A
face escondida do labotatório P4 de Wuhan
Onde aprendemos como é que as pesquisas de "ganho de
função" moralmente interditas são terceirizadas pelos EUA no laboratório
P4 em Wuhan (China), construído pela França. Autor (es): Valère Lounnas, Ph.D com a colaboração do Dr. Gérard Guillaume para a
FranceSoir.
No Capítulo 1 (ver link - chapitre 1)
da história do Covid-19, fomos intransigentes ao denunciar a responsabilidade moral e política da China
por praticar até ao limite a desinformação do Estado.
Com a cumplicidade da OMS,
ela atrasou durante umas boas 3 semanas o alerta ao mundo do ressurgimento da
síndrome respiratória aguda grave (SARS)
devido a um novo vírus muito semelhante ao SARS-Cov, extremamente contagioso e
responsável pela mortal epidemia de 2003.
Explicámos que não apenas a China, mas também os governantes ocidentais, em particular
da França e da União Europeia, estavam a jogar com as palavras tentando
fazer de conta a chegada repentina de um epidemia de um novo tipo, que pegaria
de surpresa as populações da Terra, como nas eras remotas da humanidade, quando
as epidemias eram percebidas como pragas imprevisíveis que caíam cegamente
sobre as populações.
A realidade é que as epidemias mortais de carácter pandémico,
como a que vivemos hoje, foram antecipadas e teorizadas desde o início dos anos
2000 por consórcios oligárquicos financeiros (ver link - des consortiums oligarchiques
financiers ) e por Estados super-poderosos como os EUA e a China,
mas também a Rússia, que certamente é mais discreta neste domínio. Devido à sua
ciência e tecnologia de ponta, veremos que a França também se envolveu neste
domínio, desempenhando um papel de liderança que descrevemos na parte 2. deste
capítulo.
Essas três grandes nações dominantes desenvolveram programas militares secretos, mas também ferramentas de
vigilância, tais como o National
Scientific Advisory Board for Biosecurity (NSABB) nos EUA, colocado sob a égide da autoridade de saúde civil
americana, o Instituto Nacional de Saúde (NIH).
Os estados que possuem a arma atómica vislumbram a
possibilidade de que num futuro relativamente próximo conflitos mundiais, mas
especialmente ataques terroristas, possam ser perpetrados por intermédio de
vírus manipulados cuja virulência e patogénese terão sido artificialmente
reforçados por modificações genéticas designadas por ganho de função (em inglês
gain-of-function ou GOF)).
Evidentemente, do ponto de vista moral, o uso de tal arma
não pode ser frontal. Isso poderia justificar uma resposta nuclear no caso de
uma ameaça em que os interesses vitais de um país sejam ameaçados por um vírus
exterminador. Mas, vice-versa, pode ser uma resposta militar dissuasora em caso
de derrota militar iminente ou mesmo de um ataque semelhante.
Assim, o Japão imperial teria tentado lançar
desesperadamente em 1945 milhares de bombas de balão (ver link - des milliers
de ballon-bombes ) cujos suportes deveriam inicialmente transportar
uma carga bacteriológica (um vírus capaz de matar gado desenvolvido pelo
laboratório secreto Noborito ou antraz ou qualquer outro patógeno que o Japão
já havia experimentado e usado militarmente antes – ver link Japon avait déjà experimenté et
utilisé militairement ) com destino aos EUA. A carga bacteriológica
foi então substituída por uma bomba de 30 kg por receio de represálias
bacteriológicas, segundo os historiadores japoneses. O laboratório militar
secreto Noborito (ver link - laboratoire
militaire secret Noborito ),
perto de Tóquio, que executou este projecto, tornou-se agora um museu para
relembrar os conceitos extremos a que conduzem as guerras. Os balões deveriam
cruzar o Oceano Pacífico impulsionados pelos ventos e atingir a costa americana
em 3 dias. Parece que alguns conseguiram. Esse ataque, realizado com meios
relativamente reduzidos, mas não sem sofisticação, demonstrou que o conceito
foi levado até à sua realização.
