Face às
medidas terroristas e fascistas contidas na Lei do Orçamento de Estado para
2014, propostas pelo governo de traição nacional protagonizado por Coelho e
Portas e caucionadas por Cavaco Silva, cresce entre os operários, os
trabalhadores e o povo em geral o
sentimento de que só estão dispostos aos sacrifícios necessários à libertação
do trabalho do jugo do capital.
Perante esta
vontade, perante a determinação na luta já demonstrada, quer pelos combativos
trabalhadores dos transportes, quer pelos trabalhadores da estiva, do sector
das comunicações, da função pública e muitos outros, as Centrais Sindicais têm-se
limitado a promover Quinzenas de Luta, manifestações ou paralisações parciais.
Quando
confrontadas com as razões pelas quais adoptam e impõem aos trabalhadores estas
formas mais recuadas de luta, normalmente adoptam o argumento absolutamente
oportunista de não quererem sobrecarregar o já tão roubado salário aos
trabalhadores com a convocação de greves gerais, devendo em sua opinião ser
essa a última arma de que os trabalhadores devem lançar mão na sua luta contra
o capital.
Nada de mais
oportunista e vesgo. A Greve Geral nunca deve ser encarada como a última das armas a que os trabalhadores
devem recorrer mas sim a primeira. Quanto aos argumentos economicistas tão caros a toda a sorte de oportunistas nada como,
através de um simples exercício matemático, desmontar a falácia desses
argumentos.
Tomando por
base um salário médio bruto de mil euros mensais, as medidas terroristas e
fascistas contidas na Lei do Orçamento do Estado para 2014 apresentada por este
governo de traição nacional, representarão um roubo entre 2.000 a 2.400 euros
por ano no rendimento de quem trabalha, roubo ao qual não escapam, sequer, os
reformados e pensionistas!
O que,
associado a outras medidas tais como aumento do IVA, o aumento das taxas
moderadoras, os aumentos nos transportes, o aumento das custas da justiça e do
ensino, etc., em simultâneo com os cortes no acesso a prestações sociais, e que
vão do rendimento mínimo garantido ao subsídio de desemprego passando pelo
abono de família, configuram aquilo que denunciámos como um quadro de autêntico
genocídio fiscal praticado sobre o povo por este governo de serventuários.
Ora, fazer
uma greve geral de, digamos, 3 dias, apesar de constituir um sacrifício
adicional de cerca de 90 a 100 euros – o que, se necessário, multiplicado por 2
ou 3 greves representaria, ainda assim entre 270 a 300 euros num ano - para um
trabalhador com o salário médio que se indica no início desta nota, é incomparavelmente menor do que o roubo a que está a ser sujeito.
Em
contrapartida, o rombo que uma greve geral implicaria na acumulação
capitalista, se uma greve geral de três ou mais dias – ou os dias que fossem
necessários até ao derrube deste governo – fosse avante, seria de dimensões
épicas para o capital e para os grandes grupos financeiros e bancários cujos
interesses a tróica germano-imperialista representa, bem como para o governo de
serventuários que aplica as medidas que esta lhe dita.
Estes Migueis de Vasconcelos que preferem vender o povo no altar de uma dívida que
ele não contraiu, nem dela retirou qualquer benefício, uma dívida que é uma
forma de acumulação capitalista, uma renda mortífera imposta à custa da miséria
e do desemprego para o povo, para que os grandes grupos financeiros, bancários
e industriais possam engordar e progredir, só conhecem uma linguagem. E essa é
a da luta firme e coerente dos trabalhadores e das suas organizações de classe.
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