Começa a ser exaustiva e recorrente a denúncia que se faz daqueles que tentam induzir o povo e quem trabalha de que a única saída para
contrariar as medidas terroristas e fascistas que o governo de serventuários de
Coelho e Portas, tutelado por Cavaco, impõem todos os dias ao povo para que
este pague uma dívida que não contraiu e da qual não retirou qualquer
benefício, é o recurso ao Tribunal Constitucional.
E aí está mais um episódio da ópera bufa! Esta
segunda-feira, 25 de Novembro, por uma escassa maioria de sete contra seis
conselheiros, o Tribunal Constitucional decidiu considerar constitucionalmente
admissível o roubo do trabalho e do salário que este governo de traição
nacional impôs aos trabalhadores da função pública, aumentando a sua carga
horária semanal de 35 para 40 horas, invocando o princípio da regularização da divergência de horários existente entre
o sector público e o sector privado.
Escamoteando que, por um lado, o princípio constitucional
apenas dá uma indicação quanto aos limites máximos de carga horária passível de
ser praticada e, por outro, que este aumento corresponde – para além de
aspectos relacionados com a segurança – a 14% de roubo nos salários dos
trabalhadores da função pública.
O Tribunal Constitucional é um daqueles órgãos que integra a
superestrutura ideológica do estado burguês. Reflectindo as contradições no
seio daquela classe, umas vezes aparenta ser um nado-morto, outras alheado da
realidade circundante, a maior parte das vezes cumprindo o seu papel de fazer
pender para o lado da classe dominante a justiça
constitucional.
Não há pois que alimentar ilusões. A única saída passa por
uma ampla frente de trabalhadores e camadas populares se organizarem e exigirem
das suas estruturas de classe, mormente os sindicatos, a convocação imediata de
todas as greves gerais que forem necessárias, pelo tempo que for necessário,
até ao derrube deste governo e do seu mentor Cavaco, à expulsão da tróica
germano-imperialista.
Derrube que permitirá a constituição de um governo
democrático patriótico que, no mínimo, suspenda de imediato o pagamento desta
dívida ilegítima, ilegal e odiosa e prepare a saída de Portugal do euro e da
União Europeia, condição primeira para que recupere a sua soberania nacional e
implemente um programa económico ao serviço do povo.
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