A teoria acéfala sobre a violência por parte de uma
direcção bicéfala!
O “modus operandis” dos oportunistas é sempre o mesmo.
Aguardam pelas reacções que determinado acontecimento produz na sociedade,
avaliam aquela que para eles parece ser a tendência dominante de pensamento e,
só depois, “tomam posição”!
Não que constitua qualquer perplexidade que somente 48 horas
após a carga policial fascista que se produziu em frente à Assembleia da
República, no passado dia 14 de Novembro, e na sequência da manifestação que
culminou a Greve Geral, a direcção bicéfala do Bloco de Esquerda, em entrevista
conjunta à RTP, tenha tomado, finalmente, uma posição.
E, como é hábito naqueles cuja linha política tem sido,
sempre, a de se apresentarem como “conselheiros Acácio” do sistema capitalista
que, ao “avaliarem” a violência a que o país assistiu, meterem tudo no mesmo
saco, isto é, não diferenciarem a violência fruto da justa ira popular, daquela
que tem uma natureza fascista, que deriva de uma articulada e premeditada
política de ataque à classe operária, aos trabalhadores e ao povo em geral, que
este governo de traidores e serventuários prossegue.
Caso para questionar a Catarina e o Semedo como se lhes
afigura possível constituir um “governo de esquerda” e “derrubar o governo”
PSD/CDS, face a uma situação política em que Cavaco, não só considera este o
seu governo, como se recusa a agir em conformidade com o cada vez maior clamor
do povo que exige a sua demissão? Através de “petições cidadãs”?
Esta gente está convencida, ainda, que os trabalhadores e o
povo, com papas e bolos, se deixam levar por tolos! Desenganem-se! As
diferentes camadas populares, todos os dias atacadas e humilhadas pelas medidas
terroristas e fascistas que Coelho e Portas, com o beneplácito de Cavaco e a
mando da tróica germano-imperialista lhes impõe, sabem já que a saída para as
suas lutas passará, certamente, pelo aprofundar da sua combatividade, único
garante para o derrube do governo de traição PSD/CDS.
Por enquanto, os trabalhadores e o povo ainda se vêm
constrangidos a correr à frente dos esbirros da polícia. Mas, à medida que se
livrarem dos oportunistas que minam a sua unidade e a sua combatividade, à
medida que forem tornando mais consequente a sua organização, mais depressa
passarão a ter o aparelho repressivo e quem ele defende a correr à sua frente.
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