Diz-me com quem andas…
Durante umas
longas sete horas a nova führer Merkel, assumindo poses imperiais de quem
visita um protectorado ou território ocupado e subjugado aos interesses dos
grandes grupos financeiros e bancários germânicos que representa, conspurcou o
nosso país, na deslocação que fez à sua capital, Lisboa, e afrontou os
trabalhadores e o povo português que sofrem na pele e na carne as consequências
das medidas terroristas e fascistas que a chancelerina dita aos seus
serventuários Coelho e Portas.
Demonstrativo
do figadal ódio que o povo português nutre pela frau Angela foi a poderosa
máquina de segurança e repressão que os seus amigos colocaram no terreno. Quem
tem confiança de que está a agir a favor do povo e dos seus interesses,
naturalmente não necessitaria de se proteger dele.
Mas, a
senhora não tem só inimigos em Portugal, também tem alguns amigos. E, aliás,
foram esses que ela hoje veio visitar. E que amigos! Daqueles cuja natureza de
classe e interesses que perseguem definem bem do carácter e da natureza do
próprio visitante. Lá diz o ditado popular: diz-me com quem andas…dir-te-ei
quem és!
E que amigos
são esses? Desde logo o Coelho que tranquiliza a patroa reafirmando que não
está nos planos da sua equipa de serventuários em Portugal sequer solicitar
outras condições, senão aquelas que Merkel, magnanimamente, lhes ditou, nem,
tampouco, exigir mais 30 moedas pelos préstimos e bajulação. Depois o caixeiro
viajante Portas que anunciou que até o sol e a magnífica temperatura que se
disfruta no nosso país está à venda e…a preços de saldo!
Claro que o
grande patronato, lídimo representante de uma burguesia nacional compradora,
mas não só, parasitas profissionais a viver das migalhas que a sua função
intermediária dos interesses dos grandes grupos financeiros, económicos e
industriais estrangeiros representa, acotovelaram-se no Centro Cultural de
Belém e, pondo-se todos eles em bicos dos pés, clamaram a sua amizade à führer,
para ver quem conseguia o “financiamento” alemão que melhor garanta a sua
“vidinha”.
Apesar de
não terem querido – para não perderem de vez a face hipócrita com que disfarçam
que os seus intentos são idênticos ou iguais aos da chefe do IV Reich - ou não
terem podido estar presentes devido à menorização do seu papel no contexto em
que a chancelerina Merkel deseja que as coisas aconteçam no nosso país, a
senhora, no entanto, conta ainda com mais alguns amigos de peso.
Desde os que
compactuam com a implementação de leis laborais que facilitam e embaratecem os
despedimentos, promovem o roubo dos salários e do trabalho – como é o caso do
traidor Proença – até aos que “fecham os olhos” ou “lavam as mãos como Pilatos”
ao confisco ilegal dos subsídios de natal e de férias, como foi o caso do
Tribunal Constitucional, passando por aqueles que, dizendo-se “intrigados” com
a proposta de PSD e CDS os convidar a participar na “refundação” do memorando
que todos eles assinaram com a tróica germano-imperialista, se mostram não só
convictos que a dívida tem de ser paga pelo povo que não a contraiu, nem dela
beneficiou, como se deve aproveitar a ocasião para se valer do seu peso
parlamentar para, com os partidos do arco governamental, proceder a algumas
“reformas” que, dizem eles, “afinem e melhorem” o “estado social” que dizem
querer defender, mas para o qual criaram as condições para a sua destruição,como
é o caso de Seguro e do PS.
Aqueles de
cuja justa ira os seus amigos a defenderam, ou seja, os operários, os
trabalhadores, os estudantes e intelectuais, a grande massa do povo, no
entanto, não lhe darão, nem a si, nem aos seus serventuários, qualquer trégua.
No próximo dia 14 de Novembro a Greve Geral deverá reclamar o derrube do
governo dos seus amigos Coelho e Portas, bem como do seu capacho de Belém.
Mas, esta
imensa frente de todas as camadas populares que se agiganta todos os dias, não
se ficará por aqui. Após o derrube do governo dos traidores Coelho e Portas,
constituirão um governo democrático patriótico que, ao expulsar a sua tróica e
ao suspender, no mínimo, o pagamento de uma dívida que consideram ilegal,
ilegítima e odiosa, demonstrarão que a führer Merkel deixou de ter ou de contar
com amigos e amizades em Portugal!
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