Decisão ilegal de António Costa compromete salários
dos trabalhadores
Num
manifesto desprezo pela Constituição, o presidente da Câmara Municipal de
Lisboa, António Costa, há mais de um ano que vem tentando liquidar a Assembleia
Distrital de Lisboa (ADL), através do estrangulamento financeiro do referido
órgão, e lançar para o desemprego os seus trabalhadores.
Apesar
de a isso estar obrigada, por força do artigo 14.º do decreto-lei n.º 5/91,
de 8 de Janeiro, a
Câmara Municipal de Lisboa, a mando deste senhor, deixou de prestar o pagamento
da quota mensal devida de 4.480 euros -valor que representa 27% no orçamento
anual da ADL, mas uns ínfimos 0,01% do orçamento municipal - à
Assembleia Distrital de Lisboa, tendo uma dívida acumulada de 98.570 euros para
com aquele órgão, o que o coloca numa situação de ruptura financeira e
leva a sua Comissão de Trabalhadores a denunciar que estão em causa não só os
postos de trabalho como os salários dos funcionários da ADL.
Não
certamente por acaso, os vencimentos dos trabalhadores têm sido assegurados –
apesar de alguns atrasos – pelas quotas das restantes autarquias que integram
este órgão. Só o vencimento de uma das funcionárias – precisamente aquela que
confronta sem medo a atitude arrogante e discricionária de António Costa – é
que não recebe salário desde Agosto.
Esta atitude, em nosso entender, é bem reveladora do apetite de António Costa em controlar e dominar, se não todas, a esmagadora maioria das estruturas autárquicas no distrito de Lisboa, não se coibindo de todo o tipo desmando anti-democráticos para atingir esses fins.
E isto apesar de, como denuncia a Comissão de Trabalhadores da ADL, ser um manifesto atropelo à lei esta sua atitude. O que António Costa ensaia com esta manobra é o negar do princípio de que "a participação de qualquer município do distrito na ADL não configura uma questão opcional mas sim legal", ao mesmo tempo que releva arrogantemente o facto de que "os valores (a pagar) pelos municípios foram aprovados em sede de reunião da ADL".
Se isto é assim quanto a uma estrutura como a ADL que
agrega cerca de 50 órgãos autárquicos – desde Câmaras e Assembleias Municipais
a Juntas de Freguesia -, uma estrutura que é uma entidade supra municipal
deliberativa onde, para além do PS estão representadas outras forças políticas,
sejam partidos sejam plataformas independentes -, imagine-se como será o seu relacionamento e apetite de domínio e
manipulação relativamente a outras estruturas, como sejam a Região Especial de Lisboa ou os órgãos – deliberativo e executivo – da Área Metropolitana de Lisboa!
António Costa, seja através da sua política de chantagem sobre a ADL e os seus trabalhadores, seja pela arrogância que demonstra face às restantes forças políticas autárquicas, em nada difere do comportamento exibido por PSD e CDS quando tentam impôr, através das sucessivas Leis Gerais do Orçamento Geral do Estado, normas terroristas e fascistas que colidem com a constituição que juraram defender.
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