Os exércitos sempre souberam usar o conhecimento dos
engenheiros e cientistas contemporâneos, desde o Renascimento até à era
moderna. Leonardo da Vinci, como todos os sábios e engenheiros da sua
época, tentou, entre outras coisas, ganhar dinheiro oferecendo máquinas de
guerra, cada uma mais aterrorizante que a outra, algumas das quais alcançáveis
com as técnicas da sua época. Algumas pranchas dos seus desenhos mencionavam
máquinas voadoras ou sinos submersíveis que ainda não eram realizáveis. Isso
fez parte da luta pela supremacia intelectual que dava uma visibilidade de
prestígio junto do Príncipe que poderia encomendar essas armas.
Nos dias de hoje, nada mudou, o projeto Manhattan para o desenvolvimento da primeira bomba atómica
foi executado pelos maiores físicos da época, como Enrico Fermi e Robert
Oppenheimer, que se encontravam na vasta zona militar secreta de Los Alamos, no deserto do Novo México,
para dirigir o fabrico da primeira bomba da história.
Os militares estão cientes de que não têm nenhum génio nem
nenhuma capacidade nos domínios científicos. Eles contentam-se com muito mais
eficácia em confiar nos sábios universitários e nas instituições civis a tarefa
de desenvolver tecnologias de vanguarda que possam permitir o desenvolvimento
de novas armas, mesmo que isso signifique monitorizá-las discretamente (ver
link - quitte à les
surveiller discrètement). Indirectamente, eles despertam nalguns
académicos muito criativos um certo interesse em desenvolver, quase em total
liberdade (ver link - quasiment en
toute liberté), as técnicas que dão a possibilidade de, em última
instância, criar armas aterrorizantes. Isso é feito com o pretexto de que não
podemos impedir o progresso ou, como veremos, com o pretexto de combater
pandemias.
Ao contrário do que o público em geral acredita, o senso
moral e a consciência do âmbito possível dos actos de pesquisa não é apanágio
consubstancial do conhecimento científico. Sem nem mesmo falar sobre o fascínio
do prestígio e glória das descobertas na psique dos pesquisadores, a negação
dos cientistas passa frequentemente pela afirmação de que qualquer descoberta
pode ser usada indiscriminadamente para fins úteis ou prejudiciais. E que,
portanto, a sua responsabilidade não pode realmente ser assumida, uma vez que o
seu estatuto de pesquisador os protege automaticamente com as melhores
intenções. Os exemplos concretos que vamos desenvolver mostram a actualidade do
famoso provérbio de Rabelais: "A sabedoria não pode entrar na mente do
mal, e a ciência sem consciência é apenas a ruína da alma".
Os Estados e os militares, por sua vez, acreditam que é
melhor dominar primeiro os avanços tecnológicos, mesmo que isso signifique depois
negar o acesso a outras nações. A proliferação de armas nucleares é um exemplo
flagrante de que não é necessário comentar tanto os meios extremamente pesados,
que o desenvolvimento dessa arma necessita, para tornar a sua disseminação
controlável.
No que diz respeito aos vírus manipulados o controlo é mais
difícil. Os três grandes estados que dominam o mundo sabem que essa tecnologia
ainda não está amplamente disponível para todos os países porque requer muitos
recursos intelectuais e técnicos muito diversos. Requer expertise, know-how,
meios financeiros, laboratórios especializados (em princípio de alta segurança,
mas não necessariamente) e um exército de técnicos e assistentes de laboratório
muito bem treinados, a trabalhar sob a direcção de pesquisadores competentes.
Veremos na parte 2. Como a França forneceu tudo isso à China no âmbito da
cooperação civil e universitária.
Os Estados Unidos, a
China e a Rússia sabem que nenhum deles tem interesse real em conflitos abertos
deste género. Como resultado, o principal temor no mundo ocidental foi
limitado desde a epidemia mortal de SARS de 2003 a que um patógeno com
potencial pandêmico (PPP) pudesse escapar acidentalmente de um laboratório.
