O anúncio de que vai ser implementada, a partir do próximo dia 15 de Setembro, a situação de contingência a todo o território nacional – já existem alguns concelhos do Distrito de Lisboa onde esta medida está em vigor –, não pode deixar de nos merecer o mais vivo repúdio, condenação e firme oposição.
Apesar da tendência decrescente da pandemia em todo o mundo, a organização mafiosa mundial que dá pelo nome de OMS (Organização Mundial da Saúde), persiste em manter o clima de medo que levou muitos governos – como o de Costa e seus lacaios – a impor, primeiro a prisão domiciliária – o confinamento – e a suspensão das liberdades constitucionais, depois o estado de emergência e, agora, a situação de contingência que obriga a medidas absolutamente draconianas que visam, entre outros efeitos, testar os níveis de obediência cega da população a toda a sorte de imposições fascistas e castradoras da liberdade.
O que levará, num quadro decrescente dos números de casos de infecção e morte por Covid-19 que, segundo os parâmetros técnicos e políticos até agora adoptados em todo o mundo e, até, pelo governo de Costa e seus lacaios – caninamente aplaudido por toda a chamada “oposição parlamentar”, incluindo os auto-proclamados partidos de esquerda PCP, BE e Verdes –, a negarem publicamente que já não vivemos num quadro de pandemia, mas sim num quadro de epidemia Covid-19?
O que levará o governo de Costa, que se tem revelado um fiel lacaio do imperialismo e dos ditames da OMS, a relevarem as mortes atribuídas à doença Covid-19, em detrimento das mortes por gripe sazonal registadas em 2019 e anos precedentes que foram muito superiores?
O que levará o governo de Costa e seus lacaios a imporem medidas que médicos e especialistas de todo o mundo começam a colocar em causa, e advogados a nível planetário começam a contestar – com pedido de chorudas indemnizações ?
Cegueira pura? Interesses económicos e políticos ocultos? Ambos? O que é certo é que, chegados a Agosto de 2020, o governo de Costa e seus lacaios prolonga, de forma consciente e propositada, o clima de medo, dominado pelas mentiras de várias “autoridades” que estão a fazer de tudo para prolongar o pânico sem nenhuma justificação médica.
Conhecendo como conhecemos o tacticismo oportunista recorrente de António Costa, a medida da contingência visará, também, criar o clima favorável para que, em sede de discussão parlamentar, venha a obter o máximo apoio possível à Lei do Orçamento Geral do Estado para 2021 que vai apresentar muito em breve.
E Marcelo já anuncia que não admite que a uma crise pandémica e económica se associe uma crise política, exortando a que todos – claro, todos os palhaços parlamentares do costume – ultrapassem as suas divergências e aceitem a grande União Nacional, fórmula perseguida à décadas por toda a burguesia, incluindo a pequena burguesia representada nos auto-proclamados partidos da esquerda parlamentar.
Seis meses depois das primeiras medidas de confinamento e de emergência, constatamos que essas medidas resultaram, por um lado, no assassinato dos nossos idosos nos lares – quase metade das mortes atribuidas ao Covid-19 – e, por outro, num aumento exponencial do número de mortes não-Covid.
Aumento de mortes directamente atribuíveis a um outro tipo de pandemia. Aquela que resultou da suspensão e anulação de milhões de actos clínicos e dezenas de milhar de cirurgias, bem como num autêntico bloqueio ao acesso e recurso às Urgências Hospitalares.
Enquanto centenas de milhar de pessoas não puderam receber os cuidados de que precisavam, todas as capacidades de hospitalização foram reservadas para o alegado tsunami Covid-19 que, segundo a OMS e os governos que aceitaram executar os seus ditames, nos iria submergir por todos os lados.
Resultado? Muitos hospitais permaneceram vazios, muitos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar, bem como clínicas privadas, permaneceram encerrados ou meio vazios. Tudo isto enquanto foram implementados vários “hospitais de campanha”, ou “hospitais de emergência” – que ocuparam desde parques de estacionamento de hospitais, a pavilhões gimno-desportivos e escolas, que tiveram de ser encerrados por manifesta falta de procura. Milhões de euros em material e recursos humanos foram, literalmente, deitados para a rua, isto é, para os bolsos dos “donos disto tudo”!
O confinamento assassino e cego e o “estado de emergência” que nos foram impostos, levaram à suspensão do tratamento de doenças crónicas – hipertensão, diabetes, cancro –, uma fonte de perda significativa de oportunidade de sobrevivência. Foram igualmente bloqueados o diagnóstico e tratamento de novas patologias infecciosas, cancerosas e outras, que surgiram durante o confinamento e aumentaram por causa de ausência de diagnóstico e tratamento. Acontece que, mesmo modestos atrasos na cirurgia do cancro, têm impactos significativos na sobrevivência dos doentes. Para o governo, porém, estas são vítimas colaterais! Para nós, são vítimas de um assassinato frio, calculista e inqualificável!
