponeses, os trabalhadores e o povo em geral, possam concluir que o caminho a  trilhar tem de ser outro: o caminho da Revolução, da destruição do estado burguês, das relações de produção capitalistas que, por não terem ocorrido, como sempre o afirmámos, a 25 de Abril de 1974 - pois tratou-se de um golpe de estado e não de uma revolução - evoluiu para a situação política em que nos encontramos.

Isto é, o sucessivo agravamento da exploração de quem trabalha, pois o estado burguês e o poder económico capitalista se mantiveram, até às medidas terroristas e fascistas que este governo de traidores PSD/CDS, ao serviço da tróica germano-imperialista, aplica sobre o nosso povo para o obrigar a pagar uma dívida que não contraiu, nem dela tirou qualquer benefício.


1 comentário:

  1. Certeiro. Preservar a memória para que se consiga construir um mundo melhor.

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