Um espesso realismo?!
Ao anunciar as conclusões das 8ª e 9ª avaliações que a
tróica germano-imperialista veio realizar ao seu protectorado, o vice-primeiro ministro Paulo Portas, que
protagoniza a traição nacional com os seus parceiros Coelho e Cavaco,
acompanhado da ministra das finanças e do fuinha e secretário de estado Moedas, congratulou-se
com um
espesso realismo que terá estado na base da receita do invasor para
mais austeridade para 2014.
Tentando fazer crer que se até à data o governo de traição
nacional que integra e protagoniza esteve de costas viradas para o povo e de
braços abertos para o impiedoso credor, personificado na figura da tróica,
desta vez terá feito precisamente o contrário e enfrentado os ditames da dita, nem assim o feirante Portas
conseguiu iludir que, uma vez mais, foi com servil humilhação que o seu governo
aceitou todas as imposições que lhe foram ditadas.
E nem uma referência absolutamente imbecil a uma prova de
atletismo, comparando o percurso que o seu governo, a mando da tróica
germano-imperialista, impôs aos trabalhadores e ao povo português, uma prova de
velocidade em que das 13 voltas à pista de tartan,
faltariam agora completar 3, iludiu o facto de que, já no próxima Lei do Orçamento
para 2014, o que se pode esperar é:
·
A continuação do genocídio fiscal sobre o povo e
quem trabalha
·
O agravamento do déficit e da dívida que o resgate previsto no Memorando de Entendimento que PS, PSD e CDS subscreveram com a
tróica germano-imperialista era suposto resolver
·
Aumento imparável do desemprego
·
Continuação e agravamento da recessão
·
Prosseguimento do desbragado ataque e destruição
do Serviço Nacional de Saúde e do acesso à Educação
·
O exponenciar de uma estratégia de despedimentos
em massa de trabalhadores na Função Pública, procurando novas fórmulas que o
Tribunal Constitucional possa aceitar ou, como já fez noutras ocasiões, possa a
elas fechar os olhos e lavar as mãos como Pilatos
·
Destruição do pouco tecido produtivo que
resistiu à hecatombe provocada pela
chantagem da dívida e dos subsídios da CEE e da União Europeia
·
Venda dos poucos activos e empresas públicas
estratégicas que restam
Não se tratou, pois, de um espesso realismo o que ficou
evidenciado nesta conferência de
imprensa, mas sim de uma aberta confissão da falência de uma política que
mais não fez do que agravar o déficit e a dívida, o desemprego, a destruição
das forças produtivas, foi a confirmação que esta dívida, para além de ilegal,
ilegítima e odiosa, é IMPAGÁVEL!
E nem o facto de o deslumbrado
Cavaco (para não ofender os que sofrem de atraso mental), mesmo lá longe na
Suécia, com a sua teoria do masoquismo que terá tomado conta de alguns
opinadores e ideólogos de meia tigela, por considerarem insustentável a dívida por causa das taxas de juro de mais de 7%
que estão a ser cobradas, ajuda Coelho e Portas a escamotearem a realidade.
De facto ela é espessa, a realidade. De facto é cada vez mais
necessário que uma ampla frente democrática e patriótica se constitua para
derrubar este governo de traição nacional e correr com a tróica
germano-imperialista do país, uma frente que que leve à formação de um governo
que prepare Portugal para a saída do euro e da União Europeia – instrumentos
que têm levado o país à condição de protectorado e colónia - , recupere o
tecido produtivo destruído por toda a sorte de serventuários que há cerca de 4
décadas se alcandorou ao poder e tire proveito das condições geoestratégicas únicas do país.
Realismo é demonstrar, com a espessura necessária, o abismo
que existe entre aqueles que defendem que Portugal não passa de um país
periférico, amarrando o povo a uma estratégia de submissão e colonização para
servir interesses dos grandes grupos financeiros e bancários – com os alemães à
cabeça - e os que, como nós, defendem que Portugal não é um país periférico.
É, isso sim, um país que com um plano criterioso de investimentos tem
condições para vir a ser a porta de entrada e saída do essencial das
mercadorias de e para a Europa e aproveitar as vantagens competitivas que daí advêm.
Desde logo a recuperação dos nossos portos, da indústria naval onde possuímos
um vasto know how, do sector da
metalomecânica e metalurgia, do sector mineiro (possuímos os maiores jazigos de
ferro da Europa), da indústria das pescas e derivados, da agricultura não
sujeita a quotas que liquidam os produtores e as produções nacionais.
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