A
distopia Covid-19
A hipótese do “delírio
colectivo” e a descrição dos eventos delirantes que pontuaram a distopia de
Covid-19 apresentada pelo psiquiatra infantil Denis Robert são muito
instrutivas. No entanto, farei uma observação preliminar: tal crise social pode
ser explicada - no seu desdobramento psicótico colectivo - na forma como o autor
a apresenta, mas essa visão psico-social não deve mascarar os fundamentos económicos,
políticos e sociológicos desta guerra mundial de um novo tipo. Noutras
palavras, se o modo de produção capitalista e se a civilização capitalista
ainda estivesse a crescer e a expandir-se, esse "delírio colectivo destruidor"
não teria influência sobre populações opulentas e optimistas. https://les7duquebec.net/archives/257309
A psicologia individual e colectiva é um resultado, um
produto formatado - programado - determinado pelo contexto económico, político,
social, histórico. Só esse determinismo sócio-económico pode explicar que
muitos povos de diferentes culturas sucumbiram a essa saga mundial. A Grande
Guerra e a Segunda Guerra Mundial deram origem a tais "delírios psicóticos
colectivos". Em cada caso, o Estado
democrático-fascista encarregou-se de manter os penitentes nas fileiras dos
recrutas. A distopia de Covid-19 não será excepção. E arriscamos, à medida que a
vacina nos for imposta, de ver o Estado democrático-fascista reprimir
selvaticamente os resistentes. https://les7duquebec.net/archives/257320
Em suma, apenas a decadência da civilização capitalista
moribunda pode explicar a rápida disseminação desse delírio colectivo mundializado. Sem esquecer a intensa repressão dos Estados
democrático-fascistas - que a pequena burguesia de serviço já não consegue
mascarar sob a palavreado da defesa das "liberdades democráticas"
(sic) -, junta militar e democracia burguesa encontram-se agora em pé de
igualdade sem ofensa para Robert Kennedy Junior que interveio em Berlim em 29
(1) de Agosto último. Aqui está "O
delírio coletivo do Covid-19".
*****
Por
Denis Robert
O delírio colectivo da Covid-19. Colocar as questões tabú!
O delírio colectivo da Covid-19. Colocar as questões tabú!
Fico muito feliz em partilhar aqui um texto fascinante que o
autor, um psiquiatra infantil, produziu há muito tempo após um estudo sobre o
famoso "Rumor de Orleans"
analisado por Edgar Morin no final
dos anos sessenta. A questão central é: como pode uma comunidade vir a
acreditar em informações insanas caindo numa espécie de delírio colectivo?
Houve, portanto, um alerta de epidemia em Março que levou,
com ou sem razão, as autoridades dos nossos países a uma acção vigorosa, ainda
que um tanto inconsistente. A força do matraquear das imagens televisivas
(hospitalizações e intubações muitas vezes contra-indicadas) e do medo colectivo
sentido na época “programaram” de uma certa forma na percepção colectiva uma
representação que passou a prevalecer diacronicamente sobre o real.
Meses e meses mais tarde, quando a epidemia acabou (o vírus
ainda está a circular silenciosamente, mas não é uma epidemia há muito tempo e
não, nunca houve uma "segunda vaga ”no horizonte…), o mesmo tipo de
respostas alucinadas continuam a ser impostas sem qualquer base científica ou
mesmo qualquer relação com a realidade!
A imposição do uso de máscara, a corrida por uma vacina
subsidiada para um vírus agora benigno, o estado de terror em que a maioria da
população permanece continuamente desinformada sobre a real extensão do fenómeno,
mostram claramente que balanceámos para
um delírio colectivo que não parece próximo do fim (ainda que se possa conjecturar
razoavelmente que a venda de biliões de doses da vacina é o horizonte almejado
por alguns).
As pessoas têm sofrido tanta “lavagem cerebral” que informações,
por mais definitivas que sejam, como o facto de os prejuízos devidos à Covid
corresponderem, em França, apenas ao 9º episódio epidémico mais prejudicial
(ver link -seulement le 9e épisode épidémique le
plus dommageable) (em
termos de mortalidade) desde o pós-guerra ou mesmo que apesar do número de
"casos" anunciados dia a dia, as hospitalizações e as mortes são tão
baixas quanto possível (ver link - les hospitalisations et les décès sont
aussi bas qu’il est possible de l’être) para simplesmente não ultrapassarem a barreira das mentes.
