Um Silva à altura de
um Proença.
Como se sabe, o anterior secretário-geral da UGT , João
Proença, não quis abandonar a direcção desta central sindical sem selar com o
governo de traição nacional e com os capitalistas portugueses e a tróica o mais
vergonhoso dos acordos de traição aos trabalhadores, acto esse usado pela
coligação PSD/CDS para alardear um inexistente apoio social alargado à sua política
de submissão aos ditames dos grandes grupos financeiros.
E Proença foi naturalmente compensado por essa traição, ao
ser recrutado para assessor do sabujo Durão Barroso na Comissão Europeia, sendo
que também a actual direcção do PS não desperdiçou o que considera um trunfo
para um futuro compromisso de salvação
nacional com o PSD e o CDS.
Com a escolha de Carlos Silva para o lugar do traidor
Proença, surgiu a ideia ilusória, alimentada por algumas posições iniciais do próprio
neófito secretário da UGT, de que esta central sindical iria inverter a sua
posição no que concerne à luta contra as medidas anti-operárias deste governo.
Todos os que assim pensaram, ficam agora definitivamente
cientes de se tratava de puro e rotundo engano . É que Proença fez escola e o
pupilo que indigitou para lhe suceder não podia desmerecer do mestre.
Mas, então, o que leva a esta conclusão?
As mais recentes e lapidares declarações do sindicalista Senhor Silva:
Não é pela agitação que resolvemos as coisas. Não é por greves
todos os dias que se resolvem os problemas dos trabalhadores.
A UGT é hoje um
referencial de estabilidade para o país. É à mesa das negociações com o
Governo, com os vários ministros, secretários de Estado e empresários que temos
conseguido encontrar soluções.
Estamos mais
preocupados em formar e qualificar trabalhadores do que lançá-los para os
campos de batalha, para as invasões dos ministérios, subindo as escadarias da
Assembleia da República, fazendo greves todos os dias e combatendo as suas
próprias empresas levando-as ao encerramento.
A UGT nunca pediu a
demissão do Governo, nem o irá fazer.
Não se pode deixar de reconhecer tamanha clareza e desassombro
por parte de tamanho traidor, cujo discurso mostra inequivocamente a existência
de um pacto firmado com o governo e as confederações patronais, pelo qual
veremos, a partir de agora, os correlegionários do Sr. Silva da UGT na primeira
fila da repressão dos trabalhadores nos
campos de batalha contra os fautores da tentativa de liquidação do
movimento operário e popular e da soberania nacional.
Silva percebeu depressa que só conseguirá um bom tacho no final
do seu mandato, se mostrar já aos seus amos, a exemplo do seu antecessor
Proença, que o capital e o seu governo podem contar com ele para boicotar as
greves, sabotar as lutas e garantir a estabilidade
do país.
Para os operários e trabalhadores que se encontram
sindicalizados nos sindicatos que integram a UGT não é possível a partir de
agora invocar quaisquer ilusões ou equívocos a respeito das intenções de
dirigentes desta laia.
Sob pena de traírem a classe a que pertencem, cabe-lhes mostrarem
a sua disposição de, contra tudo e contra todos, prosseguirem no combate pelo
derrubamento deste governo de traição nacional e aderirem a todas as formas de
organização e de luta por esse objectivo.
Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/959-a-linha-de-traicao-na-direccao-da-ugt-um-silva-a-altura-de-um-proenca
Sem comentários:
Enviar um comentário