Em
Nova Iorque, no bairro de Queens, habitantes esfomeados fazem fila por uma
refeição gratuita
Sábado, mal o sol se havia
erguido, uma fila de 400 metros estendia-se, serpenteando pelos cantos como os
que vimos quando o pão era distribuído na década de 1930. Mas os famintos do Queens
são hoje nova-iorquinos, privados de emprego [por causa do protocolo pseudo-sanitário contra a pandemia imaginária, Nota
do Editor - NdT] do coronavírus.
(clique no link a
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Até que a "pandemia"
(e
especialmente o seu confinamento demente. NDLR) atingisse a cidade, o
centro de ajuda alimentar La Jornada distribuía produtos para
cerca de 1.000 famílias por semana. Agora, o número é superior a 10.000. Os
voluntários servem almoço todos os dias para 1.000 pessoas, muitas delas
crianças de estômago vazio. Nos cinco distritos, o número de pessoas com fome
chega às centenas de milhar, de
acordo com o Food Bank of New York (Banco
Alimentar de Nova-Iorque).
“Isso faz-me lembrar uma foto da Grande Depressão, em que um homem de
fato e gravata dá uma maçã a outro homem de fato e gravata. Era tudo o que ele
tinha ”, disse Pedro Rodriguez, do La
Jornada, ao The New York Post.
"Damos tudo o que temos, mas não é o
suficiente."
Os idosos, as mães e os filhos, os solteiros - muitos
imigrantes da China e do México - esperam horas. Eles podem ser encontrados em
massa em todos os lugares e sempre que o camião de ajuda alimentar aparece.
«Sentimo-nos
submergidos por um tsunami de pessoas», disse Rodriguez, voluntário
que desempenha a função de director executivo do centro de ajuda alimentar, ao
The New York Post. «Não é uma questão de sómenos. Os números são
incríveis.»
No sábado, em menos de uma hora, Rodriguez e o seu exército
de voluntários - quase 400 no Queens - marcaram quase 250 nomes nas suas listas
de encontro.
O protocolo era "o
primeiro a chegar, era o primeiro a ser servido", até que os
necessitados começaram a aparecer antes do amanhecer com medo de que o La Jornada ficasse sem comida. Uma vez,
no final de Março, a fila estendia-se por 28 quarteirões.
Walter Barrera chegou como de costume às 6 da manhã para
receber os mantimentos da semana para a sua família - arroz, batatas, latas de
sopa, até frutas e vegetais.
Barrera, de 50 anos, depois de perder o emprego na
construção há quatro meses, vai ao centro de ajuda alimentar todos os sábados.
Ele não consegue encontrar um emprego, nem os seus dois filhos mais velhos, de
19 e 17 anos. O seu filho mais novo tem 11 anos.
O seu orçamento é tão apertado que amigos e parentes o
ajudam a pagar 2.300 dólares por mês para que ele possa pagar a renda do seu
apartamento de três quartos em Flushing
(quarteirão do Queens, NdT), onde
mora com a sua esposa. e os seus três filhos.
"O que digo aos
meus filhos famintos quando olham para mim, especialmente ao meu filho de 11
anos?" disse Barrera, que veio da América do Sul há duas décadas.
"Isso parte o meu coração. Eu sou o
pai deles. Eu devo alimentá-los. ”
Julio Moncayo, 40 anos, tem mulher e uma filha de 7 anos a
seu cargo. Operário da construção civil, ele agora trabalha dois ou três dias
por semana. O seu salário não é suficiente para cobrir os 1.500 dólares da
renda do apartamento de duas assoalhadas em que ele vive com a sua família em Flushing e para pagar a alimentação.
“Eu não posso estar
orgulhoso. Tenho que vir aqui para alimentar a minha família ”, disse
Moncayo ao The New York Post. "É duro. O que é que eu tenho que fazer
?"
Aos domingos, o camião do La Jornada instala-se na área de Woodside. Na quarta-feira, Rodriguez faz duas paragens no distrito
de Corona. As quintas-feiras são
reservadas para cerca de 900 pessoas que moram no conjunto habitacional onde
está localizado o centro de ajuda alimentar. Os idosos e os deficientes vêm às
sextas-feiras. Sábados são para quem precisa de uma mão amiga.
Assim que Rodriguez termina a distribuição de sábado, sai
para reabastecer o camião para o dia seguinte. Ele consegue comida de onde pode
- United Way (“Organização de entreajuda”,
NdT), igrejas, supermercados, o Banco Alimentar de Nova York, os que mais oferecem.
«Nunca estivemos preparados para
isto», declarou ele, «mas adaptámos-nos.»
Melanie Gray,
Georgett Robert et J.C. Rice
Traduzido
por Alexandre
Moumbaris, revisto por Marie-José Moumbaris para le Saker
Francophone
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