2 de Maio de 2020 Robert Bibeau
Por Luc Michel. Em Geopolitical Daily.
Nós não achamos que o
proletariado internacional se deva preocupar em identificar qual a potência imperialista que compete pela "pole position" hegemónica mundial que produziu o Covid-19.
Mas pensamos que o proletariado internacional deve observar o seu único
adversário, o grande capital internacional, discutir e acusar-se entre eles, e
assim revelar as manigâncias militares, comerciais, financeiras, políticas e sociais
de cada um para sair desta crise económica acentuada pelo confinamento mortal.
Agradecemos a Luc Michel por
compilar estes extractos da comunicação social burguesa sobre essa disputa entre
americanos e chineses. Robert Bibeau.
Editor.
Tom
Cotton, um falcão, senador dos EUA que mantém uma posição firme contra
a China, disse em Janeiro que "o
coronavírus poderia ter vindo de um laboratório na cidade chinesa de Wuhan",
segundo um relatório publicado pelo ” The Middle East News Agency “.
"Esta declaração circulou como um
boato nos Estados Unidos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da
China também sugeriu por seu turno "que as tropas americanas poderiam ter
trazido esse vírus para a China" (2) (3). Donald Trump, que até
então não havia elogiado ou culpado a China, chamou o coronavírus de
"vírus chinês" (Nota do Editor: e mesmo "Kung Flu" )
", escreveu também o " The Middle East News Agency ".
"A via escolhida
pelos Estados Unidos e pela China é perigosa", diz-se em Moscovo.
"Eles devem deixá-la."
Trump foi criticado por suspender a ajuda financeira à Organização Mundial da Saúde
(OMS). Ele acusou "a China e a OMS de adiar o anúncio da disseminação do coronavírus".
A Associated Press informou posteriormente
que "a China não advertiu o mundo sobre a epidemia nos primeiros seis dias
importantes".
A PROPAGANDA
ANTI-CHINESA DE PARIS E WASHINGTON E O REGRESSO DO TEMA « CHINÁFRICA »
Na esteira das agências franco-africanas relançaram em África o
tema da "Chináfrica". E vídeos adulterados começaram a circular
acusando a China de discriminar os africanos. Em África, onde a emoção tem
precedência sobre a análise, muitos pan-africanistas embarcaram no tema, sem perceber
que apoiam uma campanha puramente neo-colonial. O canal chinês CGTN refutou esta
campanha (4).
A campanha, iniciada pela TV dos Neocons (Neo-estupores – Nota do tradutor), a Fox News, também associou a OMS, associada a Bill Gates. Enquanto o verdadeiro confronto, de natureza geopolítica, é: Trump-EUA vs China e OMS ... cujo director é africano, etíope (uma das poucas posições desse tipo mantidas por um africano). E que o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, um aliado próximo de Pequim e pilar da União Africana, é alvo há vários meses de desestabilização regional (ataque, tentativa de golpe, tensões étnicas, chegada de jihadistas) . Mais uma vez a teoria do dominó em acção ...
SOBRE O QUE É QUE ASSENTA A CRÍTICA AMERICANA A PEQUIM?
"Não resta qualquer dúvida de que é necessária uma investigação para determinar a origem do
vírus, mas é ridículo culpar a China por um atraso de seis dias no aviso da
epidemia", escreveu o analista do “Middle East News”. Porque os países ocidentais estavam bem cientes
da ameaça que a epidemia de coronavírus representaria a partir de Janeiro, mas
reagiram seis semanas mais tarde para impedir a propagação da doença, e esta
doença atingiu-os fortemente sobre as
cenas económica e humana ”.
"As relações entre os Estados Unidos e a China não serão mais as mesmas", declarou o “Middle East News “, citando um artigo do "Global Times". "Os Estados Unidos só poderão tolerar a China se esta parar de desenvolver as suas tecnologias avançadas e se concentrar apenas em indústrias de produtos de baixo preço que não podem rivalizar com as fábricas americanas e ocidentais", acrescentou a fonte.
A ARMA BIOLÓGICA NA CONQUISTA DO OESTE CONTRA OS
ÍNDIOS !
Não está escondido a ninguém que os Estados Unidos nunca
hesitaram, ao longo da sua história, em usar armas químicas e biológicas (sem
esquecer a monstruosa arma atómica contra o Japão em 1945), quando sentiu
necessidade de o fazer.
