Não recuar, nem
pactuar! Os trabalhadores têm de manter o objectivo de derrubar este governo de
traição nacional!
Quando Arménio Carlos
anunciou que a direcção da CGTP à qual preside, tinha decidido realizar uma
manifestação cujo percurso se iniciaria na margem esquerda do Rio Tejo,
atravessando os manifestantes a ponte 25 de Abril, a pé, no próximo dia 19 do
corrente, imediatamente todos os partidos e plataformas cidadãs que se opõem ao
governo vende pátrias de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco, vislumbraram
nesta agenda política um simbolismo de assinalar e uma decisão de aplaudir.
É que, quando Cavaco era 1º ministro, foram precisamente os
acontecimentos e a repressão sobre a ponte, então registadas, que levaram ao
derrube do seu governo, tão fascista e terrorista como o que actualmente
apadrinha.
Ninguém esperaria, portanto, que a uma entrada de leão se
seguisse uma saída de…sendeiro!
Na perspectiva da relação de forças entre o capital e o
trabalho, o facto de uma Central Sindical afirmar que avança com uma acção de
massas, em determinados moldes, e depois recua perante falaciosos e obtusos
argumentos – que caiem pela base se atendermos ao facto de que já se realizaram
mais de 20 maratonas…a pé…sobre a ponte 25 de Abril – tem um significado
político de enorme importância.
Desde logo que concessões políticas deste jaez, pactuando
com o inimigo, poderão ter consequências para a luta dos trabalhadores e do
povo português pelo derrube deste governo, pela expulsão da tróica
germano-imperialista do nosso país e pela constituição de um governo
democrático patriótico que faça Portugal sair do euro e da União Europeia e se
recuse a pagar uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela
retirou qualquer benefício.
Para que os trabalhadores e o povo respondam maciçamente
aos apelos de mobilização para a luta – sejam quais forem as formas de luta -,
estes têm de reconhecer credibilidade e firmeza às direcções das organizações
que reclamam representá-los. Tal não se compagina com o que a direcção da CGTP
agora fez. Isto é, anunciar uma determinada forma de luta, explicando aos
trabalhadores os objectivos da mesma e, depois, apertada pelo torcionário
Macedo, o ministro das polícias, recuar e, pior do que isso, menorizar a
importância que inicialmente tinha conferido à forma de luta que tinha
proposto.
Sendo a questão central a mobilização dos trabalhadores e do
povo para o derrube deste governo de serventuários que mais não fazem do que
executar aquilo que o directório europeu e o BCE, estruturas dominadas pelo
imperialismo alemão, e o FMI, lhes ditou, teremos de fazer um grande esforço
para contrariar os danos que a direcção da CGTP provocou, a fim de que a quebra da sua credibilidade
não afecte a necessidade, oportunidade e objectivos desta luta.
Qualquer democrata e patriota que se preze sabe que, para
que os trabalhadores e o povo se mobilizem têm de reconhecer firmeza e
coerência na direcção da sua luta. Não é possível vislumbrar qualquer ciclo
revolucionário transformador da sociedade vingar com uma direcção política que,
com alguma frequência, como é o caso da CGTP, se apresenta com uma postura
errática, inconsequente e cobarde!
Continuando a ser essencial a unidade de todas as forças
susceptíveis de derrubar este governo fascista e terrorista, não podemos deixar
de observar – e teremos, colectivamente, de fazer esse balanço - como a massa
de sindicalizados diminuiu abruptamente nas últimas 3 décadas no nosso país.
Teremos de retirar desse facto a óbvia ilação de que tal se deveu à conciliação,
à hesitação, aos recuos e à deriva programática da CGTP. É que, de cada
vez que o PCP regista subidas eleitorais, logo a postura de partido responsável, regimental, emerge e
influencia todas as estruturas em que se envolve.
Para além da recorrente mobilização dos trabalhadores da
função pública e do vanguardista sector dos transportes, têm de ser reunidas as
condições para se produzir a grande vaga de fundo que se exige, e que tem de ter os trabalhadores do sector
privado envolvidos, bem como o que resta da classe operária a trabalhar em
grandes, pequenas ou médias empresas – públicas e privadas!
Não podendo nenhum trabalhador confiar na direcção da UGT, existe um cada vez maior número de trabalhadores que começa a descrer da direcção da CGTP. Não é certamente por acaso que, quando se trata de firmeza na luta venha imediatamente à memória dos trabalhadores, o exemplo de luta e firmeza de sindicatos como o SINDEM (um dos sindicatos representativos do sector operário do Metropolitano de Lisboa) ou do Sindicato dos Estivadores.
Não podendo nenhum trabalhador confiar na direcção da UGT, existe um cada vez maior número de trabalhadores que começa a descrer da direcção da CGTP. Não é certamente por acaso que, quando se trata de firmeza na luta venha imediatamente à memória dos trabalhadores, o exemplo de luta e firmeza de sindicatos como o SINDEM (um dos sindicatos representativos do sector operário do Metropolitano de Lisboa) ou do Sindicato dos Estivadores.
O que devemos salientar é que o que se impõe perante a
declaração de guerra que o governo, ao serviço do capital e da tróica
germano-imperialista, fez à classe
operária, aos trabalhadores, ao povo, a todos os democratas e patriotas, ao
impôr as normas contidas na Lei Geral do Orçamento de Estado (OE) para 2014, é
a convocatória imediata de uma Greve Geral de dois ou mais dias, mas de forma
concertada entre todas as organizações sindicais, políticas e sociais.
A exemplo, aliás, do que a Frente Comum dos sindicatos dos
trabalhadores da Função Pública fizeram, ao convocar para o próximo dia 8 de
Novembro uma Greve para este sector dos trabalhadores e a Plataforma dos
Sindicatos de Transportes e Comunicações, que agrega sindicatos da CGTP, UGT e
independentes, que marcou greves até 9 de Novembro, dia em que se realiza uma
manifestação dos trabalhadores do sector dos transportes.
A saída passa por caminhar na senda da constituição de
formas organizativas eficazes e firmes para derrubar o governo de traição
nacional Coelho/Portas, e do seu tutor Cavaco, visto que ficou já demonstrado
que nunca será a CGTP ou qualquer partido, de forma isolada ou tentando impôr a
sua liderança, que conseguirá alcançar esse objectivo político central e cada
vez mais urgente.
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