sexta-feira, 10 de maio de 2013

Agricultura: Quanto maior for a dependência do exterior mais se agrava o desemprego no sector!


O número de desempregados no sector da agricultura não para de crescer. Num breve período de três meses  e tendo em conta apenas aqueles que estão inscritos nos Centros de Emprego, o número, em período homólogo, aumentou de 17,7 mil para 27,1 mil desempregados à procura de emprego.

No sector da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, as estatísticas oficiais – que só cobrem os desempregados inscritos – revelam que o desemprego aumentou 53,1% nos primeiros três meses de 2013.
Os sucessivos acordos de traição aos interesses dos trabalhadores,  à independência económica e à soberania política que PS e PSD – o famigerado Bloco Central – foram celebrando, primeiro com a CEE e, agora, com a União Europeia, acorrentaram Portugal às PAC (Política Agrícola Comum), que assentam no princípio das quotas e na filosofia de que, como os franceses produzem  mais, melhor, com maior diversidade e mais barato, “justificava-se” que Portugal aceitasse subsídios para abandonar os campos, arrancar vinhas e árvores.

 Esta política, para além de ter levado a que cerca de 700 mil trabalhadores rurais e pequenos e médios camponeses abandonassem o sector da agricultura, redundou em que Portugal importe, hoje, cerca de 80% daquilo que consome e forçou milhares de pequenos agricultores ou a seguirem o caminho da proletarização, ou a cair no desemprego ou, ainda, a procurar na emigração a solução para a sua situação.

Ou seja, em vez de terem servido para modernizar e mecanizar a nossa agricultura os subsídios serviram para encher os bolsos a meia dúzia de caciques e a promover a destruição do nosso potencial agrícola.

Para além da agricultura, a destruição da nossa frota pesqueira, com a “justificação” de que os espanhóis tinham uma maior capacidade e poderiam “oferecer” o pescado a preços muito mais competitivos, levou a que outro dos nossos sectores primários da economia tivesse perdido, nas últimas três décadas e meia, mais de metade dos seus trabalhadores.

É por isso que as lágrimas de crocodilo vertidas por Cavaco e a ministra da agricultura Cristas, já não comovem o povo e quem trabalha. Portugal possui a maior ZEE (Zona Económica Exclusiva) da Europa mas, em virtude das limitações que lhe foram impostas pela CEE/UE, com a cumplicidade criminosa de sucessivos governos de traição nacional, ora encabeçados pelo PS, ora encabeçados pelo PSD – por vezes com o beneplácito dos bobos da corte do CDS - viu a sua soberania sequestrada e a riqueza que poderia resultar da gestão desse espaço espoliada por terceiros.

Só o derrube deste governo de traição nacional PSD/CDS e do seu líder Cavaco Silva poderá levar à constituição de um governo democrático patriótico que poderá assegurar que, suspenso o pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, seja levado a cabo um programa económico que afecte os recursos que estão a ser transferidos para os bolsos da parasitagem financeira, com os grandes grupos económicos e financeiros alemães à cabeça, para o sector primário da nossa economia, consolidando uma política orientada para a satisfação das necessidades do povo e não para o jogo de manipulação das quotas que tem levado à agravada e sucessiva falência de pequenos e médios agricultores e ao desemprego e miséria de centenas de milhar de assalariados rurais.

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