No meio do
anúncio de sucessivos episódios que configuram o tão badalado milagre económico que, segundo o
executivo liderado por Coelho e Portas – no que são secundados pelo tutor Cavaco
– se está a produzir em Portugal, eis quando toda a esquerda parlamentar se deixa enredar na armadilha do referendo sobre a adopção e co-adopção por parte de
casais do mesmo sexo, proposto pelo PSD.
Enquanto se
trava uma luta de morte entre as forças democráticas e patrióticas e as forças
da contra-revolução, estes querubins
da oposição prestam um magnífico
serviço a quem desde Junho de 2011 declarou guerra aberta aos trabalhadores e
ao povo português, impondo um autêntico genocídio fiscal.
É que,
estando a perder a batalha do milagre económico,
o governo de traição nacional vislumbrou neste referendo, um magnífico fait divers sobretudo, como está a ser o
caso, quando ao molhe, toda a esquerda
parlamentar mordeu no anzol e se deixou cair na rede.
Armadilha que
visa, apenas e tão só, suspender a
discussão do que, realmente, está em causa: a facilitação e o embaretecimento
dos despedimentos, os sucessivos e criminosos cortes nas pensões e reformas,
bem como a recorrente dificultação do acesso ao subsídio de desemprego e corte
no valor da sua prestação, os anunciados aumentos de tudo o que é serviço
público – água, luz, transportes, gás, etc. –, a dificultação do acesso ao
ensino e à saúde públicas e facilitação da privatização destes sectores, para
além da venda a retalho de tudo o que é activo e empresa pública e destruição
do que resta do tecido produtivo nacional.
O governo
sabe que a questão que quer referendar não deveria ser sequer discutível quando
existe legislação mais do que suficiente e sistemas de controle mais do que
eficazes para que, tratando-se de uma adopção ou co-adopção, o que deve determinar
a decisão de a conceder não pode ser
a questão de género, de raça, religião ou de orientação sexual, mas tão só a
vontade, a capacidade e estabilidade emocional e moral dos candidatos que,
ademais, seriam regularmente aferidas, segundo os parâmetros já hoje
contemplados e previstos na lei.
Os
trabalhadores e o povo português não podem, pois, deixar-se cair nesta
armadilha. Devem prosseguir a sua luta pelo derrube deste governo de traição
nacional para que possa ser constituido um novo governo, democrático
patriótico, cujas prioridades serão a recusa do pagamento de uma dívida que não
foi contraída pelo povo, mas cujo pagamento lhe está a ser imposto, e a
preparação da saída de Portugal do euro e da União Europeia.
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