segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Contra o oportunista argumento dos custos de uma Greve Geral!

Face às medidas terroristas e fascistas contidas na Lei do Orçamento de Estado para 2014, propostas pelo governo de traição nacional protagonizado por Coelho e Portas e caucionadas por Cavaco Silva, cresce entre os operários, os trabalhadores e  o povo em geral o sentimento de que só estão dispostos aos sacrifícios necessários à libertação do trabalho do jugo do capital.

Perante esta vontade, perante a determinação na luta já demonstrada, quer pelos combativos trabalhadores dos transportes, quer pelos trabalhadores da estiva, do sector das comunicações, da função pública e muitos outros, as Centrais Sindicais têm-se limitado a promover Quinzenas de Luta, manifestações ou paralisações parciais.

Quando confrontadas com as razões pelas quais adoptam e impõem aos trabalhadores estas formas mais recuadas de luta, normalmente adoptam o argumento absolutamente oportunista de não quererem sobrecarregar o já tão roubado salário aos trabalhadores com a convocação de greves gerais, devendo em sua opinião ser essa a última arma de que os trabalhadores devem lançar mão na sua luta contra o capital.

Nada de mais oportunista e vesgo. A Greve Geral nunca deve ser encarada como a última das armas a que os trabalhadores devem recorrer mas sim a primeira. Quanto aos argumentos economicistas tão caros a toda a sorte de oportunistas nada como, através de um simples exercício matemático, desmontar a falácia desses argumentos.

Tomando por base um salário médio bruto de mil euros mensais, as medidas terroristas e fascistas contidas na Lei do Orçamento do Estado para 2014 apresentada por este governo de traição nacional, representarão um roubo entre 2.000 a 2.400 euros por ano no rendimento de quem trabalha, roubo ao qual não escapam, sequer, os reformados e pensionistas!

O que, associado a outras medidas tais como aumento do IVA, o aumento das taxas moderadoras, os aumentos nos transportes, o aumento das custas da justiça e do ensino, etc., em simultâneo com os cortes no acesso a prestações sociais, e que vão do rendimento mínimo garantido ao subsídio de desemprego passando pelo abono de família, configuram aquilo que denunciámos como um quadro de autêntico genocídio fiscal praticado sobre o povo por este governo de serventuários.

Ora, fazer uma greve geral de, digamos, 3 dias, apesar de constituir um sacrifício adicional de cerca de 90 a 100 euros – o que, se necessário, multiplicado por 2 ou 3 greves representaria, ainda assim entre 270 a 300 euros num ano - para um trabalhador com o salário médio que se indica no início desta nota, é incomparavelmente menor do que o roubo a que está a ser sujeito.

Em contrapartida, o rombo que uma greve geral implicaria na acumulação capitalista, se uma greve geral de três ou mais dias – ou os dias que fossem necessários até ao derrube deste governo – fosse avante, seria de dimensões épicas para o capital e para os grandes grupos financeiros e bancários cujos interesses a tróica germano-imperialista representa, bem como para o governo de serventuários que aplica as medidas que esta lhe dita.


Estes Migueis de Vasconcelos que preferem vender o povo no altar de uma dívida que ele não contraiu, nem dela retirou qualquer benefício, uma dívida que é uma forma de acumulação capitalista, uma renda mortífera imposta à custa da miséria e do desemprego para o povo, para que os grandes grupos financeiros, bancários e industriais possam engordar e progredir, só conhecem uma linguagem. E essa é a da luta firme e coerente dos trabalhadores e das suas organizações de classe.

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