Consumada que
foi a aprovação da Lei Geral do Orçamento de Estado para 2013, que representa
um autêntico genocídio fiscal para os trabalhadores e para o povo português, um
ataque terrorista e fascista ainda mais amplo do que todas as medidas até agora
aplicadas sobre quem vive, apenas e tão só, ou da venda da sua força de
trabalho ou das suas reformas e apoios sociais a que tem direito, vale a pena
determo-nos sobre o que, parecendo um detalhe, tem sido, de facto, uma
constante na praxis política dos partidos que assinaram o memorando da traição
com a tróica germano-imperialista – PS, PSD e CDS -, isto é, a peçonha que destilam, todos os dias,
quer através dos órgãos de “comunicação social” que controlam, quer através do
sistema de ensino que inquinam.
Para além de
uma beberagem envenenada ou um líquido venenoso segregado por alguns animais,
que se transmite por meio de picada ou de mordedura, para além de ser um
veneno, à peçonha é muitas das vezes
associada a malícia, a maldade, a manipulação.
Esta
introdução almanaquiana vem a propósito da peçonha
destilada pelo governo de traição liderado por Coelho e Portas que, ao
serviço da tróica germano-imperialista, pretende envenenar a consciência dos
trabalhadores e do povo, todos os dias, quando, ao mesmo tempo que afirma
“sermos o melhor povo do mundo”, nos vai anunciando que, agora que já
percorremos 27 quilómetros de uma maratona para a qual nos inscreveram à força,
nada justificaria que não fizéssemos o percurso restante que, segundo eles, nos
levaria à terra prometida da abundância.
“Esquecem-se”,
no entanto, de mencionar que esse percurso foi realizado, e continuará a ser se
o povo não escorraçar com Coelho e Portas, à custa do roubo dos seus salários e
do seu trabalho, à custa de mais fome e miséria, à custa de centenas de milhar
de despedimentos, à custa da precariedade e do brutal corte nas prestações
sociais, à custa da drástica limitação do acesso dos trabalhadores e do povo
aos serviços de saúde e ao ensino.
Mas, diga-se
em abono da verdade, que este governo não detém o exclusivo da produção de peçonha…divide com o PS essa
capacidade! Que outra qualificação se poderá atribuir a Seguro, senão a de peçonhento, quando, respondendo ao
“desejo” de Coelho para que este o ajude a proceder à “refundação” da
constituição, para melhor fazer cumprir a agenda ideológica do memorando que
todos eles assinaram com a tróica, o lampeiro do Seguro vem afirmar que não
contem com ele e com o PS para uma “reforma da constituição” que ponha em causa
o “estado social”?!
Mas que lata!
Tentando cavalgar o crescente descontentamento e mobilização para a luta pelo
derrube deste governo – consequência de que Seguro nem quer ouvir falar, pois o
que pretende é que o poder lhe caia no colo para fazer exactamente o mesmo que
PSD e CDS – que lavra no seio de várias camadas populares, desde a classe
operária a trabalhadores de serviços, de intelectuais a estudantes, de pequenos
e médios proprietários a agricultores, arruinados por esta política vende
pátrias que quer fazer com que todos paguem uma dívida que, para além de não
terem contraído, dela não retiraram qualquer benefício, o que Seguro quer fazer
o povo esquecer, através da peçonha
que destila, é que, também o PS assinou o memorando com a tróica
germano-imperialista, documento onde estão assinaladas todas as medidas
terroristas e fascistas – para aplicação imediata ou mais diferidas no tempo,
tanto lhes faz, desde que o resultado seja o mesmo, ou melhor -, conjuntamente
com aqueles que, agora, afirma “combater”.
O que Seguro
pretende eliminar da memória do povo é o facto de a destruição do “estado
social” de que se afirma paladino defensor, se iniciou com governos do PS ou
governos do PSD que beneficiaram do apoio do PS para as “revisões
constitucionais” que permitiram essa destruição. Basta lembra-nos do
sistemático ataque ao ensino público, com o claro propósito de facilitar a sua
privatização, basta lembrar a destruição sistemática do sistema público de
saúde para, através das PPP’s se assegurar a crescente privatização do sector,
basta lembrar o ataque à contratação colectiva e a imposição de novas leis
laborais que escancararam as portas aos roubo dos salários e do trabalho a que
hoje assistimos. Basta lembrarmo-nos de tudo isto, que ocorreu em governos PS,
mormente no conduzido por Sócrates, em boa hora corrido pelos trabalhadores e
pelo povo, para entendermos quão venenosa é a peçonha destilada por este Seguro.
Quer fazer
crer que com ele, Seguro, e com o seu PS, levar à prática o acordo expresso no
memorando de entendimento com a tróica se traduziria numa aplicação mais
“suavizada” da exploração a que os trabalhadores e o povo têm estado sujeitos,
pois bater-se-íam por um plano de pagamentos mais diferido no tempo, com juros
mais baixos, para que pudesse haver uma “folga” financeira que permitisse levar
a cabo uma política de crescimento económico.
Os
trabalhadores e o povo português certamente que não estarão mais dispostos a
voltar a beber desta beberagem venenosa. É que está-lhes gravada na carne as
consequências de uma política – prosseguida por PS e PSD, acolitados pelo CDS –
de destruição massiva do nosso tecido produtivo, a mando do imperialismo
germânico que, a par da imposição do euro (que nada mais é do que o marco
travestido), levou a que, nos dias de hoje, necessitemos de importar mais de
80% daquilo que necessitamos para gerar economia, tornando o ciclo de
dependência e de endividamento imparável e…IMPAGÁVEL! E tendo como consequência
a perda da nossa soberania nacional!
A saída que
Seguro propõe aos trabalhadores e ao povo é, pois, mais do mesmo…mas por mais
tempo! A saída para a qual os trabalhadores e o povo se organizam, se mobilizam
e estão dispostos a lutar é antagónica desta. Passa pelo derrube deste governo
e pela constituição de um governo democrático patriótico cuja primeira medida
seria, no mínimo, a suspensão do pagamento da dívida e seu serviço, o controle
da banca e a nacionalização de todas as empresas e sectores de importância
estratégica para o implementar de uma economia ao serviço dos trabalhadores e
controlada por estes, uma economia fundada na defesa da nossa soberania.
E será
precisamente isto que os trabalhadores e o povo português saberão demonstrar já
no próximo dia 14 de Novembro, na Greve Geral que conta não só com o apoio da
CGTP, mas com a adesão de muitos partidos e organizações democráticas, bem como
sindicatos independentes e outros afectos à UGT.
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