terça-feira, 1 de setembro de 2020

Da instrumentalização do terrorismo islamista à orquestração do terrorismo viral





Os atentados de 11 de Setembro de 2001 foram o pretexto para a implementação de novas reconfigurações políticas e geo-estratégicas impulsionadas pela hiper-potência americana. Num cenário de espanto global causado pela psicose generalizada, no dia seguinte aos atentados, as autoridades americanas prontamente implantaram a sua estratégia maquiavélica: mobilização da população para o estado de guerra, fortalecimento do aparato repressivo do Estado, reafirmação do poder da América materializado por uma política intervencionista imperialista total, operada em nome da luta contra o terrorismo islâmico. Na verdade, imediatamente após os ataques de 11 de Setembro de 2001, as instâncias políticas e da media americanas foram doutrinadas para envolver a população em empreendimentos bélicos imperialistas. Todos os países estratégicos do Terceiro Mundo eram susceptíveis à invasão, todas as nações economicamente concorrentes torpedeadas, todas as potências militares potencialmente rivais, neutralizadas. Ao mesmo tempo, ao nível nacional, em tempo recorde, o aparato político implementou os seus planos para endurecer a máquina judicial e policial repressiva, a sua nova legislação securitária destruidora da liberdade. Da noite para o dia, a crise terrorista (hoje falamos da crise sanitária do Covid-19) serviu de pretexto para o agravamento da recessão económica e o desmantelamento dos orçamentos dos programas sociais.

Todos os fundos foram então alocados para o esforço de guerra imperialista e segurança nacional. A rapidez com que essas medidas foram adoptadas revela que há muito tempo estavam programadas, preparadas e planeadas pelos círculos restritos e opacos americanos (como as medidas anti-sociais e liquidadoras das liberdades actualmente em vigor na maioria dos países). Internacionalmente, o verdadeiro propósito da guerra não era tanto a aniquilação do terrorismo islâmico, mas a reafirmação da dominação militar americana sobre o globo, estabelecida após o colapso do bloco imperialista soviético rival.

Durante duas décadas, os Estados Unidos realizaram várias operações militares em grande escala: contra o Iraque, o Afeganistão, a Sérvia, a rede Al Qaeda, etc. Em cada uma das suas intervenções imperialistas, os Estados Unidos forçaram os seus aliados, como a França, a Grã-Bretanha, a Alemanha, a alistarem-se sob a bandeira americana; todos os países do mundo a curvarem-se ao calendário geo-estratégico dos Estados Unidos, a curvarem-se à vontade do Tio Sam, a submeterem-se aos interesses da grande potência vitoriosa na Guerra Fria.

No entanto, nos últimos anos, tendo-se o terrorismo islâmico tornado ineficaz em termos de manipulação ideológica, tendo esgotado todo o seu potencial para o desvio político e arregimentação corporalizada, as classes dominantes (ocidentais) resolveram oferecer a si mesmas um outro fermento terrorista. , o coronavírus, para passar a um nível superior em termos de governança por meio da manipulação e do terror da população, exercida no âmbito da caótica nova ordem mundial ameaçada de colapso pelo efeito da recessão económica.

Sem contestação, o Covid-19 marca a entrada dos Estados ocidentais, em particular, e dos países do Terceiro Mundo, em geral, na era do despotismo, ou seja, a extinção da "democracia" representativa. A partir de agora, todo o planeta, da simples aldeia à grande megalópole, passando por todas as “casas”, está sujeito às leis de emergência, ao estado de sítio, aos toques de recolher, à vigilância tecnológica.  À ditadura de confinamento. Ao confinamento da democracia. Em nome da suposta luta contra o vírus, todos os estados do mundo, em acção concertada, decretaram medidas de confinamento penitenciário, recomendações sanitárias ilusórias e sem fundamento, a prescrições médicas despóticas suspeitas de inanidade. O coronavírus passa a ser o catalisador do aggiornamento planetário e o agente desviante de diversão da multidão mundial mergulhada na psicose generalizada, orquestrada pela media subserviente aos poderes financeiros e estatais.

