quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Os juros descem, mas a pressão da corda que sufoca o povo não alivia!

O povo está a ser sufocado, apesar de o governo querer fazer passar a ideia de que a pressão do nó na corda que é utilizada para o enforcar está a ser aliviada. É basicamente esta a formulação em que assenta a fábula do crescimento e do milagre económico que agora, pela mão do governo de traição nacional, conhece mais um episódio positivo com os juros da recente venda de títulos da dívida a apresentar uma taxa inferior a 5% nos empréstimos a 10 anos!

Por mais de uma vez demonstrámos que, destruído o tecido produtivo nacional – indústria, pescas e agricultura – e sendo Portugal obrigado a importar mais de 80% daquilo de que necessita para alimentar o povo e gerar economia, era insustentável compaginar um crescimento da economia – a dita recessão – com juros deste teor e grandeza.

O resultado desta política é que, como se está a verificar, apesar dos sucessivos milagres económicos anunciados com pompa e circunstância a dívida não cessa de aumentar sendo que, dos 50% de aumento que sofreu no período de 2010 a 2012,  mais de metade desse crescimento se veio a verificar na vigência do governo de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco.

Qualquer economista burguês sabe que a economia, em sistema capitalista, nunca poderá ter uma taxa de crescimento inferior às taxas de juro que são pagas, caso contrário a dívida soberana – que não passa de um instrumento que serve para um país ou conjunto de países subjugar outro ou outros países -, além de crescer progressivamente e de forma insustentável, torna-se impagável!

O facto de as taxas de juro serem de 7 ou 8%, ou baixarem para 4,9%, num quadro de recessão económica ou de frágil crescimento como asseguram que está a acontecer, é absolutamente irrelevante. Sem autonomia orçamental, que não deriva da aplicação do Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista, mas do articulado do Tratado de Lisboa, mormente no capítulo do Tratado Orçamental, que PS, PSD e CDS subscreveram e aplaudiram, sem autonomia fiscal e cambial que a sujeição ao euro – que mais não é do que o marco travestido - implica, é impossível regular da forma que melhor sirva os interesses do povo e da soberania económica do país a chamada dívida soberana.

Dívida que, ademais, não foi contraída pelo povo português mas que, no entanto, não tendo em nada dela beneficiado, se vê agora confrontado com um autêntico genocídio fiscal, a par da destruição do que resta do tecido produtivo, da venda a retalho e a preços de saldo do que resta dos activos e empresas públicas, à custa do agravamento das condições de vida dos trabalhadores, do povo, dos reformados e pensionistas, dos desempregados e precários. Uma dívida que tem na génese uma gigantesca trafulhice jurídico-política de que os casos mais paradigmáticos são as PPP’s e o BPN. Uma dívida que tem enchido os bolsos de uns poucos e carregado de fome e miséria muitos trabalhadores e elementos do povo.


Só um governo democrático patriótico cujas primeiras medidas sejam a recusa do pagamento da dívida e preparar o país para a saída do euro, um governo ao serviço dos interesses do povo e de quem trabalha que sujeitará a referendo a permanência de Portugal na União Europeia, poderá inverter as consequências das medidas terroristas e fascistas que o governo de serventuários de Coelho, Portas e Cavaco está a aplicar para executar as instruções dos seus patrões, os grandes grupos financeiros, bancários e industriais, com os alemães à cabeça.

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