domingo, 16 de junho de 2013

Odivelas: Mais um capítulo da luta do povo contra a privatização da água!

Imagem retirada do Mural do Facebook de Núcleo de Odivelas da Associação Água Pública



Para quem dúvidas subsistissem àcerca da política de Bloco Central que tem imperado, quer no governo central, quer no poder local,a questão da água – que há uns tempos atrás já tinha dado lugar a um artigo sobre o tema da privatização deste activo na cidade ribatejana do Cartaxo – é paradigmática dessa chaga que tem constituído um permanente ataque aos interesses do povo e à liquidação e venda de activos públicos estratégicos, a preços de saldo, a grandes grupos privados.

E, sempre e sempre, com o argumento economicista de não ser sustentável, no quadro de uma profunda crise da dívida e do déficite, o estado ou o poder local suportarem os custos de exploração que activos como a água provocam. Tal como aconteceu no passado recente na cidade do Cartaxo, onde a aliança entre os correlegionários de Seguro do PS, de braço dado com os correlegionários de Coelho do PSD, tentam impor a privatização da água no concelho, também em Odivelas, em vésperas de eleições autárquicas e contra a vontade da população da cidade, a Câmara Municipal de Odivelas, lança concurso para a privatização da água, apoiada pela aliança entre Susana Amador, actual presidente da CMO – que se recandidata apoiada pelo PS - e Sandra Pereira, que se candidata nas próximas eleições autárquicas de 29 de Setembro, pelo PSD!

Desprezando de forma autocrática e arrogante a vontade das populações deste importante concelho, PS e PSD advogam, assim, um acto completamente desprovido de legitimidade democrática, visto que nem sequer tiveram a coragem de colocar a debate público a questão.Pudera! A avaliar pela imediata reacção do povo de Odivelas ao anúncio da aplicação deste programa e desta decisão, este está mobilizado para lutar contra a efectivação desta medida e, estamos certos, que a sua vontade será amplamente expressa nas próximas eleições autárquicas, isolando partidos e personagens que tudo têm feito para legitimar crimes desta natureza contra o povo.

A cidade de Odivelas e o concelho de que é sede é um dos maiores pólos autárquicos do país. Esta decisão de privatizar ou conceder a privados a exploração de um activo como a água insere-se na estratégia mais global dos partidos que assinaram o memorando com a tróica germano-imperialista de fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu, nem dela retirou qualquer benefício.

Bem pode o PS, a nível central e a nível autárquico, assegurar a pés juntos que é contra a austeridade que o governo de traição nacional Cavaco/Coelho/Portas tem imposto aos trabalhadores e ao povo, bem podem verberar a agenda que o governo, a mando dos grandes grupos financeiros e bancários que a tróica representa, tem levado a cabo ao proceder ou propor a venda de activos e empresas públicas a preços de saldo, que a prática está à vista. Caucionam a privatização da água, no Cartaxo e em Odivelas, e onde mais se verá!  Eis um executivo camarário, controlado pelo PS, que perante um activo público da importância estratégica e económica como o é a água, demonstra, a quem ainda restassem dúvidas, que a cantilena até pode ser diferente da de Cavaco, Coelho e Portas, mas a letra é a mesma.

Tal como a população de Odivelas, somos defensores do princípio de que a água, bem como o saneamento, é um bem público, devendo a sua gestão ser pública e não privada. Isto porque o direito à água não se compagina com actividades e objectivos económicos que visam o lucro e não a satisfação das necessidades do povo e de quem trabalha. Só uma gestão pública, controlada pelas populações de cada concelho poderá assegurar que os serviços públicos de água sejam universais e assentem nos princípios da ética social, da solidariedade e da igualdade.

Os trabalhadores e o povo de Odivelas estão a demonstrar que já não alimentam ilusões. Com a proximidade de eleições autárquicas, o povo saberá que resposta dar aos partidos do arco do poder que, na Câmara Municipal de Odivelas tentam privatizar a água e,a sós ou tacitamente unidos, nada mais têm feito do que satisfazer interesses contrários ao do povo que dizem representar.


Lutar contra a privatização da água é lutar pela preservação de um activo que pertence ao povo, é lutar por garantir o acesso universal, democrático e justo a todos os que desse activo necessitarem, independentemente da sua condição. É uma luta que deve congregar todas as forças e elementos, com ou sem partido, que pugnem por esse princípio. É, enfim, lutar pela preservação dos activos e empresas públicas, absolutamente vitais à prossecução de uma estratégia económica que satisfaça os interesses do povo e de quem trabalha e não de quem, sacrificando-os no altar de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, pretende colocar o povo e o país de joelhos perante quem os pretende subjugar e colonizar.

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