O desespero de um traidor
O desespero está definitivamente instalado em S.
Bento. Um dos líderes do governo de traição nacional, Passos Coelho – no que é
secundado pelos outros dois, Cavaco e Portas – num discurso proferido esta 4ª
feira na abertura do Congresso das Comunicações, realizado em Lisboa, veio
lançar um tão pungente quão
dramático apelo à formação de “uma grande coligação entre todos os agentes, entre todos os portugueses”,
que assegure a prossecução do espírito
reformista, mesmo após o período que, abusivamente, consideram de pós-tróica.
A que se deve este desespero? Ao facto de este governo
e os seus ministros, apesar da intensa e manipuladora campanha dos oito
dias, oito sucessos económicos, prenunciadores do milagre económico que desejam fazer passar para a opinião pública e
a opinião publicada, saberem que o processo
de ajustamento no qual assenta o Memorando de entendimento que PS, PSD e
CDS assinaram com a tróica germano-imperialista, não só não ter resolvido a
questão do défice e da dívida como, bem pelo contrário, ter agravado todos os
seus índices.
Todo este discurso prende-se, também, com a ida e respectivo
discurso de Passos Coelho na sede do CES Conselho da concertação social) onde,
em resposta à crescente reivindicação do aumento do salário mínimo nacional, a
posição deste foi a de não aumentar o salário mínimo nacional, não deixando de
ir à concertação prometer ponderar a eventualidade de lá para 2014 - sem
compromisso - se mexer no salário mínimo. Mas sempre com a contrapartida de a concertação - leia-se traição - se estender ao
resto do programa de fome já adoptado.
Por outro lado, o que estes serventuários pretendem
alcançar com esta ampla coligação é a
continuidade, para além de Junho de 2014, data acordada para o termo do programa de ajustamento, do efeito das
medidas terroristas e fascistas que têm vindo a impor aos trabalhadores e ao
povo português. Ora, na perspectiva desta gente, a reforma que pretendem assegurar tem de entrar em efectividade nos
próximos 7 meses…e o tempo urge!
Quando falam de espírito
reformista, o que estes traidores ao serviço dos interesses dos grandes
grupos financeiros, bancários e industriais europeus, sobretudo alemães, estão
a defender é que medidas que consubstanciam um ataque sem precedentes ao acesso
do povo à saúde, à segurança social, à educação, a um transporte público de
qualidade, percam a sua anunciada natureza provisória
para passarem a ser definitivas, assim como, outras tantas medidas que se estão
a traduzir no roubo do salário e do trabalho.
Acontece que esta canalha sabe que esse espírito reformista só poderá ser
alcançado com o beneplácito do PS e de Seguro para se ultrapassarem algumas
barreiras, frágeis que sejam, que a Constituição ainda vai colocando à execução
dessas medidas terroristas e fascistas, tal como aconteceu no OE de 2013 e,
tudo indica, virá a acontecer na Lei Geral do Orçamento de estado para 2014,
aprovada na generalidade no parlamento.
E sabe, também, que a pseudo oposição firme e decidida de Seguro a este governo não passa de
puro oportunismo eleitoral, pois quer o PS, quer o PSD ou o CDS, estão indelevelmente associados às pretensões e interesses que a tróica
germano-imperialista deseja impor ao povo português e a quem trabalha. Daí o
cortejar intenso que fazem à actual direcção do PS! Uma tentativa desesperada
de quebrar as últimas e ténues resistências da virgem dama a um namoro prolongado!
Para os que ainda tiverem dúvidas àcerca da natureza
do PS e de Seguro, veja-se o que se passa em França com o socialista François Hollande! Depois de promessas de oposição a
Merkel e ao seu programa de colonização da Europa, depois de soluções que passariam pela
implementação do crescimento e do
emprego, veja-se a contestação crescente naquele país às políticas que este
está a seguir e que, afinal, em nada diferem das que o salta-pocinhas Nicolas
Sarkozy, valet de chambre de Merkel,
aplicava. A avaliar pelo basbaque apoio que Seguro lhe deu durante o período
eleitoral em França, podemos inferir do que esta gente tem para proporcionar ao
povo e quem trabalha, assim venha a alcançar de novo o poder.
É preciso agarrar o futuro com as duas mãos, clama Passos Coelho. Tem toda a razão! Se para esta gente, o futuro é a
continuação da destruição do que resta do tecido produtivo, a venda a pataco do
que sobrou de empresas e activos estratégicos, o arrasar de todas as conquistas
– no campo da segurança social, da educação, da saúde, da protecção no
trabalho, etc. - , então faz sentido este apelo à união nacional de toda a contra-revolução!
Como faz sentido- pois a luta de classes continua a
ser o motor da história -, que se construa uma ampla frente das camadas
populares, dos trabalhadores, dos democratas e patriotas, dos intelectuais e da
juventude estudantil e trabalhadora, para derrubar este governo de traidores e
o seu mentor Cavaco e constituir um governo democrático patriótico que se
recuse a pagar uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela
retirou qualquer benefício.
E, se o tempo urge para este governo de traição
nacional impor as reformas que melhor sirvam os seus patrões da tróica
germano-imperialista, também urge para os trabalhadores e o povo português que
devem exigir das organizações sindicais, dos partidos que reclamam defender os
seus interesses, das plataformas sociais e de todos os democratas e patriotas,
com ou sem filiação partidária, a organização, mobilização e direcção de todas
as greves gerais que forem necessárias, pelo tempo que for necessário, até ao
derrube deste governo e do seu programa de empobrecimento do povo português e
liquidação da independência e soberania de Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário