quinta-feira, 20 de junho de 2013

Cidadãos de Lisboa derrotarão sequestro da capital pela coligação PS/Roseta

Ao anunciar que abandonará as suas funções de vereadora para passar a chefiar a lista para a Assembleia Municipal, renovando a coligação por Lisboa entre PS e o movimento Cidadãos por Lisboa que encabeça e que concorreu à Câmara Municipal de Lisboa nas últimas eleições autárquicas, o que Helena Roseta está a transmitir aos munícipes da capital, a quem uma vez mais apela ao voto na estratégia da referida lista para a cidade, é que:

1.      Está satisfeita e sente-se confortável com o facto de, com a sua colaboração, ter feito parte de um executivo camarário que foi responsável pela expulsão de mais de 60 mil cidadãos da cidade nos seis anos de vigência do seu mandato;

2.      Que se sente confortável com a política de gestão dos espaços verdes a que Lisboa está a ser sujeita, e que a cumplicidade com o arboricídio de que Lisboa está a ser alvo não a incomoda, como não a incomoda o facto de ser evidente o abandono e degradação desses espaços, em grande medida por se terem despedido dezenas de cantoneiros, jardineiros e outros profissionais competentes que faziam parte do quadro de trabalhadores especializados da Câmara, para se entregar a gestão dos espaços verdes da cidade a empresas privadas que, como seria de esperar, só têm por objectivo o lucro;

3.      Está de acordo com a política de poupança de que se vangloria o seu parceiro de coligação, actual presidente da edilidade e candidato a uma renovação de mandato, António Costa, e, mais grave do que isso, cauciona o que dessa poupança resultou, isto é, um maior índice de degradação e abandono da capital, o aumento do número de fogos degradados (cerca de 10 mil), o aumento do número de fogos desabitados que actualmente se cifra em 200 mil, não a incomodando de todo o facto de Lisboa, neste mandato de coligação entre o seu movimento e o PS, se ter transformado numa cidade ainda mais suja, onde a invasão do automóvel se agravou e o patobravismo começa a ver um novo eldorado para a sua actividade especulativa;


4.      Tanto mais que, é com a cumplicidade de PSD e CDS, mas também de Helena Roseta e do movimento que encabeça e agora renova a sua aliança com o PS para a eventual conquista de um novo mandato à frente da CML, que António Costa decidiu propôr e está a tentar executar a extinção da EPUL, abocanhando um património de mais de 350 milhões de euros que será uma importante achega à sua estratégia de poupança, com o bónus adicional da extinção da dívida que a CML tem para com aquela empresa;

5.      Ou seja, Helena Roseta demonstra estar de acordo com o facto de, extinguindo a EPUL, se privar a cidade do travão à especulação imobiliária que constitui esta empresa, tanto mais quando já se começa a fazer sentir a pressão e apetite que se vislumbra na zona do Vale de Santo António, Graça e Sapadores, mas também junto à Matinha,  para a construção de condomínios de luxo (vide notícias sobre os vistos gold que estão a ser oferecidos a cidadãos, por exemplo chineses, que adquiram propriedades ou façam investimentos superiores a 500 mil euros, vistos que os habilitariam à livre circulação no chamado espaço da União Europeia de que Portugal é membro)) e hotéis e marinas de luxo, o que provocará o êxodo de mais lisboetas porque, ao contrário da demagógica defesa da estratégia de acrescentar valor, tal redundará em carestia de vida para os elementos do povo e os trabalhadores que resistirem e conseguirem continuar a viver em Lisboa;
 
6.     Cumplicidade que se estende, apesar de reclamar que Lisboa deverá constituir-se como contraciclo à crise e às políticas de austeridade prosseguidas pelo governo de traição nacional Cavaco/Coelho/Portas, a um conjunto de obscuros negócios, do qual destacamos o da venda dos terrenos do aeroporto de Lisboa, levado a cabo nas costas dos lisboetas, vendidos a preços muito inferiores aos cotados pelo mercado;

Em suma, o que Helena Roseta, que pelos vistos ainda não percebeu que é nos detalhes que está o diabo, não entende é que, ao aliar-se de novo com o PS, está a aliar-se a uma visão e uma estratégia de Lisboa que levou à sua desgraça, à expulsão de mais de metade da sua população nas últimas três décadas, à destruição, ruína e desactivação da sua indústria que, no presente, e por ter uma participação meramente residual no PIB da cidade, força a que as fontes de receita para o município sejam alocadas à custa do agravamento de toda a sorte de impostos (do IMI ao IMT), multas e emolumentos, o que implica um enorme reforço da burocracia e da máquina de repressão e perseguição ao cidadão (cerca de 300 advogados no quadro de pessoal da edilidade e uma empresa como a EMEL são disso um exemplo paradigmático), ao mesmo tempo que a cidade é sequestrada ao direito ao usufruto por parte do munícipe e de quem a visita.

      Mas, a arquitecta Helena Roseta e os seus parceiros de coligação podem desde já contar, por um lado, com a nossa firme e determinada oposição à sua visão estratégica de Lisboa e, por outro, que tudo faremos para, com os lisboetas, resgatar Lisboa de mais de três décadas de destruição e com os seus munícipes começar a construir o verdadeiro devir desta cidade: ser uma capital europeia moderna, próspera e progressiva.

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