Entre o assassínio de trabalhadores ou servir o negócio da dívida, uma escolha de
classe!
O diagnóstico não podia ser
mais claro: a doença foi “…provocada por exposição prolongada a ambiente com
amianto”! Assim determinou a equipa de médicos alemães que confirmaram a origem
da doença que acabou por vitimar, em 2002, um dos nove trabalhadores da função
pública que se suspeita terem falecido pelo mesmo motivo.
Confrontado com a denúncia
feita por mais de 70 trabalhadores de que 19 funcionários da Direcção-Geral de
Energia e Geologia em Lisboa, sita na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, haviam
contraído vários tipos de cancro, ao que tudo indica pelos mesmos motivos dos
que levaram à morte de 9 desses trabalhadores e ao supracitado diagnóstico
feito a um deles pela referida equipa médica alemã, Passos Coelho, em
declarações que prestou esta manhã no parlamento em resposta a uma questão
colocada por um deputado, declarações que classificamos de uma insensibilidade criminosa,
afirmou desconhecer o caso.
Pior do que isso, e sublinhando de forma clara
a razão porque definimos a morte de trabalhadores por estes motivos como um
autêntico assassinato, afirmou que a transferência dos restantes trabalhadores
seria assegurada na medida das…possibilidades financeiras do estado! A mentira,
no entanto, tem perna curta. Tanto mais quando se sabe que em Outubro de 2013
foi enviada uma denúncia contra o governo português pelo incumprimento na
identificação dos riscos da exposição ao amianto para estes trabalhadores e,
antes disso, à cerca de um ano tinha sido entregue um relatório técnico a
revelar a situação e suas consequências para os trabalhadores.
A hipocrisia de
Coelho não pode branquear o facto de este, e o governo de vende pátrias que
lidera, terem perfeito conhecimento de que a utilização de amianto na
construcção de edifícios é proibida desde a década de 90 do século XX, pelas
mesmíssimas normas que obrigam à sua remoção nos edifícios onde ainda existam,
regras que visam a defesa da saúde dos próprios trabalhadores. Também há um ano
, Rui Silva, o engenheiro responsável por um relatório onde se denunciava a existência de amianto em dois tipos de revestimento das supracitadas
instalações da Direcção Geral de Energia concluía ser mais fácil retirar os
trabalhadores daquelas instalações do que remover o amianto.
Bem que pode Passos Coelho tentar branquear estes
relatórios! Acontece, porém, que é público que o seu governo, na altura,
garantiu à Comissão
Europeia estar a ser efectuado um levantamento de edifícios, instalações e
equipamentos públicos que contivessem, ainda, um material como o amianto,
considerado altamente cancerígeno.
A provocação miserável do secretário de estado
da energia, Artur Trindade, de que estará em curso uma iniciativa para
encontrar um local com uma renda mais baixa do que a que actualmente é paga por
aquela direcção-geral, para que seja autorizada pelo ministério das finanças a
concretização de tal mudança, não pode ficar sem resposta.
Os trabalhadores
desta direcção-geral devem levar a cabo todas as formas de luta que sejam
necessárias para impôr a transferência imediata para instalações seguras para a
sua saúde. E devem unir-se à luta mais geral do povo português pelo derrube
deste governo de serventuários que não se coíbe de assassinar trabalhadores em
nome do pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa.
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