terça-feira, 5 de novembro de 2013

Para a dívida pagar há que à fome o povo matar!

Há uns tempos atrás um daqueles banqueiros parasitas que viu o seu banco sobreviver graças à política terrorista e fascista deste governo de serventuários, apostado em levar à prática todos os ditames da tróica germano-imperialista, um tal Fernando Ulrich, afirmava provocatóriamente que o povo português, face ao roubo do seu trabalho e dos seus salários, ao inaudito aumento da carga fiscal, aos cortes nas chamadas prestações sociais, à crescente denegação do direito à justiça, à educação, à saúde, ao aumento de todos os bens e serviços essenciais, para pagar uma dívida que não havia contraído e da qual não havia retirado qualquer benefício, “ai aguenta…aguenta!”
Pois bem, agora no âmbito de uma das muitas sessões de esclarecimento que o governo de traição nacional está a realizar pelo país, a fim de convencer os trabalhadores e o povo a aderirem ao agravamento do genocídio fiscal que representa a Lei Geral do Orçamento de Estado para 2014, o ministro da destruição do que resta da educação pública, Nuno Crato, não querendo ficar atrás do imbecil Ulrich, defendeu esta segunda-feira, em Ovar, que o povo teria de trabalhar um ano sem comer, para que fosse paga na totalidade essa dívida!
Podem alguns considerar haver algum humor (seguramente negro) nestas declarações de Crato. O que é certo é que o governo que integra  já implementa um conjunto de medidas, a mando da tróica germano-imperialista, que nem sequer, como é tradicional num modelo de sociedade em que o capital explora o trabalho, asseguram o mínimo suficiente de subsistência para que os trabalhadores e suas famílias reproduzam a força de trabalho necessária à prossecução de um sistema que assenta na exploração do homem pelo homem.
E depois, vem o ministro Crato destacar a preocupante redução da natalidade! Escamoteando claramente que essa redução está intimamente associada à promoção institucional da emigração, aos cortes nas prestações sociais, ao crescente nível de desemprego e precariedade que, primeiro o deposto governo de Sócrates, e agora o governo de traição nacional que integra, aceitaram implementar quando assinaram o Memorando de Entendimento com os grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, que beneficiam lautamente com o negócio da dívida. Grupos e interesses esses respaldados pela tríade mafiosa e assassina composta por FMI, BCE e Comissão Europeia, todas elas estruturas dirigidas ou influenciadas pelo imperialismo germânico.
A um cenário de ter “de trabalhar mais de um ano sem comer, sem utilizar transportes, sem gastar absolutamente nada só para pagar a dívida”, a um cenário de que só assim se poderia “sair…deste beco” e voltar a colocar a economia – capitalista, é claro - na senda do crescimento, como para os trabalhadores não existem becos sem saída, eles têm estado envolvidos em sucessivas lutas que vão, a título de exemplo, da paralisação dos transportes a greves no sector dos trabalhadores da função pública e das comunicações, lutas que terão necessáriamente que desembocar na convocação, organização e mobilização de todas as greves gerais que sejam necessárias, e por  período ilimitado se necessário, até ao derrube de um governo cujos ministros advogam a fome para o povo e quem trabalha para que um dívida ilegítima, ilegal e odiosa seja paga!


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