Nada tenho contra a profissão de palhaço que considero muito
nobre e, sobretudo, anima a malta e massaja os espíritos mais assombrados pelas
agruras da vida. Não é desse tipo de palhaços e de palhaçadas que trato aqui
neste artigo.
É da palhaçada a que assistimos, representada por Maria Luis
Albuquerque, ocorrida numa recente passagem sua por Bruxelas, para estar
presente numa reunião de ministros das finanças da União Europeia, no âmbito do
Ecofin ou do Eurogrupo, tanto faz!
O gozo que a senhora tinha estampado no rosto constitui,
desde logo, uma provocação, pois o esgar que ostentava só pode ser explicado
pelo deslumbre de estar no centro, no olho do furacão que tem arrasado a Europa
do Sul, incluindo Portugal, e levado os seus povos a um crescente e inaudito
empobrecimento.
O ar da sua juvenil
e patética felicidade, a saltitar entre os seus pares, alguns deles porta-vozes
dos seus patrões e carrascos do povo português, contrasta com a infelicidade
que o genocídio fiscal que o governo que integra, seguindo os ditames da tróica
germano-imperialista e de um directório europeu dominado pelos interesses dos
grandes grupos financeiros, bancários e industriais, sobretudo alemães, tem
feito abater sobre os trabalhadores e o povo português.
E tão segura que parece estar! Julga, talvez, que estar
perto do poder é ter poder. Não sabe que, além de Roma não pagar a traidores, a
serventia é sempre encaminhada pelos patrões para a porta das traseiras quando
deixam de prestar com eficácia os serviços que lhes destacam.
Ao longo da história da humanidade, muitos foram os patetas
a pensar assim. Acreditam que trair os interesses do povo, favorecendo os poderosos, é um acto de que sairão
impunes e que pode eternizar-se. Haja uma qualquer alma piedosa que lembre a
ministra do que aconteceu ao Miguel de Vasconcelos e do que é que o povo lhe
reservou para pôr termo ao seu percurso de traidor nacional ao serviço da
dinastia dos Filipes da Espanha imperial!
Não sei, nem é relevante saber, se será isso que lhe vai
acontecer ou aos restantes ministros e tutores do governo que integra. Baleado,
encerrado num armário e atirado pela varanda abaixo! O que sei é que, no final,
do que a história falará é da sua miserável traição aos interesses dos
trabalhadores e do povo português, da sua traição à soberania e independência
nacional.
O que eu sei é que a memória de si e dos seus pares acabará
por esfumar-se, enquanto a memória da luta pelo derrube do governo de traição
nacional que integra e da constituição de um governo democrático patriótico que
restaure o tecido produtivo, a luta pela recusa em pagar uma dívida que não foi
contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício, a luta por
fazer Portugal sair do euro e da União Europeia para assegurar a restauração da
sua independência e soberania, essa luta sim, ficará gravada a letras de ouro e
sangue na memória colectiva do povo!
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