sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A armadilha das “causas fracturantes”!

No meio do anúncio de sucessivos episódios que configuram o tão badalado milagre económico que, segundo o executivo liderado por Coelho e Portas – no que são secundados pelo tutor Cavaco – se está a produzir em Portugal, eis quando toda a esquerda parlamentar se deixa enredar na armadilha do referendo sobre a adopção e co-adopção por parte de casais do mesmo sexo, proposto pelo PSD.

Enquanto se trava uma luta de morte entre as forças democráticas e patrióticas e as forças da contra-revolução, estes querubins da oposição prestam um magnífico serviço a quem desde Junho de 2011 declarou guerra aberta aos trabalhadores e ao povo português, impondo um autêntico genocídio fiscal.

É que, estando a perder a batalha do milagre económico, o governo de traição nacional vislumbrou neste referendo, um magnífico  fait divers sobretudo, como está a ser o caso, quando ao molhe, toda a esquerda parlamentar mordeu no anzol e se deixou cair na rede.

Armadilha que visa, apenas e tão só, suspender a discussão do que, realmente, está em causa: a facilitação e o embaretecimento dos despedimentos, os sucessivos e criminosos cortes nas pensões e reformas, bem como a recorrente dificultação do acesso ao subsídio de desemprego e corte no valor da sua prestação, os anunciados aumentos de tudo o que é serviço público – água, luz, transportes, gás, etc. –, a dificultação do acesso ao ensino e à saúde públicas e facilitação da privatização destes sectores, para além da venda a retalho de tudo o que é activo e empresa pública e destruição do que resta do tecido produtivo nacional.

O governo sabe que a questão que quer referendar não deveria ser sequer discutível quando existe legislação mais do que suficiente e sistemas de controle mais do que eficazes para que, tratando-se de uma adopção ou co-adopção, o que deve determinar a decisão de a conceder não pode ser a questão de género, de raça, religião ou de orientação sexual, mas tão só a vontade, a capacidade e estabilidade emocional e moral dos candidatos que, ademais, seriam regularmente aferidas, segundo os parâmetros já hoje contemplados e previstos na lei.

Os trabalhadores e o povo português não podem, pois, deixar-se cair nesta armadilha. Devem prosseguir a sua luta pelo derrube deste governo de traição nacional para que possa ser constituido um novo governo, democrático patriótico, cujas prioridades serão a recusa do pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, mas cujo pagamento lhe está a ser imposto, e a preparação da saída de Portugal do euro e da União Europeia.


Sem comentários:

Enviar um comentário