Hoje, dia 12 de Outubro, comemoram-se 41 anos sobre o
assassinato do camarada Ribeiro Santos, baleado por um esbirro da antiga
polícia política do regime fascista de Salazar e Marcelo Caetano, nas
instalações da Faculdade de Ciências Económicas e Financeiras de Lisboa, quando decorria um
Plenário de Estudantes e estes identificaram o esbirro assassino. Assassinato
que contou com a prestimosa colaboração dos revisionistas do PCP da direcção da
Associação de Estudantes daquela faculdade, que se interpuseram contra a
decisão de dar, ali mesmo, o justo correctivo ao canalha, permitindo, assim,
que este tivesse tempo de sacar a arma que abateu o nosso querido camarada.
Três anos depois deste assassinato, e já após o 25 de Abril
de 1974, precisamente no dia 9 de Outubro, quando encabeçava uma brigada de
militantes do PCTP/MRPP que colava, na Praça do Comércio, em Lisboa, cartazes a
convocar a classe operária e o povo para a merecida e justa homenagem ao
camarada Ribeiro Santos, foram abordados por uma numerosa quadrilha de cobardes
energumenos pertencentes ao grupelho neo-revisionista, a UDPide, hoje integrada
no BE, que, apesar de alertados para o facto de ele não saber nadar, o
agrediram e atiraram ao rio Tejo.
Alexandrino de Sousa, um camarada temperado na luta, um
camarada que tinha sido brutalmente agredido pelos famigerados gorilas da Faculdade de Direito que
frequentava e depois entregue à PIDE que o sujeitou a várias semanas de tortura
do sono, tendo sempre a postura revolucionária de não falar e nada revelar,
veio a falecer em consequência de afogamento, um miserável assassinato que a
justiça nunca investigou, apesar de se conhecerem os seus autores que, assim,
escaparam à condenação que, obviamente, a classe operária e os trabalhadores
portugueses, quando estiverem no poder, não se furtarão de a aplicar.
Hoje, pelas 15 horas, um numeroso grupo de camaradas
deslocou-se ao Cemitério da Ajuda para prestar uma justa homenagem ao seu
passado de luta contra a repressão, a favor da Liberdade, da Democracia, do
Pão,da Independência Nacional, cuja bandeira eles sempre souberam elevar e por
esses princípios deram a sua própria vida.
Admitimos que a memória dos camaradas Ribeiro Santos e
Alexandrino Sousa, bem como o seu exemplo de luta, possam ser celebradas por
elementos do povo que não militam no partido sob cuja bandeira foi derramado o
seu sangue. Admitimos que alguns elementos que, no passado, fizeram parte das
fileiras do PCTP/MRPP, ou foram simpatizantes do Partido, não querendo
integrar-se na romagem organizada por este, quisessem prestar essa
homenagem a uma hora distinta da anunciada e proposta pelo Partido.
Já não aceitamos que algumas dessas personagens, que
militaram ombro a ombro com Ribeiro Santos e Alexandrino Sousa, que deram o
peito às balas e à repressão fascista, denigram a sua memória colando à porta
do cemitério cartazes onde a melhor homenagem
que prestam aos nossos camaradas é o de desejar que a sua luta não tenha
sido em vão para que MELHORES DIAS sejam possíveis.
MELHORES DIAS?! O quê, referem-se ao estado do tempo, ao
facto de haver mais calor ou um frio mais intenso, ou à circunstância de o
vento soprar de forma mais violenta e destrutiva? Quer Ribeiro Santos, quer
Alexandrino de Sousa lutaram e pugnaram toda a sua vida pela transformação da
sociedade, pelo derrube e destruição do sistema capitalista – fosse na versão
fascista, fosse na versão de ditadura
democrática burguesa hoje dominante -, nunca pelo híbrido e dúbio, por MELHORES DIAS!
Quer Ribeiro Santos, quer Alexandrino de Sousa sabiam que
estamos envolvidos numa intensa, dura e prolonga luta de classes, que nada tem
a haver com o mirífico e pequeno burguês desejo de melhores dias. É por isso
que a sua luta ficará na memória de todos os revolucionários, também, pela sua
firmeza contra toda a sorte de oportunistas e compagnons de route que, ao longo da história, sempre se quiseram
servir do povo e não servir o povo!
Respeitar a memória de Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa
é prosseguir essa luta, sem desfalecimentos e, tal como eles, acreditar e lutar
pela consigna
O POVO VENCERÁ!
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