terça-feira, 15 de setembro de 2020

Os milhões de pobres americanos, e tal está apenas a começar




O « Pesadelo americano »     

Em Nova Iorque, no bairro de Queens, habitantes esfomeados fazem fila por uma refeição gratuita

Por Melanie Gray − Fonte New York Post   Georgett Robert et  J.C. Rice
Sábado, mal o sol se havia erguido, uma fila de 400 metros estendia-se, serpenteando pelos cantos como os que vimos quando o pão era distribuído na década de 1930. Mas os famintos do Queens são hoje nova-iorquinos, privados de emprego [por causa do protocolo pseudo-sanitário contra a pandemia imaginária, Nota do Editor - NdT] do coronavírus.

(clique no link a azul - Voir la vidéo – para ver o video)
Até que a "pandemia" (e especialmente o seu confinamento demente. NDLR) atingisse a cidade, o centro de ajuda alimentar La Jornada distribuía produtos para cerca de 1.000 famílias por semana. Agora, o número é superior a 10.000. Os voluntários servem almoço todos os dias para 1.000 pessoas, muitas delas crianças de estômago vazio. Nos cinco distritos, o número de pessoas com fome chega às centenas de milhar, de acordo com o Food Bank of New York (Banco Alimentar de Nova-Iorque).

 “Isso faz-me lembrar uma foto da Grande Depressão, em que um homem de fato e gravata dá uma maçã a outro homem de fato e gravata. Era tudo o que ele tinha ”, disse Pedro Rodriguez, do La Jornada, ao The New York Post. "Damos tudo o que temos, mas não é o suficiente."
Os idosos, as mães e os filhos, os solteiros - muitos imigrantes da China e do México - esperam horas. Eles podem ser encontrados em massa em todos os lugares e sempre que o camião de ajuda alimentar aparece.

«Sentimo-nos submergidos por um tsunami de pessoas», disse Rodriguez, voluntário que desempenha a função de director executivo do centro de ajuda alimentar, ao The New York Post«Não é uma questão de sómenos. Os números são incríveis

No sábado, em menos de uma hora, Rodriguez e o seu exército de voluntários - quase 400 no Queens - marcaram quase 250 nomes nas suas listas de encontro.

O protocolo era "o primeiro a chegar, era o primeiro a ser servido", até que os necessitados começaram a aparecer antes do amanhecer com medo de que o La Jornada ficasse sem comida. Uma vez, no final de Março, a fila estendia-se por 28 quarteirões.

Walter Barrera chegou como de costume às 6 da manhã para receber os mantimentos da semana para a sua família - arroz, batatas, latas de sopa, até frutas e vegetais.

Barrera, de 50 anos, depois de perder o emprego na construção há quatro meses, vai ao centro de ajuda alimentar todos os sábados. Ele não consegue encontrar um emprego, nem os seus dois filhos mais velhos, de 19 e 17 anos. O seu filho mais novo tem 11 anos.

O seu orçamento é tão apertado que amigos e parentes o ajudam a pagar 2.300 dólares por mês para que ele possa pagar a renda do seu apartamento de três quartos em Flushing (quarteirão do Queens, NdT), onde mora com a sua esposa. e os seus três filhos.

"O que digo aos meus filhos famintos quando olham para mim, especialmente ao meu filho de 11 anos?" disse Barrera, que veio da América do Sul há duas décadas. "Isso parte o meu coração. Eu sou o pai deles. Eu devo alimentá-los.

Julio Moncayo, 40 anos, tem mulher e uma filha de 7 anos a seu cargo. Operário da construção civil, ele agora trabalha dois ou três dias por semana. O seu salário não é suficiente para cobrir os 1.500 dólares da renda do apartamento de duas assoalhadas em que ele vive com a sua família em Flushing e para pagar a alimentação.

Eu não posso estar orgulhoso. Tenho que vir aqui para alimentar a minha família ”, disse Moncayo ao The New York Post. "É duro. O que é que eu tenho que fazer ?"

Aos domingos, o camião do La Jornada instala-se na área de Woodside. Na quarta-feira, Rodriguez faz duas paragens no distrito de Corona. As quintas-feiras são reservadas para cerca de 900 pessoas que moram no conjunto habitacional onde está localizado o centro de ajuda alimentar. Os idosos e os deficientes vêm às sextas-feiras. Sábados são para quem precisa de uma mão amiga.

Assim que Rodriguez termina a distribuição de sábado, sai para reabastecer o camião para o dia seguinte. Ele consegue comida de onde pode - United Way (“Organização de entreajuda”, NdT), igrejas, supermercados, o Banco Alimentar de Nova York, os que mais oferecem.

«Nunca estivemos preparados para isto», declarou ele, «mas adaptámos-nos.»
Melanie Gray, Georgett Robert et J.C. Rice
Traduzido por Alexandre Moumbaris, revisto por Marie-José Moumbaris para le Saker Francophone



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