Um testemunho da realidade fundada deste medo surge numa nota do NSABB de 2013,
um ano crucial em que algumas instituições começaram a perceber o perigo. Ele
estipula, para aqueles que ainda são ingénuos em acreditar no contrário, que
não há regulamentação real ou supervisão da pesquisa do GOF e que um vírus que
escapa do laboratório pode criar uma pandemia com milhões de mortes (ver link -
pandémie avec
des millions de morts). Este memorando menciona a existência de
uma lista documentada de vírus mortais que escaparam acidentalmente de
laboratórios no passado e causaram um número significativo de mortes.
Virus
que escaparam do laboratório no passado
Referimos ao leitor o artigo notável, mas um tanto
perturbador: "Uma breve e aterrorizante história de vírus que escapam de
laboratórios", publicado em 16 de Abril de 2014 (fonte SlateFr).
O conteúdo deste artigo documentado e identificado é
altamente edificante e só muito dificilmente pode ser colocado em dúvida. Isso
confirma o envolvimento das mesmas três grandes nações no ressurgimento de
vírus patogénicos do passado.
Por exemplo, ele explica em detalhe como a gripe suína, um
vírus semelhante ao H1N1 aparentado com a gripe espanhola de 1918, com toda a
probabilidade escapou de um laboratório militar em Fort Dix, Nova Jersey, em
1976. Então , novamente, um vírus do tipo H1N1 também reapareceu como que por
acaso na Rússia e na China em 1977. As análises virológicas e genéticas da
época tornaram possível suspeitar de uma fuga laboratorial de um vírus datado
dos anos 1940 a 1950. Isso foi posteriormente confirmado por estudos genómicos.
SlateFr escreveu: "Em 2010, esta confirmação torna-se um facto científico
(ver link - un fait
scientifique) :" O caso mais famoso de uma estirpe viral que
escapou de um laboratório diz respeito ao ressurgimento da influenza A H1N1,
observada pela primeira vez na China em maio de 1977, e algum tempo depois na
Rússia ”, afirmam os pesquisadores.”.
Nós acrescentamos que esse facto é demonstrado num artigo
publicado na PlosOne uma revista científica de primeiro plano. As amostras
colhidas em 1977 mostraram carecer de décadas de evolução, provando que se
tratava do ressurgimento de um vírus armazenado em laboratório! Na verdade, um
vírus armazenado em tubos de ensaio no laboratório está adormecido, não se
replica e, portanto, não sofre mutação.
No que diz respeito ao incidente de Fort Dix, que resultou na
morte de um soldado e na contaminação de outros dois, nunca houve uma
declaração oficial do governo dos Estados Unidos sobre um acidente de laboratório.
Uma coisa é certa, a estirpe do vírus identificada, após amostras retiradas do
soldado morto e dos outros dois infectados em Fort Dix, assustou as autoridades
americanas o suficiente para que a OMS fosse informada e por 48 milhões de americanos,
ou 22 % da população ser vacinada, antes de o programa ser interrompido. Na
verdade, nenhum outro caso havia sido registado nesse ínterim, confirmando
implicitamente a causa provável de um acidente de laboratório.
Essa campanha
obviamente rendeu muito dinheiro para as empresas farmacêuticas Sharp &
Dohme (Merck), Merrell, Wyeth e Parke-Davis, que se tinham recusado a
vender a vacina a preço de custo ao governo dos EUA. Depois, passado o pânico,
a vacinação parecia muito questionável porque, como qualquer vacinação, teve um
custo humano (ver link -elle a eu un
coût humain ) : as autoridades
sanitárias registraram 532 casos de síndrome de Guillain-Barré atribuídos à
vacinação e 25 mortes directamente após as injecções (ver link - 532 cas de
syndrome de Guillain-Barré imputés à la vaccination et 25 morts directement
suite aux injections).
