domingo, 5 de maio de 2013

Retalhos da vida numa Capital Sequestrada:

Do bairro dos Olivais vem o exemplo de uma 

Sociedade Filarmónica centenária!


Uma delegação da candidatura do PCTP/MRPP às eleições autárquicas na cidade de Lisboa, reuniu-se na passada 6ª feira, dia 3 de Maio, com Joaquim Silva, presidente da Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense (SFUCO).
Fundada em 1886, a referida sociedade filarmónica conta na actualidade com cerca de mil associados e é responsável por uma banda de 60 elementos. Antes da destruição e desmembramento dos bairros operários e populares existentes na zona, chegou a contar com dois mil sócios.
Claro que esta sangria redundou numa significativa quebra das suas fontes de rendimento, isto é, as quotas que os elementos do povo pagavam para assegurar a sobrevivência de uma banda filarmónica popular e de um centro de convívio único.
Assim sendo, e como os poucos apoios de que beneficiam vêm fundamentalmente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais, o bar, tornou-se a sua principal fonte de receita, mas só factura no período nocturno, que é quando a maioria dos frequentadores da sociedade e do seu bar é composta por jovens, já que, no período da tarde a colectividade é mais frequentada por idosos com poucos recursos. Sobrevivem, ainda, à custa das quotizações e da ajuda gratuita que os associados prestam à SFUCO.
Paradigmática da situação para a qual, quer o poder central, quer o poder local, atiram estas colectividades, é o sufoco financeiro a que a SFUCO está permanentemente sujeita, com despesas mensais que, a título de exemplo, apenas para os gastos com a electricidade, representam um montante de 500 euros, a que acresce a factura, agora agravada, do IMI a rondar os 5 mil euros anuais!
Os recorrentes pedidos de apoio à Câmara Municipal de Lisboa têm sido ignorados, com o pelouro da Cultura a fazer vista grossa aos recorrentes convites para assistirem às actividades levadas a cabo pela SFUCO, não vá isso criar expectativas que não se deseja satisfazer.
O que tem valido a esta colectividade – como certamente a outras em condições idênticas - é o carinho e o apoio popular e uma direcção liderada por um jovem septuagenário, o Sr. Joaquim Silva, que não baixou os braços e, contrariando a política criminosa do executivo municipal da capital, que considera a cultura uma despesa, lançou mãos a um projecto de animação para a SFUCO, tendo levado a sua banda a gravar no estúdio de uma produtora que se dispõe a apresentar essa gravação como projecto piloto sobre bandas filarmónicas à RTP.
Casos como os desta colectividade, a Sociedade Filarmónica União Capricho Olivalense (SFUCO), são bem demonstrativos de que urge uma política democrática patriótica para resgatar a capital de um sequestro de mais de três décadas levado a cabo por sucessivos executivos camarários onde participaram, a sós ou coligados uns com os outros, todos os partidos do chamado arco parlamentar.

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