terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A farsa da oposição dos partidos parlamentares ao governo

cadeiras assembleia da republicaA luta política relativamente ao governo de traição nacional PSD/CDS tem revelado nos últimos tempos uma total capitulação por parte dos partidos da dita oposição parlamentar, em torno do objectivo político fundamental do derrube deste sórdido governo.
No que diz respeito ao PS, Seguro tranquilizou já a tróica e Cavaco de que só pensa em eleições e que, seja como for, nada fará que prejudique ou perturbe o regresso de Portugal aos mercados, isto é, a consolidação do pagamento de uma dívida cada vez mais impagável, à custa de um brutal empobrecimento do povo trabalhador português que assim se visa perpetuar.
Seguro nunca mais disse uma palavra ou esboçou um gesto que seja no sentido de se opor à continuação da coligação no poder e de, no mínimo, exigir ao presidente da república que, em vez de andar a propor a unidade de salvação nacional dos partidos do memorando, demitisse imediatamente o governo e convocasse eleições antecipadas.
Aliás, não deixa de ser caricato e a tresandar de oportunismo que Seguro venha acusar Passos Coelho de estar já em campanha eleitoral, quando foi o próprio PS a abrir caminho e a alimentar essa situação, ao deixar para as eleições em 2015 a questão da substituição deste governo.
Por outro lado, as posições de defesa dos compromissos internacionais assumidos por este governo e o de Sócrates em que Seguro se enredou, deixa-o cada vez com menos margem de manobra para tentar apresentar-se como qualquer alternativa de ruptura à coligação no governo e à sua politica de traição nacional.
É que o PS já só aparece como um melhor gestor das medidas impostas pela tróica, no período que se seguirá ao termo do chamado programa de ajustamento.
Neste sentido, não deixa de ser revelador que a direcção de Seguro venha ultimamente a promover o futuro conselheiro de Barroso, João Proença - até já apontado como seu cabeça de lista ao parlamento europeu. Isto é, aquele que é o rosto da traição aos trabalhadores e que melhores serviços prestou à permanência deste governo no poder.
E quanto aos restantes partidos da chamada esquerda parlamentar, o PCP parece estar a saborear os resultados das eleições autárquicas – desligando-os do reforço da luta pelo derrube do governo – e o BE limita-se a qualificar o governo de indigno e de nojento, mas tanto ele como o PCP esquecem-se de fazer do parlamento uma tribuna permanente para a mobilização e organização populares para derrubar o governo, através da realização de greves gerais até se alcançar esse objectivo.
Aos trabalhadores não resta senão impor a sua própria alternativa de construir e consolidar uma frente democrática e patriótica, não se deixando cavalgar pelo oportunismo eleitoralista ou de soluções no estrito quadro parlamentar para travar e demolir a política do roubo dos salários e das pensões, do desemprego e da miséria, recusando o pagamento da dívida e pugnando pela saída do euro.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/949-a-farsa-da-oposicao-dos-partidos-parlamentares-ao-governo

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