Quais foram as reais motivações da táctica política de confinamento total aparentemente prejudicial aos interesses económicos e sanitários dos países? Hoje, está claramente estabelecido, dadas as consequências catastróficas causadas pela decisão de parar a produção (pelo menos alguns sectores industriais) e comercialização (sectores terciário e quaternário), para colocar em quarentena centenas de milhões de trabalhadores (produtores de valor), que se tratava de uma vontade real de torpedear a economia, encabeçada por algumas facções do grande capital financeiro. Essa manobra de torpedeamento responde a priori a uma reacção mecânica do capital reconhecido oficialmente pelos governos. À primeira vista, certamente os interesses que presidiam à táctica do confinamento generalizado pareciam opor-se aos interesses vitais das burguesias nacionais. Mas, estão de acordo com os interesses do grande capital internacional. Uma coisa é certa: o actual cataclismo económico nada deve ao acaso. Essa aparente desordem faz parte da estratégia da teoria do "caos construtivo" (ou "destruição criativa", para usar a expressão de Joseph Schumpeter) que visa a implementação acelerada da governança global do grande capital financeiro (ocidental), no âmbito de uma economia desmaterializada, digitalizada, uberizada, sujeita a tele-trabalho e e-commerce (poupança nos custos das instalações, nas várias facturas ligadas a despesas de manutenção, luz, água, seguros, alimentação e transporte devido aos funcionários, etc.). A era da economia "física" e real acabou. Bem-vindo à economia desmaterializada e virtual com empresas evanescentes, regulamentações salariais deslocadas, benefícios desmantelados, salários drasticamente reduzidos.

É importante mencionar que o campo sino-russo não pretende assistir impotente a essa tentativa de reconfigurar o mundo impulsionado pelo grande capital ocidental, tanto económica quanto militarmente. A este respeito, num contexto de crise económica aguda e de ameaça do estouro iminente da “bolha financeira”, a pandemia Covid-19 constituiu, para o grande capital financeiro, uma oportunidade inesperada de acelerar o processo de expurgo de economia e concentração da propriedade dos meios de produção, comercialização e governança mundializada. Por meio dessa operação de expurgo económico realizada em favor de um confinamento generalizado, onde as populações foram colocadas em escassez e as grandes empresas generosamente subsidiadas, o grande capital financeiro espera reanimar a economia em seu benefício, após ter eliminado sectores e empresas insuficientemente adaptadas à globalização contemporânea, ou mais precisamente para estabelecer uma economia de guerra destinada a neutralizar o adversário económico externo (o campo rival chinês), e especialmente o inimigo interno (o proletariado) pela repressão de qualquer veleidade de resistência popular. Esta maquinação económica, realizada em período de paz, portanto sem conflitos armados, tem como propósito a concentração monopolista dos meios de produção e comercialização, mas também a destruição simultânea de grande parte das forças produtivas (como durante as duas guerras mundiais ) e parte do capital financeiro supérfluo, a fim de evitar a rápida reiteração da constituição da "bolha financeira" que pode comprometer a reconstrução da economia digital.

Hoje, a falta de capacidade de resposta dos Estados à pandemia Covid-19 é clara à luz das notícias a posteriori menos dramáticas em termos de mortalidade do que as previsões catastróficas anunciadas pela media subserviente aos poderes financeiros (o Imperial College London anunciava insidiosamente, no início da epidemia, para criar um clima de psicose que legitimasse as medidas de confinamento e paragem da economia, milhões de mortos). Tudo aconteceu como se todas as condições tivessem sido deliberadamente unidas para promover a táctica de confinamento total com o seu corolário de paragem da economia. Estas “falhas” programadas de saúde, ilustradas em particular pelas lacunas ao nível das emergências médicas e pela ausência de equipamentos médicos, sugerem uma estratégia de caos planeado, fomentada pelos vários governos subordinados aos poderes financeiros. A falta de adopção antecipada de medidas de saúde, como controles de fronteira e aeroportos, falha médica ilustrada pela escassez de equipamentos (máscaras, testes, luvas, géis hidroalcoólicos, respiradores), parecem constituir evidências da vontade das autoridades de promover essa reformulação do mundo (sic), destruindo sectores inteiros da economia considerados obsoletos.


