Ao anunciar
que abandonará as suas funções de vereadora para passar a chefiar a lista para
a Assembleia Municipal, renovando a coligação por Lisboa entre PS e o movimento
Cidadãos por Lisboa que encabeça e que concorreu à Câmara Municipal de Lisboa
nas últimas eleições autárquicas, o que Helena Roseta está a transmitir aos
munícipes da capital, a quem uma vez mais apela ao voto na estratégia da
referida lista para a cidade, é que:
1. Está satisfeita e sente-se
confortável com o facto de, com a sua colaboração, ter feito parte de um
executivo camarário que foi responsável pela expulsão de mais de 60 mil
cidadãos da cidade nos seis anos de vigência do seu mandato;
2.
Que se sente
confortável com a política de gestão dos espaços
verdes a que Lisboa está a ser sujeita, e que a cumplicidade com o
arboricídio de que Lisboa está a ser alvo não a incomoda, como não a incomoda o
facto de ser evidente o abandono e degradação desses espaços, em grande medida
por se terem despedido dezenas de cantoneiros, jardineiros e outros
profissionais competentes que faziam parte do quadro de trabalhadores
especializados da Câmara, para se entregar a gestão dos espaços verdes da cidade a empresas privadas que, como seria de
esperar, só têm por objectivo o lucro;
3. Está de acordo com a política de poupança de que se vangloria o seu
parceiro de coligação, actual presidente da edilidade e candidato a uma
renovação de mandato, António Costa, e, mais grave do que isso, cauciona o que
dessa poupança resultou, isto é, um
maior índice de degradação e abandono da capital, o aumento do número de fogos
degradados (cerca de 10 mil), o aumento do número de fogos desabitados que
actualmente se cifra em 200 mil, não a incomodando de todo o facto de Lisboa,
neste mandato de coligação entre o seu movimento e o PS, se ter transformado numa
cidade ainda mais suja, onde a invasão do automóvel se agravou e o patobravismo
começa a ver um novo eldorado para a sua actividade especulativa;
4. Tanto mais que, é com a cumplicidade
de PSD e CDS, mas também de Helena Roseta e do movimento que encabeça e agora
renova a sua aliança com o PS para a eventual conquista de um novo mandato à
frente da CML, que António Costa decidiu propôr e está a tentar executar a
extinção da EPUL, abocanhando um património de mais de 350 milhões de euros que
será uma importante achega à sua
estratégia de poupança, com o bónus adicional da extinção da dívida
que a CML tem para com aquela empresa;
5.
Ou seja,
Helena Roseta demonstra estar de acordo com o facto de, extinguindo a EPUL, se privar
a cidade do travão à especulação imobiliária que constitui esta empresa, tanto
mais quando já se começa a fazer sentir a pressão e apetite que se vislumbra na
zona do Vale de Santo António, Graça e Sapadores, mas também junto à Matinha, para a construção de condomínios de luxo
(vide notícias sobre os vistos gold
que estão a ser oferecidos a cidadãos, por exemplo chineses, que adquiram
propriedades ou façam investimentos superiores a 500 mil euros, vistos que os
habilitariam à livre circulação no chamado espaço
da União Europeia de que Portugal é membro)) e hotéis e marinas de luxo, o
que provocará o êxodo de mais lisboetas porque, ao contrário da demagógica
defesa da estratégia de acrescentar valor,
tal redundará em carestia de vida para os elementos do povo e os trabalhadores
que resistirem e conseguirem continuar a viver em Lisboa;
6. Cumplicidade que se estende, apesar
de reclamar que Lisboa deverá constituir-se como contraciclo à crise e às
políticas de austeridade prosseguidas
pelo governo de traição nacional Cavaco/Coelho/Portas, a um conjunto de
obscuros negócios, do qual destacamos o da venda dos terrenos do aeroporto de
Lisboa, levado a cabo nas costas dos lisboetas, vendidos a preços muito
inferiores aos cotados pelo mercado;
Em suma, o que Helena Roseta, que pelos vistos ainda não percebeu que é nos detalhes que está o diabo, não entende é que, ao aliar-se de novo com o PS, está a aliar-se a uma visão e uma estratégia de Lisboa que levou à sua desgraça, à expulsão de mais de metade da sua população nas últimas três décadas, à destruição, ruína e desactivação da sua indústria que, no presente, e por ter uma participação meramente residual no PIB da cidade, força a que as fontes de receita para o município sejam alocadas à custa do agravamento de toda a sorte de impostos (do IMI ao IMT), multas e emolumentos, o que implica um enorme reforço da burocracia e da máquina de repressão e perseguição ao cidadão (cerca de 300 advogados no quadro de pessoal da edilidade e uma empresa como a EMEL são disso um exemplo paradigmático), ao mesmo tempo que a cidade é sequestrada ao direito ao usufruto por parte do munícipe e de quem a visita.
Mas, a arquitecta Helena Roseta e os seus parceiros de coligação podem desde já contar, por um lado, com a nossa firme e determinada oposição à sua visão estratégica de Lisboa e, por outro, que tudo faremos para, com os lisboetas, resgatar Lisboa de mais de três décadas de destruição e com os seus munícipes começar a construir o verdadeiro devir desta cidade: ser uma capital europeia moderna, próspera e progressiva.
Em suma, o que Helena Roseta, que pelos vistos ainda não percebeu que é nos detalhes que está o diabo, não entende é que, ao aliar-se de novo com o PS, está a aliar-se a uma visão e uma estratégia de Lisboa que levou à sua desgraça, à expulsão de mais de metade da sua população nas últimas três décadas, à destruição, ruína e desactivação da sua indústria que, no presente, e por ter uma participação meramente residual no PIB da cidade, força a que as fontes de receita para o município sejam alocadas à custa do agravamento de toda a sorte de impostos (do IMI ao IMT), multas e emolumentos, o que implica um enorme reforço da burocracia e da máquina de repressão e perseguição ao cidadão (cerca de 300 advogados no quadro de pessoal da edilidade e uma empresa como a EMEL são disso um exemplo paradigmático), ao mesmo tempo que a cidade é sequestrada ao direito ao usufruto por parte do munícipe e de quem a visita.
Mas, a arquitecta Helena Roseta e os seus parceiros de coligação podem desde já contar, por um lado, com a nossa firme e determinada oposição à sua visão estratégica de Lisboa e, por outro, que tudo faremos para, com os lisboetas, resgatar Lisboa de mais de três décadas de destruição e com os seus munícipes começar a construir o verdadeiro devir desta cidade: ser uma capital europeia moderna, próspera e progressiva.
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