Na sequência
de uma denúncia muito viva feita por trabalhadores do Metropolitano de Lisboa,
o camarada Garcia Pereira vai apresentar amanhã, 6ª feira, dia 10 de Maio,
pelas 14h30, participação criminal contra todos os responsáveis pelo buraco dos
“swaps”, isto é, gestores e directores financeiros, políticos que pontificam
nas tutelas ministeriais e directores e administrações dos bancos.
O escândalo
dos “swaps” é bem paradigmático, conjuntamente com o caso BPN e outros, de que
o PCTP/MRPP sempre teve razão ao afirmar que, não sendo a invocada crise da
responsabilidade dos trabalhadores e do povo, nem tendo eles dela beneficiado,
se devem recusar a pagá-la e a derrubar o governo que tenta impôr-lhes esse
pagamento.
Tal como já
havia defendido no programa EM FOCO, do canal cabo ETV, do passado dia 30 de
Abril, o camarada Garcia Pereira considera que os “swaps” assentaram numa
prática de casino em que PS e PSD se especializaram.
Os contratos
“swap” caracterizam-se por a instituição financeira sair sempre ganhadora do
negócio, quer a taxa de referência – que normalmente é a EURIBOR -, suba ou
desça. Isto à custa de taxas de juro e prémios de seguro extremamente elevados
que fazem com que, mesmo quando a taxa de referência sobe, ainda assim a
instituição financeira ganha.
E os ganhos,
como bem demonstrou o camarada Garcia Pereira no supracitado programa
televisivo, são absolutamente brutais se os contratos em questão tiverem outros
elementos ainda mais especulativos, como sejam o referencial (ou indexante) ser
o preço do petróleo, entre outros.
Se formos a
analisar as perdas de 3 mil milhões de euros que estes contratos “swap”
provocaram até agora (pois, tal como aconteceu no caso BPN, este valor pode ser
apenas a ponta do iceberg) – só na empresa Metropolitano de Lisboa o valor
ascende a mil milhões de euros – as verbas envolvidas são muito superiores aos
valores dos próprios contratos celebrados.
O que dá bem
uma ideia de como esta gente do PS e do PSD, que passou pelas empresas públicas,
de facto pegou em dinheiros públicos e, sob o pretexto de financiar as empresas
face a uma situação, errada, que residia no facto de o estado não as financiar,
dizendo-lhes que o fizessem junto das instituições financeiras, os malbaratou,
beneficiando objectivamente os grupos financeiros e bancários.
A mesma
gente que agora diz que o povo andou a viver
acima das suas possibilidades e que não tem direito a transportes seguros e
fiáveis, não tem direito à saúde, educação e a uma política de prestações sociais
condigna, porque o dinheiro que deveria ser alocado a essas funções do estado
foi criminosamente jogado no casino da especulação financeira e serve agora
para ser sacrificado no altar de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa.
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