 Essa reformulação económica tornou-se essencial para o grande capital mundial presa de uma crise de revalorização. Faz parte da política de financeirização da economia. Para perpetuar o seu domínio de classe através de uma reestruturação do capitalismo, o grande capital está determinado em sacrificar sectores inteiros da economia planetária e a reduzir centenas de milhões de pessoas à miséria. Mesmo que signifique financiar a “nova economia”, reconfigurada segundo os interesses do capital financeiro, pelos Estados, ou seja, com o dinheiro dos contribuintes (trabalhadores) e dívidas (também pagas pelas futuras gerações de trabalhadores por meio de aumento de impostos).

Por causa da aplicação dessa medida de confinamento totalitário, mesmo os países subdesenvolvidos e emergentes, embora poupados pela pandemia de Covid-19, sofreram as dramáticas consequências da paragem  mundial da economia, pels precipitação de centenas de milhão de pessoas no desemprego e na miséria endémica. Inegavelmente, graças à pandemia Covid-19 com a gestão sanitária deliberadamente calamitosa, o mundo (ocidental) balançou da democracia formal para o totalitarismo real. Se o contexto viral é obra da natureza ou uma mão invisível num laboratório, não importa. Claro, o vírus existe. Os Estados utilizam-no como arma de terrorismo e neutralização de populações, agora condenadas a viver sob o terror sanitário, para curá-las de sua " doentia tendência subversiva", que se tornou muito virulenta nos últimos anos. Assim, o vírus terá permitido aplicar com diligência e inteligência a estratégia do confinamento, esta forma de internamento prisional da população mundial, o início da militarização da sociedade e da arregimentação bélica.

Além disso, todas as classes dominantes viram a oportunidade oferecida pela pandemia, em particular a possibilidade de esmagar as constituições arcaicas, as regras políticas liberais e as leis sociais protectoras, que se tornaram obstáculos para a nova governança despótica ditada pela situação de crise económica sistémica mundial, vector de ameaças de explosões sociais. Em geral, num período de crise instrumentalizada com cinismo pelas classes dominantes, o estado de necessidade exonera todas as transgressões legais, todas as ilegalidades políticas, todas as violações das liberdades, todos os crimes sociais perpetrados contra a população pelo Estado.  Hoje, graças à crise sanitária do Covid-19, em nome do suposto resgate da saúde da população, os governantes mutilam todos os direitos políticos e sociais desta mesma população. Sem dúvida, o mundo entrou na era da governança através do terrorismo viral, que se tornou a única forma de administração totalitária, indispensável às classes possuidoras neste período de recessão económica forjada pelo recrudescimento da luta de classes. Em todo o caso, a rapidez com que todos os Estados implementaram a sua estratégia de contra-insurgência materializada pelas medidas de confinamento e estado de sítio, as prescrições sanitárias capciosas e ameaçadoras, revelam as reais intenções desta guerra sanitária, realizada não contra o vírus, mas contra todas as regulamentações políticas e sociais livres, contra todas as instituições sociais e a legislação protectora ainda em vigor, numa palavra contra os povos, os trabalhadores, o proletariado, no quadro da reconfiguração despótica de uma nova ordem económica.

De qualquer forma, se a pandemia vai acabar por se extinguir, por outro lado, todas as leis privativas da liberdade e anti-sociais votadas por ocasião desta crise sanitária Covid-19 vão se estabelecer de forma permanente no cenário político e social da sociedade agora estrangulado pela pauperização absoluta e amarrado pelo poder absoluto do grande capital financeiro. Sem dúvida, o Covid-19 terá sido o pretexto para o estabelecimento de uma guerra de contra-insurgência, empreendida pelos Estados na tentativa de conter as tempestades sociais subversivas causadas pela recessão económica.

