segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Costa e os conceitos de Confinamento e isolamento




Na Conferência Nacional do PS, que teve lugar em Coimbra esta 2ª feira, 31 de Agosto, António Costa, a propósito da abertura do ano lectivo 2020/2021, que ocorrerá durante o mês de Setembro do corrente, e da correspondente abertura das escolas em todo o país, afirmou mais ou menos o seguinte:
“... Temos de evitar que numa escola, se por acaso for detectado um aluno infectado, se tenha de fechar a escola ...”

Esta afirmação decorre de um princípio geral aconselhado por séculos de boas práticas médicas, a que se convencionou chamar ... ISOLAMENTO! Ou seja, quando ocorre uma pandemia, testam-se os casos suspeitos ou os grupos de risco e, aqueles que se revelarem infectados pelo vírus, são isolados, a fim de prevenir o contágio à restante comunidade.

Foi o que aconteceu com TODAS as pandemias que a história da humanidade conheceu. A única onde não se observou este princípio médico, a pandemia da Peste Bubónica, ou Peste Negra, durou 150 anos. O confinamento medieval imposto aos cidadãos foi o principal responsável por um imenso retrocesso civilizacional – no sector da economia, das ciências, da arte, etc. – e pela hecatombe que se registou em toda a Europa, que levou a que, segundo registos da época, só 1 em cada 10 habitantes tenha a ela sobrevivido!

Porque será, então, que no dia em que se anuncia uma quebra de 16,5% do PIB e uma diminuição de 39% das exportações, Costa se mostre adepto desta opção quando, há cerca de 5 meses atrás, defendia fervorosamente a imposição de uma estratégia que nenhum Manual Médico, alguma vez na história, aconselhou ... o CONFINAMENTO!

Puro tacticismo político de um trafulha que já nos habituou a, num curto espaço de tempo, nos tentar convencer de algo e do seu contrário?! Costa começa a ter consciência da Caixa de Pandora que abriu, ao ter imposto – contrariamente ao que a ciência médica sugeria e defende – o confinamento assassino.

Claro que Pandora, com o seu conhecido mau génio, libertou com toda a força e energia os factores de morte, agravados e exponenciados pela crise económica e pela crise pandémica, que será, por um lado, a responsável – tal como no passado a Peste Negra – por um retrocesso civilizacional sem precedentes.

 Por outro lado, e tal como no passado, em que o gentio, após século e meio de morte, privação, humilhação e miséria,  se empenhou em derrubar o sistema feudal e ajudar a burguesia a impor o seu modo de produção, Costa e a burguesia capitalista e imperialista cujos interesses ele representa, começa a ter a percepção de que esta crise poderá ser a parteira de uma sublevação popular sem precedentes.

Costa, tal como os títeres nos quais se revê, começa a aperceber-se de que a estratégia do medo, ao longo da história da humanidade, teve sempre um limite temporal. E esse foi sempre delimitado pela fome, pela miséria, pela humilhação e indignidade, pela guerra, pelo genocídio, pela morte, enfim, pela falta de perspectivas e de futuro para aqueles que tudo produzem, que toda a riqueza criam.
E ela já se começa a desenhar no horizonte. A classe operária e os trabalhadores já vislumbram na presente crise a sua oportunidade de acabar de vez com este modo de produção caduco e assassino para instaurarem um modo de produção comunista, o único que poderá assegurar a libertação da humanidade da escravatura assalariada e a libertação das forças produtivas espartilhadas que, por isso, não conseguem desenvolver-se para servir quem trabalha.

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