O que é necessário compreender e como foi muito bem
explicado no artigo publicado na SlateFr: “a
estirpe de influenza humana H1N1 apareceu com a pandemia global de 1918 para,
aos poucos, depois acumular ligeiras modificações genéticas, e isso até 1957,
onde foi considerada extinta após o surgimento do vírus pandémico H2N2.
" A proporção de mutações entre dois vírus derivados um do outro torna
possível estabelecer um relógio
molecular que, uma vez calibrado, dá uma estimativa bastante boa do período
de tempo que pode ter decorrido entre duas emergências epidémicas do mesmo
vírus. É, portanto, uma ferramenta de investigação que nos permite verificar se o ressurgimento de um vírus
antigo é natural ou provém de um laboratório.
Muitos laboratórios mantêm estirpes do vírus H1N1 e, alguns
deles, estirpes originais da pandemia de 1918-1919, obtidas através da exumação
de pessoas mortas enterradas no permafrost no Alasca. Em 2005, uma equipa
concluiu este projecto sequenciando o genoma completo do vírus (SlateFr) (ver
link - le génome
complet du virus (SlateFr)). Este vírus agora está seguro nos laboratórios P4!
É necessário realçar que esses casos históricos obviamente
dizem respeito apenas a vírus naturais, não manipulados geneticamente, mas sugerem
o perigo ainda mais evidente num futuro próximo de acidentes de vírus com ganho
de função, cuja contagiosidade e patologia terão sido artificialmente aumentados.
Como veremos na próxima secção, dedicada aos nossos
aprendizes de feiticeiros modernos, a fórmula do artigo da SlateFr resume
perfeitamente a situação que está para vir: “A ironia da questão é que esses
estabelecimentos [as instituições de pesquisas envolvidas, nota do editor -
NDLR] estavam a trabalhar com esses patógenos para prevenir as epidemias que
eles próprios causariam. As suas trágicas consequências, portanto, têm sido
frequentemente qualificadas de “profecias auto-realizáveis” (ver link - «prophéties
auto-réalisatrices»).
Os
aprendizes de feiticeiro do Século XXI
Paralelamente às tentativas intelectuais dos militares e dos
Estados, aprendizes de feiticeiros de todos os matizes abundam nos laboratórios
de pesquisa universitária em virologia e microbiologia, aí estabelecendo seguidores.
Pelo prestígio da descoberta científica, pelo menos por uma carreira académica,
ou pelo dinheiro oligárquico, eles estão prontos para realizar todas as
manipulações genéticas possíveis de vírus a fim de aumentar algumas das suas
funções como contagiosidade ou patogénese no quadro geral do programa de
pesquisa oficialmente voltado para a prevenção de pandemias. As autoridades de
saúde civil americanas (NIH) foram aparentemente, mas um tanto falsamente,
movidas por esta situação em 2013, após as revelações sobre o ganho de função
de pesquisa do holandês Ron Fouchier. (veja o relatório do site plandemicseries).
A emoção é grande em certos círculos informados e o NIH
decide suspender o financiamento para pesquisas de ganho de função sobre vírus
em 2013, pesquisas que não são todas, longe disso, realizadas em laboratórios
P4 da mais elevada segurança, mas em laboratórios P2 e P3 nas universidades são
equipados, como a pesquisa de Ron Fouchier (ver link - de la
recherche de Ron Fouchier) na Universidade Erasmus de Roterdão e
Yoshihiro Kawaoka nos EUA. Os laboratórios P2 e P3 possuem condições de
segurança e de confinamento muito mais baixas do que os P4s, em particular não
estão colocados em regime atmosférico permanente de pressão negativa e não
estão equipados com eclusa de ar de dupla entrada, com duche obrigatório, que
em princípio, evita qualquer fuga de patógenos para o exterior pelo ar.
