Os trabalhadores e o povo português foram “surpreendidos”
pelo anúncio que os líderes dos grupos parlamentares do PSD e do CDS,
precisamente os partidos que estão na base do governo dos traidores Coelho e
Portas, ao serviço da tróica germano-imperialista, fizeram de que, após “longas
horas de trabalho”, tinham apresentado alterações à proposta de Lei do
Orçamento para 2013 no que concerne a aplicação de uma taxa suplementar e
extraordinária de IRS, que os faria “poupar” algo como 0,5% do seu rendimento.
Convém, em nossa opinião, esclarecer que poupar é um acto
voluntário. Decorre, normalmente, do facto de um individuo, casal ou pessoa
colectiva, considerar que, existindo um sobrexcedente de rendimentos, dever
acautelar o seu futuro e aforrar essa verba que não lhe é vital para a sua
sobrevivência e reprodução. Na presente conjuntura, em que todos os dias os
trabalhadores são vilmente assaltados e despojados de uma grande fatia dos
rendimentos que auferem do seu trabalho para serem sacrificados no altar de uma
dívida que não contraíram e da qual não retiraram qualquer benefício, claro
está que não há lugar a qualquer poupança.
Ora, considerar que reduzir de 4 para 3,5% a taxa
suplementar de IRS que está previsto ocorrer em 2013 e anos seguintes constitui
uma “poupança” para os trabalhadores e para o povo português só poderá ser
considerado, no mínimo, uma miserável provocação! O que este governo e os
partidos que o sustentam querem escamotear é que este é mais um roubo a juntar
aos que já praticam ou praticaram, tais como os que redundaram na carestia de
vida devida ao aumento das taxas do IVA, no confisco ilegal dos subsídios de
natal e de férias, no roubo nas prestações sociais (convém recordar que só o
subsídio de desemprego sofreu, em média, um corte de mais de 20%), na
dificultação e encarecimento do acesso à saúde e à educação, no roubo de
salários e do trabalho, na facilitação dos despedimentos e no seu
embaratecimento, no roubo do valor das horas extraordinárias, etc.
Contando com um exército de imbecis e vendidos “jornalistas”
e opinadores, as televisões têm feito passar a mensagem da enorme “poupança”
que esta magnânima decisão dos grupos parlamentares do PSD e do CDS irá
proporcionar, chegando ao dislate de apresentar tal “poupança”, como o faz o
Gaspar Dixit, em formato “power point”, onde aparece a verba que cada
trabalhador ou elemento do povo teria de pagar de taxa suplementar de IRS, se
esta fosse de 4%, como inicialmente proposto pelo governo, apresentando,
depois, o valor que lhe será efectivamente roubado, ao pagar a taxa de 3,5%
agora acordada. Para concluir que, agora sim, este governo está apostado em
fazer os portugueses “poupar”!
A
Greve Geral de 14 de Novembro, tendo sido uma importante jornada de luta, terá
de ser replicada as vezes que forem necessárias até que este governo de traição
seja liminarmente derrubado para, em seu lugar, se constituir um governo
democrático patriótico que faça com que os trabalhadores e o povo português
sejam efectivamente poupados a mais políticas que só geram fome, miséria e
desemprego.
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