Um presidente fora de prazo!
Cavaco não demite o governo
de traição Coelho/Portas, apesar de essa ser uma exigência clara do movimento
democrático e patriótico uma vez mais expressa durante a Greve Geral de 14 de
Novembro, uma das maiores greves de que há memória na história da luta sindical
depois do 25 de Abril de 1974.
E, com tal atitude, cauciona
e promove a violência que está na base e na génese das medidas terroristas e
fascistas que o governo tem feito abater sobre os trabalhadores e o povo
português. Quando Coelho afirma, hoje, que representa o “sentimento nacional
contra a violência”, escamoteia que a violência que de facto é exercida é a do
seu governo sobre os trabalhadores e sobre o povo português a que estes,
certamente, responderão apeando-o do poder.
Ao recusar-se a fazê-lo – e
não que restassem quaisquer dúvidas sobre isso – Cavaco declara, de forma
insofismável, que este é o seu governo e que, para além de aprovar e sancionar
todas as medidas terroristas e fascistas que ele implementa contra o povo, está
ideológica e politicamente de acordo com elas e com a sua aplicação.
Assim como está de acordo com
a mentira e a corrupção em que assenta a pretensa legitimidade eleitoral deste
governo que se fez eleger na base do compromisso eleitoral que defendeu,
baseado na promessa de que não aumentaria os impostos – sobretudo aqueles que
assentam sobre o trabalho e o consumo de artigos básicos –, nem procederia ao
confisco ilegal dos subsídios de natal e de férias.
Não demitindo o governo
torna-se, pois, demissionável! Contrariamente ao que afirma, a violência a que
ontem assistimos foi a dos esbirros da polícia de choque, armados até aos dentes,
que se lançaram sobre os manifestantes, trabalhadores e elementos do povo, que,
no âmbito da Greve Geral, demonstravam a sua justa ira contra um governo e um
parlamento que se preparam para aprovar a Lei Geral do Orçamento para 2013 que
agravará as suas condições de vida e de trabalho. Essa manobra de vitimizar um
corpo de intervenção repressivo, altamente treinado e equipado face a um povo
desarmado já foi chão que deu uvas!
Perante a recusa em demitir o
governo, perante a tolerância que manifesta face à violência que constitui o
roubo dos salários e do trabalho que é praticado contra quem trabalha, perante
a tolerância face à violência que representa o agravamento dos impostos, da
fome e da miséria, perante a tolerância que manifesta face à violência que
representam as drásticas medidas que deterioram as condições de acesso do povo
e dos seus filhos à saúde e à educação, bem como às prestações sociais, Cavaco
é, também ele, DEMISSIONÁVEL! É um presidente que já está fora de prazo!
Não se atreva, pois, a
afirmar que “não há tolerância possível” para com “desacatos” e “violência”,
praticados por “pessoas que querem…destruir a sociedade”, quando os únicos que
possuiem o intento de destruir as condições de vida dos trabalhadores e do povo
são, precisamente o governo dos traidores Coelho e Portas, o seu governo! E
contra esses, o povo não manifestará, certamente, qualquer tolerância quanto ao
destino a dar-lhes, isto é, derrubá-los! A eles e a si!
Livre-se de ensaiar a mais do
que gasta manobra que visa confundir o algoz com a vítima para, assim,
“justificar” ainda mais repressão sobre o povo e quem trabalha! Porque, senão,
para além do julgamento político, ao qual já não escapa, nem escapará, será
sujeito ao julgamento criminal, por cumplicidade com a repressão que o poder
faz abater sobre o povo.
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