O número de
desempregados no sector da agricultura não para de crescer. Num breve período
de três meses e tendo em conta apenas aqueles que estão inscritos nos Centros de Emprego, o número, em período
homólogo, aumentou de 17,7 mil para 27,1 mil desempregados à procura de
emprego.
No sector da
agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, as estatísticas oficiais
– que só cobrem os desempregados inscritos – revelam que o desemprego aumentou
53,1% nos primeiros três meses de 2013.
Os sucessivos
acordos de traição aos interesses dos trabalhadores, à independência económica e à soberania
política que PS e PSD – o famigerado Bloco
Central – foram celebrando, primeiro com a CEE e, agora, com a União
Europeia, acorrentaram Portugal às PAC (Política Agrícola Comum),
que assentam no princípio das quotas e na filosofia de que, como os franceses
produzem mais, melhor, com maior
diversidade e mais barato, “justificava-se” que Portugal aceitasse subsídios
para abandonar os campos, arrancar vinhas e árvores.
Esta política,
para além de ter levado a que cerca de 700 mil trabalhadores rurais e pequenos
e médios camponeses abandonassem o sector da agricultura, redundou em que Portugal
importe, hoje, cerca de 80% daquilo que consome e forçou milhares de pequenos
agricultores ou a seguirem o caminho da proletarização, ou a cair no desemprego
ou, ainda, a procurar na emigração a solução para a sua situação.
Ou seja, em vez de terem servido para modernizar e mecanizar
a nossa agricultura os subsídios serviram para encher os bolsos a meia dúzia de
caciques e a promover a destruição do nosso potencial agrícola.
Para além da agricultura, a destruição da nossa frota
pesqueira, com a “justificação” de que os espanhóis tinham uma maior capacidade
e poderiam “oferecer” o pescado a preços muito mais competitivos, levou a que
outro dos nossos sectores primários da economia tivesse perdido, nas últimas
três décadas e meia, mais de metade dos seus trabalhadores.
É por isso que as lágrimas de crocodilo vertidas por Cavaco e
a ministra da agricultura Cristas, já não comovem o povo e quem trabalha.
Portugal possui a maior ZEE (Zona Económica Exclusiva) da Europa mas, em
virtude das limitações que lhe foram impostas pela CEE/UE, com a cumplicidade
criminosa de sucessivos governos de traição nacional, ora encabeçados pelo PS,
ora encabeçados pelo PSD – por vezes com o beneplácito dos bobos da corte do
CDS - viu a sua soberania sequestrada e a riqueza que poderia resultar da
gestão desse espaço espoliada por terceiros.
Só o derrube deste governo de traição nacional PSD/CDS e do
seu líder Cavaco Silva poderá levar à constituição de um governo democrático
patriótico que poderá assegurar que, suspenso o pagamento de uma dívida que não foi
contraída pelo povo, seja levado a cabo um programa económico que afecte os recursos
que estão a ser transferidos para os bolsos da parasitagem financeira, com os
grandes grupos económicos e financeiros alemães à cabeça, para o sector primário
da nossa economia, consolidando uma política orientada para a satisfação das
necessidades do povo e não para o jogo de manipulação das quotas que tem levado
à agravada e sucessiva falência de pequenos e médios agricultores e ao
desemprego e miséria de centenas de milhar de assalariados rurais.
Sem comentários:
Enviar um comentário