"Um missionário denunciou no século XIX a contaminação
dos índios com a varíola", escreve 'Le Point' (5): "Esse
missionário baptista descreve com horror a maneira pela qual certas empresas
americanas do século XIX espalhavam o vírus para exterminar os índios (… ) Ao
longo dos séculos XVIII e XIX, as epidemias de varíola dizimaram as tribos
indígenas da América do Norte. Esta doença, desconhecida no continente
americano até a chegada de Cristóvão Colombo, não encontra qualquer defesa imunológica entre a população
autóctone. Deve-se-lhes certamente centenas de milhares de mortes, mas também o
quase desaparecimento de várias tribos. Constatando essa vulnerabilidade dos
índios, várias "almas monstruosas" não hesitaram em tirar proveito
disso para propagar o vírus e disso tirar proveito (“limpando” o terreno que
eles ocupavam até então – Nota do tradutor). Vários testemunhos incontestáveis
vão nessa direcção ... ”
CORONAVIRUS, UMA ARMA DESTINADA A MATAR
QUEM ATACA OS INIMIGOS EURO-ASIÁTICOS DOS ESTADOS UNIDOS
"Pequim acredita que o que os Estados Unidos realmente querem é
enfraquecer a China para reduzir a sua rivalidade estratégica com os Estados
Unidos", prossegue o “Middle
East News”. Os dirigentes chineses vêem o seu relacionamento com os Estados
Unidos como uma competição nos campos económico e tecnológico. Mas os Estados
Unidos não parecem aceitar que exista uma ameaça à sua hegemonia no mundo.
Qualquer país que represente uma ameaça aos Estados Unidos é considerado um
inimigo.
O
Covid-19 ataca particularmente
os inimigos euro-asiáticos dos Estados Unidos, a China o adversário geopolítico,
e a UE o adversário económico e financeiro. O coronavírus está a ganhar terreno nos principais países
europeus, como a Alemanha, a Espanha, a França e a Itália, além do Irão e da
China, enquanto a Índia, o Paquistão e a África do Sul, desprovidos de um forte
sistema sanitário, permanecem ao abrigo deste quadro. Qual o motivo? Uma
bizarria? Nem por isso.
Segundo a influente revista 'Rai al-Youm', citando o
jornalista pan-árabe Abdel Bari Atwan (que também trabalha para a BBC) (6), o Covid-19
“ataca paradoxalmente os inimigos de Trump, a China, o Irão e as economias
europeias que se opõem às suas políticas”: 'Um
amigo que faz parte da Associação Internacional de Advogados ligou-me quando
comecei a escrever sobre ataques a bases americanas no Iraque. Ele apontou
algumas coincidências: os países afectados pela epidemia estavam sob a
influência de sanções norte-americanas destinadas a enfraquecer a sua economia
e isso em benefício da dos Estados Unidos”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China
acusou a CIA de propagar o coronavírus através dos seus soldados na cidade de
Wuhan, à qual Trump respondeu chamando o coronavírus de "vírus
chinês" (7). "Mas os chineses
têm razão em exigir uma explicação da Casa Branca e do Congresso sobre o súbito
encerramento dos laboratórios de pesquisa biológica dos militares dos EUA em Fort Detrick no final de 2019",
acrescentou Atwan (8). Segundo o Global Times, "o porta-voz dos laboratórios de Fort Detrick anunciou o seu
encerramento por" razões de segurança nacional "enquanto estavam em
plena pesquisa sobre os vírus do Ebola e
do SARS". O site questiona-se
sobre "como 38.000 pessoas perderam a vida devido a um vírus suspeito,
enquanto Washington tenta fazer crer que morreram de uma gripe".
"O povo chinês alimenta-se de carnes de morcego, cães e
ratos há milhares de anos", prossegue Atwan. Mas o coronavírus do qual os morcegos
estariam na origem, não tinham até agora
matado ninguém, o que prova que ele não pode ser transmitido aos seres humanos
por múltiplas razões. E chegamos à pergunta fatídica. Por que é que a Alemanha, a Espanha, a França,a Itália, o Irão e a China são os países mais
afectados pelo coronavírus, enquanto a Índia, o Paquistão e a África do Sul
estão ao seu abrigo? A resposta é simples: os países afectados não
compartilham das mesmas opiniões do governo Trump, especialmente porque estão
envolvidos numa guerra comercial ou político-militar que lhes valeu sanções americanas ".
ENTÃO, ESSE VÍRUS É CHINÊS OU AMERICANO?
"Então esse vírus é chinês ou americano?, interroga-se finalmente o
jornalista palestino. Tendemos a acreditar nas afirmações dos chineses
porque a administração Trump não é a parte em que possamos confiar. No apoio a
essa alegação, o plano de Donald Trump para monopolizar uma empresa alemã que
está prestes a produzir uma vacina para o coronavírus. O governo alemão disse um grande "não" a esse pedido fascista dos
EUA, um sinal de que a Europa às vezes pode dizer não aos americanos. Atrevo-me
a pensar que os laços transatlânticos não sairiam intactos desse negócio ".
Não é surpresa para ninguém que os Estados Unidos nunca hesitaram ao longo da sua história, em usar armas químicas e biológicas, quando sentiu necessidade disso: face aos nativos, durante a Guerra Civil Americana, no Vietname, no Iraque e, finalmente, na Síria. Esses antecedentes pouco claros permitem-nos questionar se o coronavírus foi criado nos laboratórios americanos no quadro de uma guerra biológica.
