sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Trabalhadores morrem devido a exposição ao amianto:

Entre o assassínio de trabalhadores ou servir o negócio da dívida, uma escolha de classe!

O diagnóstico não podia ser mais claro: a doença foi “…provocada por exposição prolongada a ambiente com amianto”! Assim determinou a equipa de médicos alemães que confirmaram a origem da doença que acabou por vitimar, em 2002, um dos nove trabalhadores da função pública que se suspeita terem falecido pelo mesmo motivo.

Confrontado com a denúncia feita por mais de 70 trabalhadores de que 19 funcionários da Direcção-Geral de Energia e Geologia em Lisboa, sita na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, haviam contraído vários tipos de cancro, ao que tudo indica pelos mesmos motivos dos que levaram à morte de 9 desses trabalhadores e ao supracitado diagnóstico feito a um deles pela referida equipa médica alemã, Passos Coelho, em declarações que prestou esta manhã no parlamento em resposta a uma questão colocada por um deputado, declarações que classificamos de uma insensibilidade criminosa, afirmou desconhecer o caso.

 Pior do que isso, e sublinhando de forma clara a razão porque definimos a morte de trabalhadores por estes motivos como um autêntico assassinato, afirmou que a transferência dos restantes trabalhadores seria assegurada na medida das…possibilidades financeiras do estado! A mentira, no entanto, tem perna curta. Tanto mais quando se sabe que em Outubro de 2013 foi enviada uma denúncia contra o governo português pelo incumprimento na identificação dos riscos da exposição ao amianto para estes trabalhadores e, antes disso, à cerca de um ano tinha sido entregue um relatório técnico a revelar a situação e suas consequências para os trabalhadores.

A hipocrisia de Coelho não pode branquear o facto de este, e o governo de vende pátrias que lidera, terem perfeito conhecimento de que a utilização de amianto na construcção de edifícios é proibida desde a década de 90 do século XX, pelas mesmíssimas normas que obrigam à sua remoção nos edifícios onde ainda existam, regras que visam a defesa da saúde dos próprios trabalhadores. Também há um ano , Rui Silva, o engenheiro responsável por um relatório onde se denunciava a existência de amianto em dois tipos de revestimento das supracitadas instalações da Direcção Geral de Energia concluía ser mais fácil retirar os trabalhadores daquelas instalações do que remover o amianto.

Bem que pode Passos Coelho tentar branquear estes relatórios! Acontece, porém, que é público que o seu governo, na altura, garantiu à Comissão Europeia estar a ser efectuado um levantamento de edifícios, instalações e equipamentos públicos que contivessem, ainda, um material como o amianto, considerado altamente cancerígeno.

A  provocação miserável do secretário de estado da energia, Artur Trindade, de que estará em curso uma iniciativa para encontrar um local com uma renda mais baixa do que a que actualmente é paga por aquela direcção-geral, para que seja autorizada pelo ministério das finanças a concretização de tal mudança, não pode ficar sem resposta.

Os trabalhadores desta direcção-geral devem levar a cabo todas as formas de luta que sejam necessárias para impôr a transferência imediata para instalações seguras para a sua saúde. E devem unir-se à luta mais geral do povo português pelo derrube deste governo de serventuários que não se coíbe de assassinar trabalhadores em nome do pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa.





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