quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Passos Coelho no Congresso das Comunicações:

O desespero de um traidor


O desespero está definitivamente instalado em S. Bento. Um dos líderes do governo de traição nacional, Passos Coelho – no que é secundado pelos outros dois, Cavaco e Portas – num discurso proferido esta 4ª feira na abertura do Congresso das Comunicações, realizado em Lisboa, veio lançar um tão pungente quão dramático  apelo à formação de “uma grande coligação entre todos os agentes, entre todos os portugueses”, que assegure a prossecução do espírito reformista, mesmo após o período que, abusivamente, consideram de pós-tróica.

A que se deve este desespero? Ao facto de este governo e os seus ministros, apesar da intensa e manipuladora campanha dos oito dias, oito sucessos económicos, prenunciadores do milagre económico que desejam fazer passar para a opinião pública e a opinião publicada, saberem que o processo de ajustamento no qual assenta o Memorando de entendimento que PS, PSD e CDS assinaram com a tróica germano-imperialista, não só não ter resolvido a questão do défice e da dívida como, bem pelo contrário, ter agravado todos os seus índices.

Todo este discurso prende-se, também, com a ida e respectivo discurso de Passos Coelho na sede do CES Conselho da concertação social) onde, em resposta à crescente reivindicação do aumento do salário mínimo nacional, a posição deste foi a de não aumentar o salário mínimo nacional, não deixando de ir à concertação prometer ponderar a eventualidade de lá para 2014 - sem compromisso - se mexer no salário mínimo. Mas sempre com a contrapartida de a concertação - leia-se traição - se estender ao resto do programa de fome já adoptado.

Por outro lado, o que estes serventuários pretendem alcançar com esta ampla coligação é a continuidade, para além de Junho de 2014, data acordada para o termo do programa de ajustamento, do efeito das medidas terroristas e fascistas que têm vindo a impor aos trabalhadores e ao povo português. Ora, na perspectiva desta gente, a reforma que pretendem assegurar tem de entrar em efectividade nos próximos 7 meses…e o tempo urge!

Quando falam de espírito reformista, o que estes traidores ao serviço dos interesses dos grandes grupos financeiros, bancários e industriais europeus, sobretudo alemães, estão a defender é que medidas que consubstanciam um ataque sem precedentes ao acesso do povo à saúde, à segurança social, à educação, a um transporte público de qualidade, percam a sua anunciada natureza provisória para passarem a ser definitivas, assim como, outras tantas medidas que se estão a traduzir no roubo do salário e do trabalho.

Acontece que esta canalha sabe que esse espírito reformista só poderá ser alcançado com o beneplácito do PS e de Seguro para se ultrapassarem algumas barreiras, frágeis que sejam, que a Constituição ainda vai colocando à execução dessas medidas terroristas e fascistas, tal como aconteceu no OE de 2013 e, tudo indica, virá a acontecer na Lei Geral do Orçamento de estado para 2014, aprovada na generalidade no parlamento.

E sabe, também, que a pseudo oposição firme e decidida de Seguro a este governo não passa de puro oportunismo eleitoral, pois quer o PS, quer o PSD ou o CDS, estão indelevelmente associados às pretensões e interesses que a tróica germano-imperialista deseja impor ao povo português e a quem trabalha. Daí o cortejar intenso que fazem à actual direcção do PS! Uma tentativa desesperada de quebrar as últimas e ténues resistências da virgem dama a um namoro prolongado!

Para os que ainda tiverem dúvidas àcerca da natureza do PS e de Seguro, veja-se o que se passa em França com o socialista François Hollande! Depois de promessas de oposição a Merkel e ao seu programa de colonização da Europa, depois de soluções que passariam pela implementação do crescimento e do emprego, veja-se a contestação crescente naquele país às políticas que este está a seguir e que, afinal, em nada diferem das que o salta-pocinhas Nicolas Sarkozy, valet de chambre de Merkel, aplicava. A avaliar pelo basbaque apoio que Seguro lhe deu durante o período eleitoral em França, podemos inferir do que esta gente tem para proporcionar ao povo e quem trabalha, assim venha a alcançar de novo o poder.

É preciso agarrar o futuro com as duas mãos, clama Passos Coelho. Tem toda a razão! Se para esta gente, o futuro é a continuação da destruição do que resta do tecido produtivo, a venda a pataco do que sobrou de empresas e activos estratégicos, o arrasar de todas as conquistas – no campo da segurança social, da educação, da saúde, da protecção no trabalho, etc. - , então faz sentido este apelo à união nacional de toda a contra-revolução!

Como faz sentido- pois a luta de classes continua a ser o motor da história -, que se construa uma ampla frente das camadas populares, dos trabalhadores, dos democratas e patriotas, dos intelectuais e da juventude estudantil e trabalhadora, para derrubar este governo de traidores e o seu mentor Cavaco e constituir um governo democrático patriótico que se recuse a pagar uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício.

E, se o tempo urge para este governo de traição nacional impor as reformas que melhor sirvam os seus patrões da tróica germano-imperialista, também urge para os trabalhadores e o povo português que devem exigir das organizações sindicais, dos partidos que reclamam defender os seus interesses, das plataformas sociais e de todos os democratas e patriotas, com ou sem filiação partidária, a organização, mobilização e direcção de todas as greves gerais que forem necessárias, pelo tempo que for necessário, até ao derrube deste governo e do seu programa de empobrecimento do povo português e liquidação da independência e soberania de Portugal.





Sem comentários:

Enviar um comentário