Subsídios do governo caucionam despedimentos
E em que consiste essa “modernização”? Para além das
necessárias obras normais de manutenção, esconder algumas tristezas com uns
painéis e, fundamental, alterar o lay-out
da “produção”, isto é, substituir as “caixas” existentes nas três salas por
“caixas” na sala central. Ora, concentrar as “caixas” numa sala permite
concentrar num “caixa” o trabalho dos antigos três! Metade das “caixas” =
metade ou menos dos “caixas”. Menos porque a nova localização pode criar ou não
“filas” entre os clientes mas cria, certamente, a possibilidade de 1 caixa
fazer o trabalho de 3.
E quem paga as obras? 50% a concessionária, 50% o Estado! É
que o edifício do Casino pertence ao Estado, e o contrato de concessão
estabelece que as obras são pagas a meias, claro está, após aprovação do
projecto pelo Estado/tutela. Ou seja, o governo sabia do projecto, que este
implicava despedimentos, e foi capaz de meter dinheiro no assunto! O que é isto
senão o Estado subsidiar a Varzim Sol para despedir? Deve ser mais um daqueles
projectos ruinosos para atrair operadores de turismo, oferecendo-lhes condições
de privilégio inomináveis, em que os últimos governos têm sido pródigos.
No que respeita aos trabalhadores do Casino, nomeadamente
das categorias de “caixa”, até agora falámos das possibilidades. Falemos agora
das realidades. A táctica Casino é clara: instalar um clima de terror no seio
dos trabalhadores. Dos 36 “caixas” chamou 26. Os restantes 10 seriam para
despedir. Mas os 26 também! Se não assinassem um documento em que se dispunham
a aceitar a polivalência. E mesmo assinando, nada garantiria que não fossem
incluídos, também, no despedimento colectivo em programação.
E, mesmo assinando, nada garantiria que não fossem
incluídos, também, no despedimento colectivo em programação, isto nas próprias
palavras dos representantes da Varzim Sol, a concessionária do Casino. A “tal”
promessa, de há uns meses, do novo capataz de pôr a funcionar as salas de jogo
com menos 30 funcionários, aqui está.
Mas, os requintes não se ficaram por aqui: não houve
qualquer reunião (com os sindicatos ou a comissão de trabalhadores) não houve
qualquer aviso prévio ou comunicação, os 26 foram, a seco, chamados um a um à presença do seu chefe pessoal e da
directora de pessoal e responsável do gabinete jurídico do Casino, a Dr.ª Carla
Isabel Santos Siva, para lhes ser posto o documento à frente para assinar,
tendo-lhes sido e lhes explicado o que atrás dissemos e dado o prazo máximo de
1 dia para aceitarem ou recusarem. Alguns foram pressionados e ameaçados com o
despedimento se não assinassem!
Mas nem assim! Uma parte importante dos “caixas” recusaram
assinar. O Casino tem agora à perna a ACT por causa deste caso. Mas sabemos que
o casino voltará à carga se as condições políticas lhes forem favoráveis, já
que, durante um certo tempo, meteram uma série de estagiários a trabalhar quase
á borla.
Portanto, o que há a fazer, para além de resistir a todas as
investidas da Varzim Sol, é impedir que as condições políticas lhe sejam
favoráveis, é correr com este governo vende-pátrias, é constituir um governo
democrático patriótico.
http://lutapopularonline.org/index.php/correspondencia/704-casino-da-povoa-subsidios-do-governo-caucionam-despedimentos
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