quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Contra o pacifismo, pelo derrotismo revolucionário!

 


 21 de Novembro de 2024  Robert Bibeau  


“Só o burguês que acredita que a guerra travada pelos governos terminará necessariamente como uma guerra entre governos, e que deseja que assim seja, acha “ridícula” ou “absurda” a ideia de que os socialistas de todos os países beligerantes devam afirmar que querem a derrota de todos os governos, dos “seus” governos. Por outro lado, uma tal posição corresponderia exactamente ao pensamento secreto de todo o operário consciente e faria parte da nossa actividade destinada a transformar a guerra imperialista numa guerra civil.

V. I. Lénine, O socialismo e a Guerra, 1915

 

Já passou mais de um ano desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Milhares de corpos cobrem a paisagem enquanto a máquina de guerra está em pleno andamento em ambos os lados. Enquanto os EUA e a NATO continuam a injectar dinheiro na Ucrânia e a Rússia prossegue a ofensiva, os trabalhadores são confrontados com uma escalada do conflito que se espalha lentamente por todo o mundo. As manobras de sabre da China contra Taiwan, os planos da Nigéria para invadir o Níger e a recente troca de tiros entre a Arménia e o Azerbaijão ameaçam o mundo e a classe operária.

E, no entanto, apesar das lutas internas da burguesia, os trabalhadores continuam determinados a agarrar-se ao nacionalismo, seja sob a forma de agitação para armar a Ucrânia ou de procura de paz através da diplomacia com a Rússia. Ambas as posições - defensismo no primeiro caso e pacifismo no segundo - significam uma concessão ao Estado burguês e, como demonstrámos repetidamente, não fazem nada pelos trabalhadores para além da sua contínua submissão ao sistema moribundo do capitalismo.

Mas o pacifismo tem como objectivo promover a paz! É suposto a diplomacia e a desescalada conduzirem os líderes mundiais contra esta loucura e em direcção à desmilitarização! Excepto que em nenhum momento da história isso suprimiu a tendência latente para o imperialismo, para a acumulação de capital que se tornou tão gulosa que a única forma de criar mais valor quando a produção mundial no seu conjunto não é suficiente é destruí-la com bombas, armas e fogo.

Desde a Primeira Guerra Mundial, o pacifismo não é mais do que o reflexo moral da burguesia para a preservação do seu sistema, oferecendo um suspiro de pesar para aliviar os trabalhadores que são obrigados, sob ameaça de morte, a ir para a frente de batalha. Tal como fragmentou a verdadeira organização revolucionária dos trabalhadores na altura, mostra hoje a sua cara hedionda.

Em vez disso, há apenas uma alternativa clara, uma solução clara para esta loucura que continua a tomar conta do mundo. Os trabalhadores de todo o mundo devem unir-se numa plataforma internacional e mobilizar-se para a derrota das suas nações como parte do seu objectivo revolucionário de derrubar o capitalismo de uma vez por todas! Os trabalhadores devem opor-se aos esforços de guerra nacionais através de uma estratégia combinada de greves, paragens de trabalho e abrandamentos. Os trabalhadores russos que saem à rua podem parar a chuva infernal sobre os seus camaradas ucranianos, mas apenas se estes, por sua vez, fizerem o mesmo, juntamente com os trabalhadores da China, Taiwan, Níger, Nigéria, Arménia, Azerbaijão, etc. Como a revolução bolchevique nos mostrou, só a organização de massas da classe operária pode constituir uma oposição efectiva à guerra.

Ao mesmo tempo, os seus fracassos demonstram a necessidade de cooperação internacional, uma vez que qualquer revolução localizada está condenada ao fracasso.

O pacifismo e o defensismo, portanto, lubrificam as rodas da máquina de guerra burguesa. Se os trabalhadores escolherem a sua nação como a correcta, aquela pela qual marcharão para lutar ou pela qual actuarão como um braço diplomático, então todos estes esforços apenas produzirão desilusão e a sua própria destruição. Enquanto os trabalhadores permanecerem isolados, nenhuma plataforma de derrotismo revolucionário jamais prevalecerá, por isso é necessário que os trabalhadores se oponham ao pacifismo e ao derrotismo. Nem NATO nem Rússia, contra a guerra, pela guerra de classes!

Klasbatalo

domingo, 10 de Março de 2024

Documentos

2022: Guerra russo-ucraniana

 

Fonte: Contre le pacifisme, pour le défaitisme révolutionnaire! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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