Voltemos, então, ao anúncio da situação de contingência. O governo sabe que as medidas que, de forma repressiva e fascista, impôs até agora, com o silêncio aprovador e conivente de PCP, BE e Verdes e de toda a restante “oposição parlamentar”, privou os jovens do direito à educação, o gradual desinteresse pelo trabalho entre muitos assalariados que têm dificuldade em retomar as suas actividades, finanças públicas desgastadas de forma pesada, lares de idosos transformados em prisões e vínculos populacionais quebrados, minados pela desconfiança e pelo medo, exponenciado pela velha táctica do dividir para reinar que pretende fazer de cada cidadão um potencial denunciante.
O governo de Costa e seus lacaios têm a percepção que tal situação se está a tornar insustentável e explosiva e que, a qualquer momento, pode levar a actos de insurreição generalizados. Como sabe que a recessão económica, o agravamento do desemprego e da pobreza que já se fazem sentir, levarão a classe operária e os trabalhadores a responsabilizar quem os colocou nesta situação.
Decretar uma situação de contingência num quadro em que a crise pandémica está, neste preciso momento, a passar a crise epidémica, é revelador da intenção de Costa e do seu governo em prolongarem o estado de medo e pânico que leva as populações à paralisia e ter uma base para justificar medidas repressivas que vai certamente aplicar a quem ouse contestar a política do confinamento assassino, do estado de emergência ou da situação de contingência que lhes foram sendo impostas.
O governo, em vez de divulgar a boa notícia de que os dados disponíveis indiciam que passámos de uma situação pandémica para um quadro epidémico, persiste na sua propaganda de terror, sob o pretexto de que o número de casos positivos está a aumentar, escamoteando que tal está a acontecer, sobretudo devido ao aumento do número de testes efectuados – isto sem considerar que muitos dos testes cujo resultado se apresenta como positivo são, na verdade, falsos positivos.
Prosseguir e prolongar a propaganda do medo tem sido eficaz, considera Costa e o seu governo. A imposição do uso de máscara em todo o espaço público, o facto de já estar a ser preparada a opinião pública e a opinião publicada – através de toda a sorte de jornalistas de merda e de jornalixo, completamente vendidos ao poder – para a obrigatoriedade da vacinação Covid-19, são medidas que visam manter esse clima de medo e pânico, garantir a submissão da população e lembrar que as restrições podem voltar a ser impostas a qualquer momento.
Existe uma manifesta incoerência entre o que caracteriza as medidas em vigor – muitas das quais carecem de base científica sólida – e a forma como o comportamento dos habitantes é analisado pelos especialistas e pelos meios de comunicação.
Cidadãos que questionem o real interesse médico actual da máscara, teste e rastreamento, estão a ser rotulados como irresponsáveis, pois ameaçariam a saúde pública e estariam a promover uma segunda vaga. O comportamento das pessoas que festejam massivamente o regresso de um pouco de liberdade e da música está a ser criminalizado, mesmo quando não se observa um aumento de doentes consequentes a essas manifestações festivas. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação social dificilmente foram afastados pelos milhares de manifestantes que invadiram as ruas das grandes cidades para protestar contra o racismo, ou pelos consumidores que corriam para os saldos assim que os centros comerciais reabriram.
Nas fileiras de políticos e jornalistas, ninguém parece surpreendido com a grande mudança no objectivo das medidas impostas de passar do "achatar a curva" para o "erradicar a Sars-Cov-2", uma iniciativa que nenhum cientista pode considerar credível. Esta hipótese também se encontra credibilizada pela semelhança dessa propaganda ilógica dos governantes de muitos países em que a doença praticamente desapareceu, como a Suíça ou o Canadá – países sujeitos, no entanto, à mesma propaganda aterrorizante e às mesmas restrições fúteis que em Portugal.
Há motivos para nos questionarmos àcerca do crescente papel assumido pelos membros do comité científico e do executivo – agora, as sessões iniciais das reuniões entre autoridades e Infarmed serão públicas, em nossa opinião para dar uma suposta ideia de transparência. Esse grupo de especialistas, ainda por cima quando estão intimamente vinculados às empresas farmacêuticas, deve, quanto muito, assessorar o governo com base nos seus conhecimentos científicos. Não governar no lugar de autoridades eleitas, nem torpedear as suas decisões com avisos à população.
No entanto, foi o que estes pesquisadores fizeram ao impor restrições estúpidas sem justificação real de saúde, dificultando consideravelmente a reabertura de escolas, exigindo medidas absolutamente insanas, como o uso obrigatório para todos de máscara.
Esta forma de autorizar um grupo de peritos não eleitos, com pouca competência em clínica médica e cujos membros foram recrutados com base em critérios opacos, atesta o desconhecimento e o desprezo pelas instituições democráticas – pelo menos assustadoras –, que fazem duvidar uma vez mais da capacidade da comunicação social em alimentar um debate minimamente democrático, com a própria imprensa a impôr a si própria a censura – a mordaça militar como durante a guerra.
30Ago2020
LJ
Retirado de: http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/89-saude/2765-o-porque-da-contigencia-num-quadro-que-passou-de-pandemia-para-epidemia
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