Entretanto, em 2013 o NIH não tinha nenhuma intenção (ver
link -n’avait
aucune intention) de
realmente interromper a pesquisa do GOF sobre vírus como o H5N1 ou H7N9 e, duplicidade
obriga, os programas de pesquisa para os quais as bolsas do NIH já haviam sido
concedidas poderiam continuar.
Isso significava em termos práticos, uma vez que
os programas de pesquisa dos EUA são subsidiados por um período de 2 a 3 anos,
que a pesquisa de ganho de função poderia continuar silenciosamente sobre os
vírus mais patogénicos, como o da SARS em 2003, ainda por pelo menos 2 anos. E
foi o que aconteceu. Então, a partir de 2015, devido à pressão provavelmente
vinda de pesquisadores e figuras públicas cientes do problema, o NIH optou,
como último recurso, pode-se dizer, terceirizar a pesquisa sobre vírus de ganho
de função ( ver link - d’externaliser
les recherches sur les virus gain-of-function) por intermédio de uma
"transferência" para uma ONG internacional, EcoHealth Alliance Inc.,
com sede em Nova York, servindo como uma cobertura para o financiamento de
institutos universitários localizados em Singapura e na China, incluindo o
Instituto de Virologia de Wuhan e o seu laboratório P4 fornecido pela França,
que acabara de entrar em serviço oficiosamente.
Em 2013, apesar da pressão moral, o NIH obviamente não
queria desistir de pesquisar os vírus GOF. Mas hoje, na hora da pandemia Covid-19,
o NIH confirmou publicamente à revista USA Today que a bolsa de pesquisa para
a EcoHealth Alliance Inc. foi suspensa para sempre. Ela elevou-se a 3,4 milhões
de dólares em 6 anos, redistribuídos pela EcoHealth Alliance Inc., o principal
destinatário, para sub-destinatários afiliados: Instituto de Virologia de Wuhan
(Wuhan), Universidade Normal da China Oriental (Xangai), Instituto de Biologia
Patogénica (Pekin) e Duke-NUS Medical School (Singapura).
Os pesquisadores universitários holandeses Ron
Fouchier e o americano Yoshihiro Kawaoka criaram um vírus
sintético da gripe aviária potencialmente pandémico. Cada um, pela sua parte,
Dr. Ron Fouchier (ver link - le Dr. Ron
Fouchier), holandês, e Dr. Yoshihiro Kawaoka (ver link - Dr. Yoshihiro Kawaoka),
americano, publicaram em 2012 o resultado da sua pesquisa sobre a criação de um
vírus da influenza aviária H5N1 altamente patogénico, geneticamente modificado
por mutações selectivas e transmissível entre mamíferos (o furão) por
intermédio de gotículas respiratórias. Essas pesquisas levantaram alguma
agitação e controvérsia na comunidade científica que trabalha com os vírus da
gripe aviária, parte da qual suspendeu voluntariamente alguns estudos GOF sobre
o vírus H5N1.
Os vírus obtidos por esses dois pesquisadores foram
produzidos a partir da estirpe inicial altamente patogénica do H5N1 (influenza
A), um vírus respiratório, transmitido aos humanos por meio do contacto próximo
com os aviários contaminados por aves selvagens migratórias. O H5N1 tem uma
taxa de letalidade alucinante de 60%, mas felizmente não é transmissível entre
humanos ... bem, ainda não completamente, uma vez que Fouchier e Kawaoka decidiram conferir-lhe o carácter de
transmissibilidade entre mamíferos apenas entre furões e não entre homens
(a ética obriga). Eles escolheram o furão porque é o animal de laboratório cujo
sistema respiratório está mais próximo do humano. No momento, esses vírus são
criados e armazenados em laboratórios P2 / P3, mas quanto tempo antes de serem
liberados na natureza por acidente e, posteriormente, directamente ou por
adaptação sucessiva, acabam por cruzar a barreira das espécies para o homem?