Quando, à escala do planeta, observamos as decisões
políticas tomadas durante a fase aguda da pandemia covid-19 e aquelas impostas nos
seus desenvolvimentos actuais, e que as colocamos em perspectiva, uma coisa
salta imediatamente aos olhos: a sua inconsistência. Numa amplitude tal que,
mesmo que favorável aos governos no poder torna-se difícil, submetida à prova
da observação de tantas incoerências, não ser vencida pela perplexidade.
Em França, na primavera, durante a fase de expansão da
pandemia, os testes e as máscaras foram considerados inúteis, mesmo para as
últimas, prejudiciais, quando não exigiam competências tão particulares para
adaptar ... que superassem as de um ministro. Por outro lado, no Verão, quando
a pandemia terminou, a máscara, com
malhas de tecido muito maiores que a do vírus, deixa de ser ineficaz e
inútil como diziam, mas, ao contrário, torna-se paradoxalmente essencial e
obrigatória, inclusive às vezes ao ar livre, e multas altas são previstas para
recalcitrantes ou alérgicos.
Os testes estão a ser
realizados em números cada vez maiores, apesar de perfeitamente inúteis
(especialmente porque o teste de PCR não distingue entre vírus mortos e vírus
vivos). Tudo isso é um absurdo. Incoerente. Decisões tão absurdas e incoerentes
que vindas de ministros, necessariamente não desprovidos de inteligência,
obrigam aos questionamentos mais diversos.
Enquanto que para outros, não necessariamente excluindo
certos aspectos da hipótese anterior, este caso reflecte principalmente um fenómeno
raro, mas ainda assim muito real: um delírio colectivo.
No
sentido verdadeiramente patológico do termo. É esta a hipótese que eu vos
proponho explorar.
Para que um delírio colectivo seja desencadeado, são
necessárias condições especiais. Em primeiro lugar, é essencial a existência de
uma ansiedade persistente ou de um medo intenso à beira do pânico. Mas essa
ansiedade deve ter características particulares para adquirir a capacidade de
iludir um grande número de membros de uma comunidade. Por ocasião de uma
epidemia particularmente mortal, por exemplo: a Peste Negra dizimou de 1346 a 1353 quase a metade da população da
Europa, ou em pânicos muito recentes relativos precisamente a epidemias de
coronavírus. Mas também epidemias de gripe, aviária ou não. O delírio alastra
como uma mancha de óleo.
Rapidamente veremos aparecer no grupo em questão sintomas de delírio: distúrbios da lógica
mais elementar na origem de inconsistências e absurdos, perturbações das
capacidades cognitivas, uma imprevisibilidade de comportamentos e decisões, a presença
de muitos paradoxos, a irracionalidade, um ataque ao bom senso enquanto a
inteligência recua, o medo afecta a qualidade de reflexão e da razoabilidade no
grupo, cujo dimensão aumenta se o tema do delírio não disser apenas respeito ao
grupo original, mas a uma população maior. Que é o caso de uma epidemia
infecciosa.
As modalidades do delírio são tais que, individualmente, as
pessoas nele apanhadas não apresentam distúrbios psicológicos particulares nas
suas relações sociais, desde que o (s)
tema (s) delirante (s) não sejam mencionado de forma específica. Mas aqueles
que estão tão embrenhados no novo quotidiano tornam-se obsessivos. Também desde
que são abordados, podem surgir distúrbios de linguagem, raciocínio e
comportamento.
Na verdade, não sendo o pensamento de grupo mais racional, a comunicação colectiva torna-se delirante,
e os indivíduos que não a dominam, devotados à sua própria lógica tingida de
inconsciente colectivo, agora prisioneiros do delírio, não têm outra alternativa
senão a de o fazer ecoar por associação
e propagá-lo. Uma vez que o delírio se instala, a sua crítica por aqueles que por
ele foram apanhados torna-se impossível.
Apelos à Razão de terceiros fora do grupo delirante são
ineficazes. E ainda mais porque os interlocutores delirantes têm uma bagagem intelectual
consequente. Não só porque é sempre difícil reconhecer erros de julgamento, mas
também, e acima de tudo, porque para essas pessoas que têm uma opinião elevada
sobre si mesmas, é absolutamente impossível admitir a existência de um processo
patológico que eles sofreriam, e pela boa razão de que o seu nível de
inteligência é julgado por eles incompatível com absurdos que eles não
reconhecem de qualquer maneira.