“Os retrovírus são vírus de RNA de uma cadeia simples de
polaridade positiva. O vírus HIV é um exemplo. A engenharia genética é capaz de
manipular um retrovírus em laboratório para acelerar o ritmo da propagação. ” A
ideia que sugere o nascimento de uma pandemia devido à mutação de uma mosca do
vinagre ou de um rato de laboratório é "tão simplista quanto a mutação de
um retrovírus". "As pesquisas
realizadas pelos Estados Unidos para manipular retrovírus de morcegos, a fim de
adaptá-los ao genoma de um ser humano; aqui estão os factores que sugerem que o
coronavírus foi criado em laboratório ”.
Segundo
relatos, elaborados por fontes da
indústria médica que fizeram parte dos estudos sobre o Covid-19, "as características do novo coronavírus
(mutação rápida, enfraquecimento gradual etc.) provam que o vírus foi criado em
laboratório". As pessoas infectadas
pelo coronavírus que se curam sofrerão sempre problemas nos seus pulmões e
arriscam mesmo ainda terão problemas nos pulmões e arriscam contrair cancro.
Teoricamente falando, o novo coronavírus é uma óptima opção para o uso de uma
arma biológica. Primeiro, é um vírus que ataca o sistema respiratório, o que
lhe permite espalhar-se de forma rápida e eficiente. Segundo, porque o período
de incubação do coronavírus é bastante longo. Terceiro, porque o coronavírus
suprime qualquer reacção do sistema imunológico assim que entra no corpo.
As « teorias da conspiração »
são demasiado fáceis de refutar. Muito
mais do que uma “conspiração atlântica », anti-chinesa e anti-russa que
surgiu com a pandemia (9).
Tudo isso responde, portanto, a acusações específicas contra a origem da
pandemia: uma arma biológica lançada em Wuhan pelo Exército dos EUA. A
comunicação social às ordens da OTAN envolvem a acusação numa espécie ... de boletim: "teorias da
conspiração" é o seu único argumento. Mas desta vez escapou-lhes um
detalhe, os acusadores não são jornalistas franceses marginais ou americanos da
"franja lunática". Estes são o Ministério das Relações Exteriores da
China, o embaixador francês em Paris ou mesmo a diplomacia iraniana, sem
mencionar os generais russos especializados em guerra biológica! No entanto, a
grande comunicação social americana e europeia rejeita categoricamente qualquer
hipótese sobre o carácter artificial do coronavírus.
NOTAS
E REMISSÕES
(1) Cfr. sur UC MICHEL’S GEOPOLITICAL
DAILY :
* GEOPOLITIQUE DU CORONAVIRUS
(IV):
COMMENT LA PANDEMIE PROVOQUE LA
CHUTE ET LA ‘TIERS-MONDISATION’ DU PREMIER MONDE OCCIDENTAL !?
* Et : UN SIECLE APRES
SPENGLER ‘LE DECLIN DE L’OCCIDENT’ SE PRECIPITE (LA CHUTE DU PREMIER MONDE
OCCIDENTAL II)
(2) Cfr. LUC MICHEL’S
GEOPOLITICAL DAILY/
A PEKIN, TEHERAN, MOSCOU ON
ACCUSE : LE CORONAVIRUS COVID-19 EST UNE ‘BIO-ARME’ AMERICAINE !
(3) Cfr. LUC MICHEL’S
GEOPOLITICAL DAILY/
DOCUMENT: COVID-19 ET EXERCICE
‘EVENT 201’. L’AMBASSADE DE CHINE A PARIS ACCUSE LES USA !
(4) QUE PENSER DE LA PROPAGANDE
ANTI-CHINOISE ? CGTN INTERVIEWE D’UN HOMME D’AFFAIRES AFRICAIN EN CHINE
Les mesures de quarantaine prises
par la Chine pour faire face à l’augmentation des cas importés ont engendré des
accusations de xénophobie et de discrimination raciale. La journaliste de CGTN
a discuté avec un homme d’affaires africain en Chine pour voir comment il
perçoit ces allégations.
(5) Voir sur :
(6) Je vous parle souvent ‘Rai
Al-Youm’, quotidien en ligne basé à Londres.
Ce site panarabe a été créé à
Londres en septembre 2013 par le journaliste Abdel Bari Atwan, ancien directeur
du quotidien Al-Quds Al-Arabi. “L’opinion d’aujourd’hui” se veut nationaliste
arabe, antisaoudien et antisioniste.
(7) Cfr. 2 supra
(8) Cfr. 3 supra
(9) Cfr. LUC MICHEL’S GEOPOLITICAL DAILY/
QUELS SONT LES SCENARIOS
GEOPOLITIQUES POUR L’APRES-PANDEMIE DU CORONAVIRUS ?
(Sources : Rai Al-Youm –
Global Times – Middle East News – CGTN – Le Point – EODE Think Tank)
LUC MICHEL (ЛЮК МИШЕЛЬ) & EODE
ENTÃO, ESSE VÍRUS É CHINÊS OU AMERICANO?
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