Na sequência dessas publicações, 22 virologistas notificaram
a comunidade de pesquisa sobre o seu interesse em criar estirpes do vírus
mortal H7N9 da influenza asiática, que apareceu na primavera de 2013 na China,
matando 43 das 130 pessoas infectadas.
Em 2013, Fouchier em Rotterdam e Kawaoka na Universidade de
Wisconsin-Madison renovam a fiabilidade ao propor um estudo GOF de manipulação
genética do vírus H7N9 para torná-lo mais patogénico, mais resistente a
antivirais e transmissível entre mamíferos.
"Com essas experiências, eles esperam" descobrir o
que torna esse patógeno potencialmente fatal para os humanos e como impedir a sua
possível disseminação "(Le Figaro).
O eterno refrão dos nossos aprendizes de feiticeiro não é feitiçaria: trazer
benefícios à humanidade.
No seu relatório, Lynn C. Klotz,
pesquisador confirmado (Senior Fellow Scientist) no Centro de Controle de
Proliferação de Armas (Center for Arms
Control and Non-proliferation, USA) escreveu: “Esses dois pesquisadores
marcaram o início da era de empresas de pesquisa com o objectivo de criar em
laboratórios patógenos com potencial pandémico (PPP)”. Ele recenseia
nada menos do que 35 publicações, a maioria delas de pesquisas na Ásia,
descrevendo a criação de PPP ou experiências conduzidas em torno de PPP. Lynn
C. Klotz também publicou um artigo científico que descreve as consequências para
o mundo (ver link - conséquences
pour le monde) de um acidente de laboratório que libertaria um vírus
patogénico com potencial pandémico.
A
Doutora Shi Zheng Li e o Professor Ralph S. Baric vão ainda mais longe em 2015,
ao criar um vírus COVID sintético altamente patogénico
Num mini-artigo anterior (ver link - mini-article
publié le 8 juin 2020) publicado em 8 de junho de 2020, a FranceSoir
informou o público em geral de que um vírus COVID sintético altamente
patogénico para humanos fora criado em 2015 pelo Instituto de Virologia de
Wuhan em colaboração com a Universidade de Chapel Hill (Carolina do Norte) nos
EUA. A evidência é indiscutível, pois a pesquisa foi publicada em Dezembro de
2015, em grande detalhe, na muito séria revista científica inglesa Nature
Medicine.
Nesse artigo, Shi Zheng Li, directora do
Laboratório de Patógenos Especiais do Laboratório de Virologia de Wuhan
e o Professor Ralph Baric descrevem como, após uma importante descoberta
feita por Shi Zheng Li no seu laboratório em Wuhan, eles foram capazes de criar
um coronavírus híbrido entre o vírus SARS de 2003 e a proteína S de um
coronavírus de morcego identificado no laboratório de virologia de Wuhan. Este
vírus infectou culturas de células respiratórias humanas com os mesmos níveis
letais observados em pacientes com SARS em 2003.
Esta pesquisa publicada é tão preocupante para os chamados
meios de comunicação "convencionais", controlados pela oligarquia
financeira, que existe uma verdadeira omerta
(pacto de silêncio) em França em torno dessa experiência GOF. Tornou-se um
assunto tabu que não pode ser discutido sem ser imediatamente abatido pela
excomunhão. A FranceSoir passou por momentos difíceis com o NewsGuard (ver link
- maille-à-partir
avec NewsGuard), ao ver-lhe concedido um rótulo vermelho por este
site americano que rastreia notícias falsas e se orgulha de lutar contra a
conspiração.
Como iremos ver no próximo capítulo, Shi Zheng Li é na
verdade a Alta Sacerdotisa e o cérebro na criação desse vírus Covid sintético.
O seu templo é o laboratório Wuhan P4 que a França lhe deu de certa forma,
depois de lhe ter concedido um doutoramento em microbiologia na Universidade de
Montpellier (ver link - doctorat de
microbiologie à l’Université de Montpellier) no início dos anos
2000, na Universidade de Monptellier, onde ela chegou em 1998.