Este último encontrar-se-á, portanto, mais facilmente
receptivo a apelos à razão. Enquanto a
elite só será sensível às relações de poder (económicas) políticas ou
científicas. No delírio colectivo hoje em curso, a temática delirante é baseada
na extrema contagiosidade dos vírus que, apesar de se ter revelado de
mortalidade ínfima, teve um peso necessariamente considerável. (2)
E então, na realidade, é apenas um problema aparentemente
paradoxal, tornando difícil pensar sobre a epidemia. Paradoxo relativo se
considerarmos que esse processo patogénico é o de todas as infecções
respiratórias, não sendo o nariz um órgão vital, enquanto o pulmão o é. (3)
Em vez dos milhões de mortes em todo o mundo, neste caso,
31.000 oficialmente em França, mas mais provavelmente 5 a 6.000, tendo os
números sido amplamente manipulados pelo regime, qual teria sido o seu dramático
balanço se na época tivéssemos confinado os portadores saudáveis? https://les7duquebec.net/archives/257300
Querem provocar o medo com a obrigação de usar máscara a
pretexto de que o vírus está a circular! Melhor ainda se o vírus circular,
estaremos todos imunes, mas como é que isso acontece? O reservatório de vírus
que constitui a gripe, extinta há 7 meses, não seria mais o resultado dos
testes de PCR que não conseguem diferenciar um vírus morto de um activo? Explicado
de outra forma, trata-se de pessoas assintomáticas que foram testadas e não
estão doentes, visto que já não existem mais? Se colocar uma máscara como as autoridades
mandam, isso vai proteger-te de multas, mas só isso. (4)
Georges
Orwell escrevia
“Quando começaram oficialmente a instauração de uma ditadura mundial,
os povos surpresos e abatidos não puderam fazer outra coisa senão aceitar. A
destruição das suas nações já havia começado de forma irreparável e sem que
eles soubessem por muito tempo, os seus interesses já não tinham peso ou
importância para os novos governantes mundializados. No entanto, eles quiseram-no,
sem perceber que obviamente e inevitavelmente tal se iria virar contra eles.
(...) Os tele-ecrans fizeram aquilo para que foram inventados, a engenharia
social visando acima de tudo formatar as mentes das massas. (...) Assistíamos à
uniformização do mundo, que permitiu de seguida um reagrupamento e uma
submissão planetária. A maioria das pessoas não viu o que estava a chegar.
Houve ataques constantes (assassinatos gratuitos, revoltas sangrentas,
manifestações, pandemias virais, guerras locais). Feito aleatoriamente em todo
o lugar. Com o big brother, a menor notícia a envolver uma pessoa do Médio Oriente
(ou do Oriente) tornou-se um ataque matraqueado em cadeia em todas as telas.
Enquanto isso, esquecemos a pobreza, o desemprego, a inflação, a desvalorização
do poder de compra, a exploração do trabalho ... ”
NOTAS
- Robert Kennedy Jr à Berlin. https://les7duquebec.net/archives/257332
- https://www.agoravox.tv/actualites/sante/article/covid-19-pr-perronne-c-est-une-86867
- « A
crise sanitária de 2020 é também uma crise da sociedade, para não dizer da
civilização. Esta crise não se reduz aos efeitos sistémicos constatados no
mundo, causados pelas decisões dos governantes apoiados por especialistas
científicos e geridos por sistemas do poder
público.Esta crise é também interior, a afectar as almas e as
consciências. Um medo foi propagado. Qual é a natureza desse medo ?»
https://www.agoravox.fr/tribune-libre/article/avec-le-covid-19-ils-ont-fabrique-226700
- « A
loucura colectiva que se apoderou do mundo este ano de 2020 cessará sem
dúvida um dia, mas não cessaremos de dizer que os mestres de obra são
eternos. O romance 1984 de George Orwell, publicado em 1949, é há
muito tempo um clássico da literatura mundial. » https://www.agoravox.fr/tribune-libre/article/covid-1984-une-dystopie-sanitaire-226733
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