Em nome da luta contra o vírus, é realmente uma guerra de classes contra todos os povos, contra os trabalhadores, seus direitos, suas instituições, suas protecções sociais, em vigor há mais de um século. Não é nem mais nem menos um regresso à tirania da época da monarquia absoluta desprovida de instituições democráticas, de um desejo de desmantelar todas as regras do "estado de direito", que se tornaram inoperantes para conter a guerra de classes em germinação, em fermentação. Assim, vivemos o fim de um mundo capitalista, o da democracia burguesa com os seus Parlamentos, o seu Estado de Direito, os seus poderes legislativos que agora são supérfluos porque as leis e medidas são ditadas directamente pelo Poder Executivo (ou mais exactamente pelo Grande capital), sem ser ratificado pelas representações nacionais, ou seja, pelas Assembleias Nacionais. Assistimos ao fim da soberania do Judiciário despojado da sua aparente e ilusória independência, a morte da liberdade de expressão e de imprensa, ilustrada pelo desaparecimento das funções de contra-poderes correctivos democráticos defendidos pelos órgãos reguladores livres, agora ameaçados de desaparecimento porque incómodos num período de guerra de classes. Também revela o carácter ilusório da democracia burguesa. Na verdade, a democracia é a folha de figueira por trás da qual se esconde a ditadura do capital. Historicamente, Democracia e Ditadura, duas modalidades de regulação política dentro de um mesmo sistema capitalista de produção, sucedem-se alternadamente, dentro do mesmo estado, de acordo com as condições económicas e sociais.

A estratégia aplicada a favor da pandemia é antes de tudo uma estratégia totalitária de contra-insurgência duradoura. Ela não tolera qualquer contra-poder, nenhuma oposição política, nenhum protesto social, nenhuma greve dos trabalhadores, nenhum partido revolucionário, nenhum "cidadão" subversivo, nenhuma voz dissidente, nenhuma votação eleitoral excepto a urna funerária de cadáveres dizimados pela repressão ou pela guerra, ambas chamadas a generalizar-se, a institucionalizar-se, a ocupar o espaço público abandonado pela democracia, pela prosperidade económica, pelo progresso social.

De forma global, de um ponto de vista geo-estratégico, neste período marcado por tensões comerciais exacerbadas, para o Ocidente a passagem para o totalitarismo moderno é motivada por duas razões principais. Por um lado, por um motivo endógeno, ou seja, por motivos de segurança interna. De facto, para enfrentar a inevitável e previsível subversão interna causada pela depressão económica, o Ocidente está a armar o seu estado, corporalizando a sua governança. Por outro lado, por uma razão exógena, ou seja, por motivos imperialistas. De facto, para se preparar para a guerra externa iminente contra o novo inimigo identificado, neste caso o dragão económico chinês, uma nova potência económica indiscutível, o Ocidente está a arregimentar a sua população. Em ambos os casos, a militarização da sociedade é necessária para neutralizar e arregimentar a população, para transformar todo o "cidadão" num soldado na perspectiva da iminente conflagração militar generalizada.

Esta não é a primeira vez que o Ocidente faz de aprendiz de feiticeiro. Em numerosas ocasiões na sua história assassina, para resolver as suas contradições, activou focos de desestabilização letal contagiosa. Não devemos esquecer que a Europa capitalista moderna se tornou uma máquina para produzir destruição em todas as direcções desde o final do século 18, ilustrada em particular pelo processo de desumanização dos seus habitantes arrancados à sua comunidade aldeã milenar baseada na solidariedade, na destruição amplificada pelas duas guerras mundiais (o qualificativo "europeias" seria mais apropriado), e os totalitarismos fascistas e estalinistas (ambos europeus), (sem esquecer o Japão e a guerra no Pacífico. Nota do editor - NDLR). Da mesma forma, não devemos esquecer que o Ocidente "civilizado" tem sido o laboratório do terrorismo. O terrorismo é uma invenção ocidental. Na verdade, o terrorismo cego, como a guerra genocida, são prerrogativas das sociedades capitalistas ocidentais (especialmente os capitalistas ocidentais ... China e Japão, Birmânia também têm genocídio no seu canto do continente. NDLR). Antes de assumir os trajes do islamismo fabricado noutros lugares pelas potências imperialistas ocidentais, o terrorismo continuou por muito tempo, da Rússia czarista à França na Terceira República e nos anos 1960, Itália, Alemanha , os Estados Unidos da América e a Irlanda do século XX, os movimentos sionistas europeus (Ashkenazi) das décadas de 1930 e 1940, vestidos com trajes civilizados ocidentais.

