O povo está
a ser sufocado, apesar de o governo querer fazer passar a ideia de que a
pressão do nó na corda que é utilizada para o enforcar está a ser aliviada. É basicamente esta a formulação
em que assenta a fábula do crescimento e
do milagre económico que agora, pela
mão do governo de traição nacional, conhece mais um episódio positivo com os juros da recente venda
de títulos da dívida a apresentar uma taxa inferior a 5% nos empréstimos a 10
anos!
Por mais de
uma vez demonstrámos que, destruído o tecido produtivo nacional – indústria,
pescas e agricultura – e sendo Portugal obrigado a importar mais de 80% daquilo
de que necessita para alimentar o povo e gerar economia, era insustentável
compaginar um crescimento da economia
– a dita recessão – com juros deste teor e grandeza.
O resultado
desta política é que, como se está a verificar, apesar dos sucessivos milagres económicos anunciados com pompa
e circunstância a dívida não cessa de aumentar sendo que, dos 50% de aumento
que sofreu no período de 2010 a 2012,
mais de metade desse crescimento se veio a verificar na vigência do
governo de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco.
Qualquer
economista burguês sabe que a economia, em sistema capitalista, nunca poderá
ter uma taxa de crescimento inferior às taxas de juro que são pagas, caso
contrário a dívida soberana – que não passa de um instrumento que serve para um
país ou conjunto de países subjugar outro ou outros países -, além de crescer
progressivamente e de forma insustentável, torna-se impagável!
O facto de
as taxas de juro serem de 7 ou 8%, ou baixarem para 4,9%, num quadro de
recessão económica ou de frágil crescimento como asseguram que está a
acontecer, é absolutamente irrelevante. Sem autonomia orçamental, que não
deriva da aplicação do Memorando de Entendimento com a tróica
germano-imperialista, mas do articulado do Tratado de Lisboa, mormente no
capítulo do Tratado Orçamental, que
PS, PSD e CDS subscreveram e aplaudiram, sem autonomia fiscal e cambial que a
sujeição ao euro – que mais não é do que o marco travestido - implica, é
impossível regular da forma que melhor sirva os interesses do povo e da
soberania económica do país a chamada dívida
soberana.
Dívida que,
ademais, não foi contraída pelo povo português mas que, no entanto, não tendo
em nada dela beneficiado, se vê agora confrontado com um autêntico genocídio
fiscal, a par da destruição do que resta do tecido produtivo, da venda a
retalho e a preços de saldo do que resta dos activos e empresas públicas, à
custa do agravamento das condições de vida dos trabalhadores, do povo, dos reformados
e pensionistas, dos desempregados e precários. Uma dívida que tem na génese uma
gigantesca trafulhice jurídico-política de que os casos mais paradigmáticos são
as PPP’s e o BPN. Uma dívida que tem enchido os bolsos de uns poucos e
carregado de fome e miséria muitos trabalhadores e elementos do povo.
Só um
governo democrático patriótico cujas primeiras medidas sejam a recusa do pagamento
da dívida e preparar o país para a saída do euro, um governo ao serviço dos
interesses do povo e de quem trabalha que sujeitará a referendo a permanência
de Portugal na União Europeia, poderá inverter as consequências das medidas
terroristas e fascistas que o governo de serventuários de Coelho, Portas e
Cavaco está a aplicar para executar as instruções dos seus patrões, os grandes
grupos financeiros, bancários e industriais, com os alemães à cabeça.
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