quarta-feira, 5 de junho de 2013

Governo apresenta Orçamento Rectificativo:

Mais um objectivo traçado para não ser cumprido!



Pois é! Volvidos mais cerca de dois anos a tentar escamotear a evidência de que esta é uma dívida impagável, eis que o governo de traição nacional Coelho/Portas/Cavaco, face ao agravamento da dívida e do déficite, face ao aprofundar da crise, tenta apresentar um orçamento rectificativo para 2013 – que se crê já não ser o último – optimista, completamente desfasado da realidade, na tentativa de justificar as medidas terroristas e fascistas que, todos os dias, impõe ao povo e a quem trabalha.

Para não sermos acusados de manipulação dos dados ou, pior, politicamente cegos por adoptarmos uma perspectiva marxista-leninista da realidade, reproduzimos algumas das conclusões e incongruências que a UTAO - Unidade Técnica de Apoio Orçamental que dá apoio técnico aos deputados no parlamento - encontrou no Orçamento Rectificativo entregue pelo Governo no Parlamento na semana passada.

Referindo-se ao comportamento das exportações – que tem sido a  grande bandeira da recuperação agitada pelo governo Coelho/Portas/Cavaco – diz a UTAO que estas “…poderão estar sujeitas a um abrandamento superior ao esperado, no caso de se verificar uma maior contracção na procura externa relevante", assinalando que as mais recentes projecções da OCDE revêm em baixa os índices de crescimento económico das principais economias o que, é certo, afectará as exportações de produtos e serviços do nosso país, chegando os técnicos deste organismo a prever que uma procura externa mais baixa poderá resultar numa queda de 0.02 pontos percentuais do PIB.

Por outro lado, considera a UTAO que um maior agravamento do índice de desemprego, associado a uma redução do rendimento disponível das famílias, consequência das novas medidas de consolidação orçamental, aportariam um resultado ainda mais negativo ao crescimento económico, devido à quebra do consumo privado, o que demonstra que as metas de crescimento traçadas neste orçamento rectificativo, tal como as metas e objectivos que este governo de traição nacional foi traçando desde que tomou posse, não são para ser cumpridas nem atingidas.

Finalmente, e ao contrário do que o governo faz reflectir neste orçamento rectificativo,diz a UTAO que "Relativamente à evolução dos preços, o cenário macroeconómico contemplado no OER/2013 (Orçamento Rectificativo) incorpora uma subida dos preços relevantes para a actividade económica (deflactor do PIB) muito superior à estimativa a OCDE”, pelo que “A evolução dos preços produz efeitos ao nível do PIB nominal, relevante, entre outros aspectos, para a receita fiscal e para o referencial do défice e da dívida em percentagem do PIB".

Para concluir que, se este deflactor se situou, no ano transacto, em 0,1%, revelando a evolução negativa dos preços relevantes para as componentes do consumo público e a evolução positiva dos preços das importações, estimando o Governo, neste OER 2013, um deflactor de 1,8% com todas as componentes do PIB a darem um contributo positivo, em particular os preços do investimento e consumo público,  a OCDE faz uma previsão completamente oposta a esta, prevendo que o efeito preço seja negativo em 0,4% , representando mesmo o factor que mais influencia a divergência nas projecções quanto ao défice orçamental entre o previsto no rectificativo e o que é avançado pela OCDE.   


Tal como sempre o afirmámos, é cada vez mais evidente a necessidade e urgência do derrube deste governo de serventuários. Enquanto ele não for derrubado e der lugar a um governo democrático patriótico, não será possível a saída do euro e da União Europeia, instrumentos da destruição do nosso tecido produtivo ao longo dos últimos mais de 30 anos e de subjugação  a uma dívida que mais não constitui do que uma renda ilegítima, ilegal e odiosa que enche os bolsos e os cofres dos grandes grupos financeiros e bancários – com os alemães à cabeça -, mas exare de recursos e compromete a soberania nacional, ao mesmo tempo que lança na miséria, no empobrecimento, no desemprego e na precariedade o povo e quem trabalha.

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