Certamente, graças à pandemia de coronavírus, a fragilidade do mundo actual revela-se claramente. A questão sócio-económica e política é muito mais perigosa do que o coronavírus. Em última análise, os resultados serão mais dramáticos após a crise de saúde e o confinamento. O número esperado de mortes será muito maior que o do vírus, mortes causadas por fomes e guerras.

Seja como for, a particularidade da actual crise económica, devastadora pela sua magnitude, além de ser apresentada falsamente como tendo sido causada pelo Covid-19, é a de aparecer como totalmente alheia às contradições internas do capital . Esta mistificação permite ao Estado (de todos os Estados) ocultar as causas profundas da crise, mas sobretudo oferece-lhe uma oportunidade inesperada de decretar, sob o pretexto da luta contra a pandemia de Covid-19, medidas draconianas, recomendações coercivas, promulgadas com o consentimento da população paralisada pelo terror viral destilado pela media subserviente aos poderosos. É como se, antes da eclosão da epidemia, o mundo capitalista tivesse um amor perfeito com crescimento económico, pleno emprego, comércio pacífico, fluxo regular de mercadorias, prosperidade social. Tudo estava bem no melhor dos mundos do sistema capitalista. Em suma, vivíamos num capitalismo perfeito, como costumavam dizer os economistas liberais. Então, de repente, como nos dias de sociedades primitivas impotentes dominadas pelas forças da natureza, a erupção de um vírus microscópico e invisível abalou completamente a maior civilização científica e tecnológica da história da humanidade, o mundo capitalista moderno que, aliás, gasta 2.000 biliões de dólares todos os anos na compra de armamentos para combater algum inimigo desconhecido "neste período supostamente pacífico", mas é incapaz de alinhar um exército de médicos e cuidadores com equipamento sanitário para nos proteger de um minúsculo vírus. Assim, sem a invasão do vírus bárbaro, a civilização capitalista teria prosseguido a sua lua-de-mel eternamente com crescimento, prosperidade, sua natureza pacífica, humanística, anti-racista, ecológica. (sic) Mesmo um homem de Cro-Magnon não acreditaria neste engano sanitário, fraude médica, embuste da media, engano do Estado.

Lenta mas seguramente, o grande capital financeiro estende o seu domínio sobre todos os países, inclusive contra grande parte da pequena e média burguesia, hoje precária, empobrecida, proletarizada, desesperada, mas ainda cheia de ilusões sobre a "refundação" do capitalismo nacional (sic).

Quem disse que o proletariado tinha desaparecido? Não será antes o desaparecimento definitivo das "pequenas e médias classes burguesas" ao que assistimos? À sua proletarização desenfreada, à sua precipitação irreversível na pobreza e na mendicidade. Hoje, Marx venceu os seus detractores que elogiavam o capitalismo triunfante, garantindo eternamente felicidade e prosperidade, elevação constante do padrão de vida, ascensão social inalterável, desaparecimento da pauperização, o triunfo irreversível das "classes médias", anunciando o fim da história, etc. (sic).

Hoje, apenas duas classes antagónicas permanecem na cena histórica: a burguesia e o proletariado. A primeira leva-nos à hecatombe. A segunda deve impedir essa perspectiva pelo dever de cumprir a sua missão histórica de emancipar a humanidade, ou seja, estabelecer o fim da sociedade de classes.
Seja como for, se um simples vírus microscópico invisível tiver conseguido precipitar todas as populações do mundo inteiro na obediência ao novo despotismo da alta tecnologia e na reforma política chauvinista e belicosa, num contexto de destruição - reconfiguração capitalista da economia - isso confirma que eles já estavam geneticamente dispostos à servidão voluntária, ao alistamento comum, à pauperização secular, ao sacrifício militar, à morte genocida. Será o fim de toda esperança de emancipação humana, o início do mergulho na barbárie planetária interminável.
Khider Mesloub

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