Cada vez se compreende melhor a feroz oposição que o governo
tem feito a que haja um mísero aumento de 35 euros no salário mínimo nacional,
apesar da exigência feita pelas Centrais Sindicais e a anuência da maioria das
Confederações patronais.
Claro que a principal razão para essa oposição se radica na
política de empobrecimento que a tróica germano-imperialista tem ditado ao
governo dos serventuários Coelho e Portas, tutelado por Cavaco. Mas, demonstrando
a natureza de novos negreiros eis que o executivo faz publicar, no último dia
do ano de 2013, uma portaria que prevê que milhares de trabalhadores
portugueses no desemprego possam passar a auferir da regalia de receberem um salário de 419,22 euros como pagamento de trabalho
socialmente necessário!!!
Isto é, em troca de oito horas de trabalho diário, permanente
e obedecendo a uma hierarquia, os trabalhadores no desemprego há mais de um ano
e que não recebam subsídio de desemprego e integrem uma família monoparental ou
na qual o outro cônjuge também se encontre desempregado, vão poder integrar os
programas ocupacionais que o Instituto do Emprego e da Formação
Profissional – a actual plataforma de gestão da escravidão laboral – está a
implementar e que visam fazer face a
situações de exclusão e risco social!!!
Com esta medida, visto que a partir de agora se alarga a
empresas privadas a possibilidade de recorrerem a este banco de trabalho escravo organizado pelo próprio estado, é o
próprio governo que vem demonstrar a verdadeira razão pela qual se tem oposto
ao aumento de 485 para 520 euros no salário mínimo. Porque é parte interessada
em que nem o actual valor para o salário mínimo seja pago!
Interessada na criação de um exército de trabalhadores que
se sujeitem a trabalhar por um salário de miséria para, com a sua família,
fugirem à condição de fome e pobreza
para a qual as medidas terroristas e fascistas impostas pelo governo de traição
nacional estão a atirar o povo a fim de o obrigar a pagar uma dívida que não
contraíram e da qual não retiraram qualquer benefício, de forma a que estes
trabalhadores não se sintam frustrados
ao ponto de virem a provocar desacatos
sociais.
Ao mesmo tempo que se servem desta massa de trabalhadores
escravos para exercer pressão sobre aqueles que estão a auferir elevados salários na perspectiva da
tróica germano-imperialista, que quer impor a Portugal um modelo de trabalho
intensivo, pouco qualificado e mal remunerado, isto é, fazer do país uma
espécie de paraíso asiático da mão de obra barata na Europa para engordar ainda
mais os lucros dos grandes grupos financeiros, bancários e industriais
europeus, com a Alemanha à cabeça.
Os exemplos de que é necessário e urgente o derrube deste
governo que se presta a ser o novo negreiro da Europa são profusos. Assim como
é cada vez mais clara a necessidade da constituição de um governo democrático
patriótico cuja primeira medida seja, no mínimo, decretar a suspensão do
pagamento da dívida e começar a preparar a saída de Portugal do euro e da União
Europeia.
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