Decorreu este fim de semana, em Vilamoura, o II Forum Empresarial do Algarve, a maior
concentração por metro quadrado de beneficiários da política vende pátrias do
governo Coelho/Portas, tutelado por Cavaco.
Desde referências ao estado do doente – Portugal e a sua situação económica e financeira – até à
situação do resgate a que o país está
a ser sujeito, todos os oradores foram unânimes em defender a continuação de
hecatombe fiscal que se abate sobre os trabalhadores e o povo português.
Tudo para que o doente
possa, segundo estes faccínoras, sair da unidade
de cuidados intensivos em que se encontra internado e possa vir a beneficiar de um regime ambulatório, num programa de assistência cautelar mais consentâneo com
o desejo de, apesar de ainda não
estar curado, poder continuar a ser monitorizado sem, contudo, estar confinado a um prolongado internamento!
E quem botou faladura neste forum que mais se parecia com um
simpósio de médicos charlatães, autênticos vendedores de banha da cobra? Durão Barroso, Passos Coelho e um naipe de
banqueiros bem conhecidos pelas trafulhices jurídico-políticas em que estão
envolvidos.
Isto é, nada mais nada menos que o chefe do directório
europeu que funciona como autêntica marioneta dos interesses do imperialismo
germânico, secundado por Coelho, chefe do governo de serventuários que aplica,
a ferro e fogo, as medidas terroristas e fascistas que a chancelerina Angela
Merkel lhes dita, e os testas de ferro dos
bancos que, em Portugal, beneficiam de uma grossa fatia da agiotagem e roubo
praticados através da dívida e do seu pagamento, consubstanciado nos juros
faraónicos que cobram e que, a par das razões que contribuem para que a dívida
cresça de forma imparável, a torna … IMPAGÁVEL!
Não há volta a dar! Quando se sabe qual a origem da doença,
não são apenas os seus efeitos que é necessário atacar. Hoje já não basta, por
isso, afirmar que a nossa luta, a luta dos trabalhadores e do povo português, a
luta de democratas e patriotas, deva ser pelo NÃO PAGAMENTO da dívida. Há que
ir muito mais além. Há que romper com o que provoca a dívida, a mantém e
aprofunda. Há que lutar pela saída de Portugal do euro e da União Europeia.
É hoje cada vez mais claro – e este forum de empresários
serviu para ainda melhor o clarificar e evidenciar– que a sociedade portuguesa
está dividida em duas posições, antagónicas entre si:
·
De um lado aqueles que, como os empresários e
banqueiros que se reuniram no Algarve este fim de semana, advogam uma política
– que só a eles beneficia – de subserviência aos grandes grupos financeiros e
bancários europeus, com os alemães à cabeça, aqueles que tiraram proveito – e
continuam a tirar – da destruição do tecido produtivo português e de parte dos
juros faraónicos que obtêm à custa da dívida
·
Do outro, a esmagadora maioria do povo e dos
trabalhadores portugueses que, para além de não terem contraído esta dívida ou
dela retirado qualquer benefício, se vêm obrigados a pagá-la, num quadro em
que, fruto da política levada a cabo pelo bloco
central, de aliança entre PS e PSD – com o CDS por vezes pela trela –
Portugal se vê obrigado a importar mais de 80% daquilo que necessita para
sobreviver e gerar economia e impedido de beneficiar das suas vantagens de
partida, como é a sua posição geoestratégica única que o torna, não num país
periférico, como pretendem os novos colonizadores, mas num país que pode ser a
porta de entrada e de saída do essencial das mercadorias de e para a Europa.
Assim sendo, é mais fácil para o
povo e quem trabalha identificar quem, no seu seio, dizendo-se hipocritamente
contra a dívida, subscreve a ideia de Portugal se manter no euro e na União
Europeia – já para não falar desse pacto de agressão imperialista a que a União
Europeia está associada, que é a NATO - , precisamente os instrumentos de uma
política que agravam continuamente essa dívida e a tornam propositadamente
impagável.
Ou seja, exigir a renegociação ou
a reestruturação de uma dívida, no
quadro do euro e da União Europeia que são, por acção do imperialismo alemão
que domina ambas, os fautores da dívida, representa o mesmo que tentar curar um
doente de cancro com aspirinas. Representa iludir os trabalhadores e o povo
português com a possibilidade de ser o factor que induz a doença a facultar a sua cura,
num corpo exaurido de defesas
imunitárias!
Um país sem indústria, um país
sem agricultura, uma país sem uma política cambial e aduaneira autónomas,
torna-se um protectorado ou colónia das grandes potências, subserviente e sem
independência, tal como aconteceu com as ex-colónias quando eram dominadas pelo
regime colonialista e fascista, de Salazar e Marcelo Caetano.
É por isso que é inevitável e
urgente que uma ampla frente de democratas e patriotas se una em torno de
princípios para derrubar com a máxima urgência este governo de traição nacional
e assegurar a constituição de um governo democrático patriótico que se
pronuncie, não só pelo não pagamento da dívida mas, em simultâneo, com a saída
de Portugal do euro e da União Europeia.
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