No programa Quadratura do Círculo onde três conhecidos
reaccionários se entretêm a divagar sobre o tempo e o modo mais eficazes de
enganar e explorar o povo, António Costa, presidente da Câmara Municipal da
degradada Lisboa e dirigente nacional do PS, elogiou o “esforço de contenção” e
o profissionalismo demonstrados pela polícia de choque face aos “profissionais
do protesto” que, segundo ele, teriam conseguido desviar a atenção da Greve
Geral e sua motivação para um exercício de “puro vandalismo” levado a cabo por
meia dúzia de “profissionais de protesto” que se teriam “infiltrado” na
manifestação que ontem decorreu frente à Assembleia da República.
Não podendo ser considerado, de todo, um perigoso
esquerdista, subscrevo algumas das reflexões que Luis Varatojo nos propõe num
texto colocado no seu Mural:
“O que se
passou ontem em S. Bento foi vergonhoso, digno das piores ditaduras. Mas tenho
que dar os parabéns ao Sr. Ministro da Administração Interna pelo sucesso da
operação. O alvo foi bem identificado e todos os objectivos da missão foram
cumpridos.
1. Atingir a classe média informada (que se tem manifestado ultimamente, consciente do desastre da política do governo), com o objectivo de criar um efeito dissuasor para futuras contestações. Isto foi feito através da carga policial a senhoras, idosos, adolescentes e demais cidadãos que lá se encontravam, e que representam todo o espectro da sociedade portuguesa.
1. Atingir a classe média informada (que se tem manifestado ultimamente, consciente do desastre da política do governo), com o objectivo de criar um efeito dissuasor para futuras contestações. Isto foi feito através da carga policial a senhoras, idosos, adolescentes e demais cidadãos que lá se encontravam, e que representam todo o espectro da sociedade portuguesa.
2. Envenenar a opinião pública através dos meios de comunicação - que neste momento são a voz do regime - com um press release de branqueamento do que verdadeiramente se passou.
3. Desviar as atenções do fundamental: a incompetência mais que provada para governar.
Não é a primeira vez que isto acontece, lembro-me da violenta carga policial sobre os estudantes e sobre os protestos da ponte no governo de Cavaco Silva, só que agora o alvo é toda a classe média, porque é ela que é crítica e consciente, e, por isso, um alvo a abater.
Isto para mim é inadmissível num estado democrático. E que me desculpem os amigos facebookianos, mas não convivo bem com a situação. Por isso quem acha que a polícia só fez o seu trabalho, quem está de acordo com esta estratégia de repressão, por favor "desamigue-me" porque nada temos em comum.”
Só
um aparte em relação a este texto, a única conclusão que não subscrevo. Não é
uma questão de competência que está em causa quando se avalia o desempenho
deste governo de serventuários ao serviço da tróica germano-imperialista.
Porque para a führer Merkel, para os interesses dos grandes grupos financeiros
e bancários que ensacam milhares de milhões de euros à custa do negócio da
dívida, Coelho e Portas são muito competentes.
Para
os trabalhadores, para o povo português, que sofrem as consequências das
medidas terroristas e fascistas que este governo faz abater sobre eles, para os
obrigar a pagar uma dívida que não contraíram, nem dela retiraram qualquer
benefício, também não está em causa a competência ou a incompetência deste
executivo.
O
que está mesmo em causa é o seu derrube para que seja constituído um governo
democrático patriótico que, para além de, no mínimo, impor a suspensão do
pagamento da dívida e do “serviço da dívida”, proceda ao controlo da banca,
prepare a saída de Portugal do euro, nacionalize todos os sectores e empresas
com importância estratégica para a implementação de um novo paradigma de
economia ao serviço dos trabalhadores e controlada por estes, um governo que
assegure a nossa independência nacional.
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