Com a participação do Dr Gerard
Guillaume na pesquisa bibliográ e na revisão
Este
artigo é a sequência (2ª parte) do artigo acima a propósito da história da
Covid 19 e dos laboratórios virológicos militares.
França, após entregar um laboratório P4 à China, perde o
controle do que acontece e é enganada.
Esta segunda parte do capítulo 2 é sequência de um artigo
publicado no France Soir (ver link - un article
publié dans France Soir) sobre a capacidade da China em fabricar
vírus COVID sintéticos manipulados e altamente perigosos para humanos, e isso a
partir de 2015, no Wuhan Institute of Virology em colaboração com os EUA. Hoje,
estamos a resumir as informações essenciais veiculadas na imprensa sobre este
laboratório P4, que se tornou lendário na complosfera
desde Janeiro de 2020.
Os meandros do que já parece ser o ponto final de uma deplorável
aventura de aliança estratégica entre os laboratórios INSERM (ver link - d’alliance
stratégique de l’INSERM) e os laboratórios Mérieux com a China na
área do fabrico de vacinas para o controle de futuras pandemias, serão muito
difíceis de reconhecer pelas autoridades francesas que, aparentemente,
mostraram uma certa leviandade.
Assim, a França tentou desenvolver com a China
um projecto de política externa ultra sensível de controlo de epidemias
emergentes (ver link - contrôle des épidémies émergentes),
que se tornou uma prioridade desde o SARS de 2003.
Um resumo circunstancial e muito detalhado foi publicado em
17 de Abril de 2020 num artigo da France Inter (ver link - un article de
France Inter) a contar a
história da criação deste laboratório P4. Este projecto excepcional foi
aprovado em 2003 sob a presidência de Jacques Chirac. Este projecto contou com
a expertise do laboratório INSERM
Jean-Mérieux de Lyon, considerado um dos melhores do mundo.
Concebido sobre o modelo do laboratório P4 em Lyon, a sua
construção foi implementada por empresas francesas de alta tecnologia em 2008,
após intermináveis discussões devido à relutância, como evidenciado pelo
Prof. Christian Bréchot, diretor da INSERM na época.
A sua inauguração oficial, com grande pompa, ao mesmo tempo
que a ssua acreditação teve lugar no dia 23 de Fevereiro de 2017 sob a égide do
então Primeiro-Ministro, Bernard Cazeneuve, acompanhado pela
Ministra dos Assuntos Sociais e Saúde de França Marisol Touraine , bem como Yves Lévy, presidente do
INSERM desde 2014.
Assinalamos,
entretanto, que agora o laboratório P4 de Wuhan já não é o único de que dispõe
a China.
O anúncio da inauguração de um laboratório veterinário P4 de
altíssima segurança em Harbin, na província de Sahaliyan Ula, na Manchúria, foi
publicado em 8 de Agosto de 2018 por uma agência de comunicação franco-chinesa.
Segundo um jornalista da Challenges, essa entrada em funcionamento estaria em
contradição com os compromissos assumidos pela China (ver link - contradiction
avec les engagements pris par la Chine). Esta última afirmação é
difícil de verificar e altamente discutível, porque a natureza dos acordos,
feitos com a China, que regeram a criação do Wuhan P4, não é conhecida do
público, o que constitui um problema para a nossa democracia.
Com efeito, a limitação da capacidade de um país no
domínio tecnológico de alcance sanitário (mesmo militar) exige a assinatura de acordos
internacionais oficiais (a menos que seja assinado um acordo secreto, cujo
valor também seria questionável). Provavelmente tratou-se apenas de uma
promessa verbal, sem valor jurídico real, feita às autoridades francesas, que
nos podemos questionar se não demonstraram uma certa ingenuidade em tomá-la
pelo seu valor nominal. A China de facto adquiriu tecnologia e know-how que
agora pode desenvolver como quiser. Deve-se notar de passagem que dos 45 laboratórios P4
no mundo, 9 não estão localizados em países ocidentais ou influenciados pelo
Ocidente: 3 na Rússia, 3 na Índia, 1 na Bielorússia e, ainda, 2 na China!
