quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Retroactividade?!

No antro das políticas anti-patrióticas e anti-populares que dá pelo nome de Assembleia da República, discursou esta 4ª feira Zorrinho, o inefável líder de bancada do Partido dito Socialista sobre a clamorosa vitória do PS nas últimas eleições autárquicas.

Do chorrilho de declarações a vangloriar-se de uma vitória autárquica que assenta, por um lado, numa perda de 273.427 votos e, por outro, numa abstenção de cerca de 50%, fica uma frase paradigmática do que pode o povo contar da oposição do PS ao governo de traição nacional PSD/CDS, tutelado por Cavaco.

"O PS diz não ao corte retroactivo das pensões"! Ou seja, Seguro e a direcção do Partido Socialista não se opõem a que, fruto do Memorando de Entendimento que, com PSD e CDS, assinaram com a tróica germano-imperialista, as pensões dos reformados - do estado ou privados - sofram cortes. Opõem-se, tão somente, a que esses cortes tenham efeitos...RETROACTIVOS!

Caso para dizer que agora o povo português, os trabalhadores, os democratas e patriotas, compreendem porque é que o PS e a direcção de Seguro abandonaram de vez a reclamação do derrube do governo de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco, e a exigência de eleições legislativas antecipadas. É que este PS sabe que se vier a ser governo, na sequência dessas eleições,  teria de aplicar as mesmíssimas medidas que, com o PSD e CDS, aceitaram ao assinarem o Memorando de Entendimento com a tróica.


Ou seja, o problema para o PS e para Seguro não está nessas medidas, mas tão só no tempo, no modo e na intensidade para as aplicar. A natureza retroactiva da aplicação das mesmas não passa, pois, de um mero fait divers, de uma tentativa de deitar areia para os olhos do povo.

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