A aclamação da traição e da mentira!
Num patético e manipulador
discurso hoje proferido em Oliveira do Bairro, no Congresso que está a servir
para aclamar o seu papel de serventuário do imperialismo germânico, Paulo
Portas voltou à carga com a sua tese do milagre
económico que, segundo o personagem em questão, proporcionará em 17 de Maio
próximo a saída de Portugal da condição de protectorado, verberando a opinião
daqueles que têm insistido que esta é uma dívida impagável e que, a não ser
derrubado o governo e o seu tutor Cavaco,
o défice e a dívida que eram suposto serem ultrapassados com a intervenção da
tróica, não só não teriam solução, como se agravariam, como aliás se tem vindo
a constatar.
Utilizando uma pseudo
linguagem patriótica, com expressões como queremos
ver a tróica pelas costas, Portas escamoteia o facto de o programa de resgate contido no Memorando
de Entendimento com a tróica germano-imperialista ter sido assinado pelo seu
próprio partido, o CDS, conjuntamente com PS e PSD e persiste em duas falácias
discursivas: a primeira a de que, quer o CDS, quer o seu parceiro de coligação,
o PSD, quer o tutor de ambos, Cavaco Silva, terem sido obrigados a aceitar as condições que o directório europeu, o BCE e
o FMI, impuseram a Portugal e a segunda a de que, finalmente, Portugal, devido
às reformas e reajustamentos conduzidos
pelo governo que integra, se irá livrar da tróica no final do programa de resgate a que está sujeito,
recuperar a soberania nacional e abandonar a condição de protectorado.
Nem assim Portas consegue,
no entanto, alterar a realidade. É que, apesar de todas as medidas terroristas
e fascistas que o governo de traição nacional faz abater sobre o povo e o
autêntico genocídio fiscal que representa o Orçamento de Estado para 2014, a execução do plano de reajustamento que era suposto fazer reduzir a
dívida e o deficit do país, não tem impedido, antes pelo contrário, que ambos
venham aumentando, sendo que no final de 2013 a dívida foi muito superior a
130% do Produto Interno Bruto (PIB) e o desemprego, apesar de toda a engenharia estatística para o escamotear
– mormente através do cada vez maior recurso a trabalho precário e escravo -
não para de se agravar.
Desde que em 2011, PS, PSD e CDS
assinaram o Memorando de Entendimento com a tróica que denunciamos
o facto de que tal pacto iria agravar e exponenciar a condição de
Portugal como protectorado ou colónia do imperialismo germânico e que, enquanto
se persistisse no objectivo de pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa,
nunca Portugal poderia ver-se livre dessa humilhante condição para a qual
aqueles traidores e vendidos tinham atirado o país e o povo português.
Isto porque, como então também denunciámos, a dívida cujo pagamento estão a
impor, a ferro e fogo, ao povo português, para além de não ter sido contraída
por ele, nem o povo dela ter retirado qualquer benefício, mais não é do que a
consequência e o corolário de uma política que os serventuários Sócrates,
Cavaco, Coelho e Portas aceitaram e que assentou, e continua a assentar,
na aceitação da destruição do nosso tecido produtivo, da venda a retalho de
activos e empresas públicas estratégicas e de uma cada vez maior dependência do
exterior.
Dependência que se traduz no facto de termos, hoje, com o nosso tecido produtivo
destruído, que importar mais de 80% daquilo que necessitamos para satisfazer as
necessidades básicas do povo e, simultâneamente, gerar economia. O que levará,
sem apelo nem agravo, a que o ciclo de endividamento se reproduza ininterruptamente,
de forma sempre crescente. O que, a par do agravamento da recessão a que as
medidas terroristas e fascistas que o governo de traição nacional impôs ao
povo, e dos juros faraónicos que a tróica germano-imperialista e os grandes
grupos financeiros e bancários – com os alemães à cabeça – impõem, tornará a
dívida IMPAGÁVEL!
A dívida impagável e a condição de protectorado infindável andam, pois, de
mãos dadas, por mais que Portas o tente escamotear! Isto porque, mesmo que se
acreditasse em milagres divinos e a
dívida – em parte ou na totalidade – viesse a ser paga, a condição de
protectorado para a qual os sucessivos governos PS e PSD, acolitados pelo CDS e
tutelados por Cavaco, atiraram Portugal permanecerá inalterada por virtude do
tão elogiado Tratado de Lisboa que criou o MEE (Mecanismo de Estabilidade
Europeia) – o famigerado governo económico europeu e impôs
o famigerado Tratado Orçamental!
Numa conjuntura em que o PS de Seguro tenta cavalgar o descontentamento
popular, recusando-se a fazer um balanço crítico do governo do seu antecessor
Sócrates – um governo do piorio, em boa hora corrido pelo povo, somente
suplantado pelo actual – e querendo fazer crer que nada tem a ver com a actual
situação, é bom lembrar que quem preparou, apadrinhou e aportou novas e criativas propostas para o Tratado de Lisboa foi precisamente Sócrates e
o PS , tratado que, tanto quanto se sabe, Seguro nunca fez menção de dizer que
pretende denunciar.
Recordamos que o MEE é um mecanismo que obriga todos os
estados membros, particularmente os que aderiram à zona euro, a incorporar nas suas
constituições a possibilidade de ser um organismo externo ao seu país, o tal governo económico europeu, a definir a política orçamental de
cada um desses países e a tornar meros serventuários dos ditames do directório
europeu, onde a potência dominante é a Alemanha, autênticos tiranetes e
traidores nacionais como o são Coelho, Portas, Cavaco e todos aqueles que
aceitarem o pagamento desta dívida e a submissão a uma política orçamental – e
não só – não ditada pelos interesses e necessidades do povo português, mas
antes ditada pela estratégia e pelos interesses, sobretudo de uma potência como
a alemã.
Neste contexto, a dívida é a argamassa ou o cimento que molda a estrutura
da dominação colonial, composta, por um lado, pelo facto deste governo económico europeu ter a capacidade de impôr a
política orçamental a todos os países que subscreveram o Tratado de Lisboa e, por outro, pelo marco
travestido de euro que rouba a autonomia da política cambial que melhor pudesse
servir os interesses de cada um desses países. Todos eles instrumentos de
domínio e chantagem manipulados por uma potência com um superavit industrial e
financeiro resultante, precisamente, da estratégia que conseguiu impôr aos
outros países europeus, de destruição dos seus tecidos produtivos – a Alemanha
que consegue, sem disparar um único tiro o que Hitler não conseguiu: dominar e
subjugar a Europa e posicionar-se como potência mundial de referência!
Daí defendermos desde sempre que não basta derrubar este governo nem
recusar o pagamento desta dívida. Há que constituir um governo democrático
patriótico que, para além de implementar um plano económico e financeiro
rigoroso e que defenda os interesses do povo português e a soberania nacional,
se assegure em romper o colete de forças que constituem os dois instrumentos
responsáveis pela perda de independência nacional e pelo agravamento das
condições de vida do povo – precisamente o euro e a União Europeia!
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