A declaração feita à FranceInfo por Thierry Breton,
ex-Ministro da Indústria (de França – nota do tradutor), e agora Comissário
Europeu, sobre a gestão da crise do coronavírus pela China: “Não somos ingénuos
com a China e nunca o fomos ”, é semelhante à negação retórica! Gostaríamos de
lhe responder que "governar, teria sido prever" e poderíamos
facilmente estender esta observação aos sucessivos governos, que presidiram a esta
desastrosa tentativa de cooperação com a China.
A dotação de um laboratório P4 de alta segurança na China
foi acompanhada pela transferência de know-how
de muito elevado valor acrescentado, através da formação de técnicos (formação
realizada desde logo no laboratório P4 conjuntamente com o INSERM e o
Laboratório Merieux em Lyon) e uma equipa científica muito competente, como a
brilhante médica em microbiologia Shi Zhen Li, ela mesma formada na faculdade
de ciências de Montpellier.
A Mérieux e os governos franceses certamente viram nesta
transferência de tecnologia para a China e a criação de uma cooperação de
pesquisa, o meio de estar na vanguarda do conhecimento de vírus altamente
infecciosos. Ao mesmo tempo, isso deu a Mérieux acesso directo a material
viral, para o desenvolvimento de vacinas contra as temidas pandemias globais.
As dezenas de biliões de euros que podem ser ganhos a vacinar biliões de
pessoas em todo o mundo durante uma pandemia valeram o risco representado por
este projecto altamente sensível.
A realidade é que, uma vez posto em funcionamento o
laboratório P4, a China não cumpriu os seus compromissos e os cerca de
cinquenta cientistas e técnicos franceses que iam trabalhar
nesta cooperação, segundo os acordos celebrados, não
conseguiram lá chegar. Isso fez Alain Mérieux dizer na Radio France em Pequim:
"Estou a desistir da co-presidência do P4, que é uma ferramenta
muito chinesa. Pertence-lhes, embora tenha sido desenvolvido com assistência
técnica da França. " No final, a França nada fez, como se desculpa Mérieux
: “É impensável que a China não tenha um laboratório de alta segurança para
isolar novos germes, muitos dos quais de etiologia desconhecida. "
A França não recebeu, portanto, absolutamente nada em troca,
nem mesmo o reconhecimento da China, como evidenciado pela patente falta de
transparência das autoridades chinesas e, concomitantemente, a recomendação
desastrosa da OMS para manter as fronteiras abertas, enquanto um vírus mortal estava
a espalhar-se por todo o planeta.
Agora o laboratório P4 de Wuhan tornou-se uma torre de
marfim transformada num bunker, onde absolutamente nenhum estranho tem acesso e
nenhuma informação pode transpirar para o exterior. E dizer que no início,
acreditávamos que só os vírus não deveriam poder escapar! O regime de Pequim
exerce censura absoluta sobre o que aconteceu ou poderia ter acontecido ali.
Sem o artigo publicado em 2015 (ver link - l’article
publié en 2015) na revista
Nature Médecine, a China estaria em
condições de negar completamente que tivesse realizado a manipulação de seja
que vírus fosse.
Para terminar com este quadro desolador, relembraremos com ironia o artigo assinado em 2017 pelo director do laboratório P4 conjunto 'INSERM-Mérieux, publicado em Ciência e Saúde na rúbrica' Estratégias ', onde se lê: "O laboratório P4 em Wuhan, um sucesso para a cooperação franco-chinesa ”! Parece não haver mais nada a acrescentar, excepto que, numa democracia, os políticos deveriam normalmente ser responsabilizados pelos acordos internacionais não respeitados e suas implicações. Este não parece ser o caso com este fiasco geopolítico e industrial francês.
Com a participação do Dr Gerard
Guillaume na pesquisa bibliográfica e na revisão
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