quinta-feira, 9 de maio de 2013

O caso dos “swaps”: Garcia Pereira apresenta queixa-crime



Na sequência de uma denúncia muito viva feita por trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, o camarada Garcia Pereira vai apresentar amanhã, 6ª feira, dia 10 de Maio, pelas 14h30, participação criminal contra todos os responsáveis pelo buraco dos “swaps”, isto é, gestores e directores financeiros, políticos que pontificam nas tutelas ministeriais e directores e administrações dos bancos.

O escândalo dos “swaps” é bem paradigmático, conjuntamente com o caso BPN e outros, de que o PCTP/MRPP sempre teve razão ao afirmar que, não sendo a invocada crise da responsabilidade dos trabalhadores e do povo, nem tendo eles dela beneficiado, se devem recusar a pagá-la e a derrubar o governo que tenta impôr-lhes esse pagamento.

Tal como já havia defendido no programa EM FOCO, do canal cabo ETV, do passado dia 30 de Abril, o camarada Garcia Pereira considera que os “swaps” assentaram numa prática de casino em que PS e PSD se especializaram.

Os contratos “swap” caracterizam-se por a instituição financeira sair sempre ganhadora do negócio, quer a taxa de referência – que normalmente é a EURIBOR -, suba ou desça. Isto à custa de taxas de juro e prémios de seguro extremamente elevados que fazem com que, mesmo quando a taxa de referência sobe, ainda assim a instituição financeira ganha.

E os ganhos, como bem demonstrou o camarada Garcia Pereira no supracitado programa televisivo, são absolutamente brutais se os contratos em questão tiverem outros elementos ainda mais especulativos, como sejam o referencial (ou indexante) ser o preço do petróleo, entre outros.

Se formos a analisar as perdas de 3 mil milhões de euros que estes contratos “swap” provocaram até agora (pois, tal como aconteceu no caso BPN, este valor pode ser apenas a ponta do iceberg) – só na empresa Metropolitano de Lisboa o valor ascende a mil milhões de euros – as verbas envolvidas são muito superiores aos valores dos próprios contratos celebrados.

O que dá bem uma ideia de como esta gente do PS e do PSD, que passou pelas empresas públicas, de facto pegou em dinheiros públicos e, sob o pretexto de financiar as empresas face a uma situação, errada, que residia no facto de o estado não as financiar, dizendo-lhes que o fizessem junto das instituições financeiras, os malbaratou, beneficiando objectivamente os grupos financeiros e bancários.

A mesma gente que agora diz que o povo andou a viver acima das suas possibilidades e que não tem direito a transportes seguros e fiáveis, não tem direito à saúde, educação e a uma política de prestações sociais condigna, porque o dinheiro que deveria ser alocado a essas funções do estado foi criminosamente jogado no casino da especulação financeira e serve agora para ser sacrificado no altar de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa.

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