Os moradores devem confiar nas suas
forças e estar
vigilantes face às promessas!
vigilantes face às promessas!
Esta 4ª feira, dia 15
de Maio, um grupo de moradores da Vila Dias reuniu-se, conforme estava previsto
e tinha sido previamente agendado, com o presidente da Junta de Freguesia do
Beato, a fim de, com a ajuda de um
advogado, que está a colaborar com a comissão representativa dos seus
interesses, encontrar caminhos que levem a uma mais activa intervenção da
Câmara Municipal de Lisboa no sentido de proporcionar condições dignas de
habitação, inexistentes há mais de um século naquela Vila!
Apesar de não ter reconhecido que foram muitos anos, muitos
mandatos de presidente de câmara e de junta, de PS e PSD, envolvendo promessas
sem fim, nunca cumpridas, apesar de ter tentado deter-se em detalhes sem
qualquer importância, apesar de se ter tentado desviar da responsabilidade que
PS e PSD tiveram, ao longo das últimas quase quatro décdas, quer na governança
do país, quer nos sucessivos executivos camarários e autárquicos em Lisboa – e
por todo o país – que nos trouxeram à situação que hoje vivemos, cremos que
saíram desta reunião conclusões, ideias e propostas de linha de acção
relevantes e positivas para os moradores da Vila Dias, se levadas, coerente e
consequentemente, à prática.
Os moradores da Vila Dias, alguns deles a residir naquele
espaço há mais de setenta anos, não se podem deixar iludir por mais promessas.
É que, o que é especialmente importante reter à saída desta reunião é que:
1. Foi necessário que os moradores se organizassem e
demonstrassem a sua disposição em lutar pelo direito a uma habitação condigna,
para passarem a estar no "radar" da Junta de Freguesia do Beato e a
merecer a atenção do seu presidente e do seu executivo que, apesar de na
reunião terem feito declarações de intenção muito sofridas de que estavam ali
para resolver os problemas dos moradores da Vila Dias e de outros bairros e
vilas com problemas idênticos, o que é certo é que não souberam – ou não
puderam – explicar porque é que, após tantos anos (só o actual executivo está
no poder há mais de 6 anos), os problemas e insuficiências que dizem reconhecer
e lamentar não foram ultrapassados;
2. Esta força, apoiada por uma intervenção de advogados pro
bono, permitiram identificar algumas saídas legais para a actual situação da
Vila Dias, nomeadamente opções que permitem ao executivo camarário ser mais
interventivo na Vila Dias, sempre no sentido de melhorar as condições de vida,
segurança, salubridade e dignidade de quem nela vive, mas não há que alimentar
ilusões legalistas, isto é, de que
leis que foram aprovadas por PS e PSD possam servir os interesses do povo e de
quem trabalha;
3. A unidade é possível, desde que assente em princípios,
não bastando boas vontades para resolver os problemas do povo e de quem
trabalha, porque a boa vontade que acreditamos animar o actual presidente da
junta, e que este teve uma vez mais a oportunidade de manifestar – é necessário
relembrar que já vai no seu 2º mandato -, ainda não resolveu um problema que tem mais de
século e meio de existência : o facto de não haver saneamento básico na vila e
isto em pleno século XXI!!!
4. Apesar das declarações de princípio que saíram desta
reunião, de que o executivo da Junta de Freguesia do Beato tudo fará para
pressionar a Câmara Municipal de Lisboa a fazer obras coercivas na Vila Dias e
a tomar posse administrativa da mesma, a vigilância dos moradores e dos seus
apoiantes deve ser permanente, não devendo, pois, aliviar a pressão da luta ou
deixar-se inebriar e adormecer com mais promessas!
Os moradores da Vila Dias têm uma experiência acumulada de
décadas de promessas não cumpridas. De cada vez que caíram na armadilha das
ilusões prometidas isso traduziu-se em mais uma década de desconforto, de
insegurança, de sujeição a condições indignas de habitação, de sujeição à
chantagem e ao terror.
Um grupo de moradores mais conscientes e combativos
conseguiu organizar-se, está a passar adequadamente a mensagem de que sem luta
– que é dura e prolongada – nenhuma das suas justas reivindicações será
alcançada. Se derem continuidade a esse trabalho, se souberem interpretar
adequadamente os interesses dos moradores da sua Vila Dias, obterão certamente
o apoio e a solidariedade do povo e de quem trabalha em toda a cidade e em todo
o país, isto é, de todos aqueles que lutam pelo direito a uma habitação digna e
segura.
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