sábado, 25 de janeiro de 2014

A linha de traição na direcção da UGT

Um Silva à altura de um Proença.

Como se sabe, o anterior secretário-geral da UGT , João Proença, não quis abandonar a direcção desta central sindical sem selar com o governo de traição nacional e com os capitalistas portugueses e a tróica o mais vergonhoso dos acordos de traição aos trabalhadores, acto esse usado pela coligação PSD/CDS para alardear um inexistente apoio social alargado à sua política de submissão aos ditames dos grandes grupos financeiros.

E Proença foi naturalmente compensado por essa traição, ao ser recrutado para assessor do sabujo Durão Barroso na Comissão Europeia, sendo que também a actual direcção do PS não desperdiçou o que considera um trunfo para um futuro compromisso de salvação nacional com o PSD e o CDS.

Com a escolha de Carlos Silva para o lugar do traidor Proença, surgiu a ideia ilusória, alimentada por algumas posições iniciais do próprio neófito secretário da UGT, de que esta central sindical iria inverter a sua posição no que concerne à luta contra as medidas anti-operárias deste governo.

Todos os que assim pensaram, ficam agora definitivamente cientes de se tratava de puro e rotundo engano . É que Proença fez escola e o pupilo que indigitou para lhe suceder não podia desmerecer do mestre.

Mas, então, o que leva a esta conclusão?
As mais recentes e lapidares declarações do sindicalista Senhor Silva:

Não é pela agitação que resolvemos as coisas. Não é por greves todos os dias que se resolvem os problemas dos trabalhadores.
A UGT é hoje um referencial de estabilidade para o país. É à mesa das negociações com o Governo, com os vários ministros, secretários de Estado e empresários que temos conseguido encontrar soluções.
Estamos mais preocupados em formar e qualificar trabalhadores do que lançá-los para os campos de batalha, para as invasões dos ministérios, subindo as escadarias da Assembleia da República, fazendo greves todos os dias e combatendo as suas próprias empresas levando-as ao encerramento.
A UGT nunca pediu a demissão do Governo, nem o irá fazer.

Não se pode deixar de reconhecer tamanha clareza e desassombro por parte de tamanho traidor, cujo discurso mostra inequivocamente a existência de um pacto firmado com o governo e as confederações patronais, pelo qual veremos, a partir de agora, os correlegionários do Sr. Silva da UGT na primeira fila da repressão dos trabalhadores nos campos de batalha contra os fautores da tentativa de liquidação do movimento operário e popular e da soberania nacional.

Silva percebeu depressa que só conseguirá um bom tacho no final do seu mandato, se mostrar já aos seus amos, a exemplo do seu antecessor Proença, que o capital e o seu governo podem contar com ele para boicotar as greves, sabotar as lutas e garantir a estabilidade do país.

Para os operários e trabalhadores que se encontram sindicalizados nos sindicatos que integram a UGT não é possível a partir de agora invocar quaisquer ilusões ou equívocos a respeito das intenções de dirigentes desta laia.

Sob pena de traírem a classe a que pertencem, cabe-lhes mostrarem a sua disposição de, contra tudo e contra todos, prosseguirem no combate pelo derrubamento deste governo de traição nacional e aderirem a todas as formas de organização e de luta por esse objectivo.



Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/959-a-linha-de-traicao-na-direccao-da-ugt-um-silva-a-altura-de-um-proenca








Sem comentários:

Enviar um comentário