domingo, 15 de abril de 2012

Reformas Antecipadas: Dois Pesos…uma Medida!

Quando o critério para se ser ministro neste governo vende-pátrias depende de este dar provas aos patrões a quem serve de que obedecerá caninamente às suas instruções, a excelência das suas qualificações ou do saber fazer são perfeitamente irrelevantes e, até, dispensáveis.

Empenhado em demonstrar que é um bom aluno da tróica germano-imperialista e que fará tudo o que, custe o que custar, seja necessário para fazer os trabalhadores e o povo português pagarem uma dívida que não contraíram nem foi contraída para seu benefício, decidiu agora o governo dos traidores Passos/Portas anunciar mais uma das muitas medidas fascistas e terroristas que tem vindo a aplicar: a suspensão do regime de reformas antecipadas. Isto, enquanto centenas, para não dizer milhares, de apaniguados dos diferentes partidos do chamado “arco do poder” – PS, PSD e CDS – gozam de reformas douradas, muitas das vezes acumulando mais do que uma, roubados ao erário público, isto é, aos impostos que os trabalhadores e o povo português são obrigados a pagar.

E tão empenhado está, tão cego nessa sua sanha de bem servir os seus amos, que, depois de roubar os salários e o trabalho, de proceder ao corte nas reformas e pensões, de confiscar os subsídios de férias e de natal aos trabalhadores da função pública, de aumentar os custos de bens e serviços à custa do agravamento das taxas de IVA e de ter agravado as taxas moderadoras de acesso à saúde, agora se começa a dar conta de que, por virtude dessas medidas terroristas e fascistas, se agravou a contração do consumo interno, aumentou o número de encerramento de empresas e de despedimentos, se agravou a dívida à custa dos juros usurários aplicados pelos beneméritos da tróica germano-imperialista, a recessão é cada vez maior, tudo isto com a subsequente quebra das receitas fiscais. E, quando assim é,  eis que o governo vende-pátrias Passos/Portas, através do seu sempre pausado e imbecil ministro das finanças, vem anunciar mais uma medida absolutamente fascista e terrorista: suspender o regime da reforma antecipada.

Para que o leitor tenha uma noção mais objectiva da extensão da questão que, mais do que financeira é política, convém referir que no final de 2010 existiam 150 mil trabalhadores com reforma antecipada. A suspensão do regime da reforma antecipada “durante o período de assistência financeira”, é justificada por esta cambada de traidores com o facto de ter havido uma progressão de 14,8 mil trabalhadores com homologação da reforma antecipada, em 2009, enquanto em 2010 esse número subiu para 18,7 mil e, até Março de 2012, esse número ser já de 10 mil! Se, no final de 2011 o número de trabalhadores com reformas antecipadas era já de 171 mil, podemos imaginar, a este ritmo, quantos serão no final de 2012!

Claro está que a reforma antecipada funciona para muitos trabalhadores como uma arma de resistência e luta individual contra a exploração e a humilhação a que está sujeito, sobretudo pelo patrão estado e, não poucas vezes, recorrem a ela para puderem, já na reforma, encontrar um suplemento de rendimentos com recurso, na esmagadora maioria dos casos, a trabalhos que não exijam qualificações, mal pagos e onde estejam sujeitos a ritmos de trabalho intensivo e sem quaisquer direitos.

Claro está que o aumento exponencial do desemprego, associado ao aumento dos pedidos de reforma antecipada, a par da quebra das receitas fiscais, redundam num mais do que expectável desequilíbrio das contas do orçamento de estado. A título de exemplo, da subida de 8% das despesas correntes homóloga a 2011, 90% foram para despesas sociais.

E, como tem sido apanágio deste governo de traidores Passos/Portas, como têm de ser os trabalhadores e o povo a suportar o pagamento, e respectivos acertos, de uma dívida que, não nos cansaremos de o repetir, não foram eles que contraíram, nem foi contraída para seu benefício, há que reduzir no tempo e no montante o subsídio de desemprego e retirar o direito à reforma antecipada, porque todos os milhões de euros poupados com esta manobra servirão para alimentar a fogueira de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa, mesmo que, como é o caso, tal seja feito à custa de mais fome e mais miséria para os trabalhadores e o povo que esses traidores insistem em afirmar que tudo estão a fazer para os servir.

Já outros, no nosso passado histórico, o fizeram. E o povo, que sempre teve consciência de que eles não o estavam a servir, mas sim a servir-se dele, sempre se encarregou de os defenestrar. Agora, como a varanda e a janela por onde foi lançado, na época, Miguel de Vasconcelos deverá ser curta para albergar tantos traidores, o melhor mesmo será que os trabalhadores, o povo e todas as camadas populares se organizem para, face à política de dois pesos deste governo serventuário da tróica germano-imperialista, aplicar de uma vez por todas, uma medida…derrubar este governo do seu pedestal de arrogância, mentira e vil exploração e humilhação!

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