segunda-feira, 4 de maio de 2020

COVID-19. QUEM ESTÁ NA ORIGEM? A CHINA OU OS EUA?



 2 de Maio de 2020 Robert Bibeau  
Por Luc Michel. Em  Geopolitical Daily.


Nós não achamos que o proletariado internacional se deva preocupar em identificar qual a potência  imperialista que compete pela "pole position" hegemónica mundial que produziu o Covid-19. Mas pensamos que o proletariado internacional deve observar o seu único adversário, o grande capital internacional, discutir e acusar-se entre eles, e assim revelar as manigâncias militares, comerciais, financeiras, políticas e sociais de cada um para sair desta crise económica acentuada pelo confinamento mortal. Agradecemos a Luc Michel por compilar estes extractos da comunicação social burguesa sobre essa disputa entre americanos e chineses. Robert Bibeau. Editor.




Tom Cotton, um falcão, senador dos EUA que mantém uma posição firme contra a China, disse em Janeiro que "o coronavírus poderia ter vindo de um laboratório na cidade chinesa de Wuhan", segundo um relatório publicado pelo ” The Middle East News Agency “. "Esta declaração circulou como um boato nos Estados Unidos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China também sugeriu por seu turno "que as tropas americanas poderiam ter trazido esse vírus para a China" (2) (3). Donald Trump, que até então não havia elogiado ou culpado a China, chamou o coronavírus de "vírus chinês" (Nota do Editor: e mesmo "Kung Flu" ) ", escreveu também o " The Middle East News Agency ".

"A via escolhida pelos Estados Unidos e pela China é perigosa", diz-se em Moscovo. "Eles devem deixá-la." Trump foi criticado por suspender a ajuda financeira à Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele acusou "a China e a OMS de adiar o anúncio da disseminação do coronavírus". A Associated Press informou posteriormente que "a China não advertiu o mundo sobre a epidemia nos primeiros seis dias importantes".

 A PROPAGANDA ANTI-CHINESA DE PARIS E WASHINGTON E O REGRESSO DO TEMA « CHINÁFRICA »
Na esteira das agências franco-africanas relançaram em África o tema da "Chináfrica". E vídeos adulterados começaram a circular acusando a China de discriminar os africanos. Em África, onde a emoção tem precedência sobre a análise, muitos pan-africanistas embarcaram no tema, sem perceber que apoiam uma campanha puramente neo-colonial. O canal chinês CGTN refutou esta campanha (4).

A campanha, iniciada pela TV dos Neocons (Neo-estupores – Nota do tradutor), a Fox News, também associou a OMS, associada a Bill Gates. Enquanto o verdadeiro confronto, de natureza geopolítica, é: Trump-EUA vs China e OMS ... cujo director é africano, etíope (uma das poucas posições desse tipo mantidas por um africano). E que o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, um aliado próximo de Pequim e pilar da União Africana, é alvo há vários meses de desestabilização regional (ataque, tentativa de golpe, tensões étnicas, chegada de jihadistas) . Mais uma vez a teoria do dominó em acção ...

SOBRE O QUE É QUE ASSENTA A CRÍTICA AMERICANA A PEQUIM?

 "Não resta qualquer dúvida de que é necessária uma investigação para determinar a origem do vírus, mas é ridículo culpar a China por um atraso de seis dias no aviso da epidemia", escreveu o analista do “Middle East News”. Porque os países ocidentais estavam bem cientes da ameaça que a epidemia de coronavírus representaria a partir de Janeiro, mas reagiram seis semanas mais tarde para impedir a propagação da doença, e esta doença atingiu-os  fortemente sobre as cenas económica e humana ”.

"As relações entre os Estados Unidos e a China não serão mais as mesmas", declarou o “Middle East News “, citando um artigo do "Global Times". "Os Estados Unidos só poderão tolerar a China se esta parar de desenvolver as suas tecnologias avançadas e se concentrar apenas em indústrias de produtos de baixo preço que não podem rivalizar com as fábricas americanas e ocidentais", acrescentou a fonte.

A ARMA BIOLÓGICA NA CONQUISTA DO OESTE CONTRA OS ÍNDIOS !

Não está escondido a ninguém que os Estados Unidos nunca hesitaram, ao longo da sua história, em usar armas químicas e biológicas (sem esquecer a monstruosa arma atómica contra o Japão em 1945), quando sentiu necessidade de o fazer.

"Um missionário denunciou no século XIX a contaminação dos índios com a varíola", escreve 'Le Point' (5): "Esse missionário baptista descreve com horror a maneira pela qual certas empresas americanas do século XIX espalhavam o vírus para exterminar os índios (… ) Ao longo dos séculos XVIII e XIX, as epidemias de varíola dizimaram as tribos indígenas da América do Norte. Esta doença, desconhecida no continente americano até a chegada de Cristóvão Colombo, não encontra qualquer  defesa imunológica entre a população autóctone. Deve-se-lhes certamente centenas de milhares de mortes, mas também o quase desaparecimento de várias tribos. Constatando essa vulnerabilidade dos índios, várias "almas monstruosas" não hesitaram em tirar proveito disso para propagar o vírus e disso tirar proveito (“limpando” o terreno que eles ocupavam até então – Nota do tradutor). Vários testemunhos incontestáveis ​​vão nessa direcção ... ”

CORONAVIRUS, UMA ARMA DESTINADA A MATAR QUEM ATACA OS INIMIGOS EURO-ASIÁTICOS DOS ESTADOS UNIDOS

"Pequim acredita que o que os Estados Unidos realmente querem é enfraquecer a China para reduzir a sua rivalidade estratégica com os Estados Unidos", prossegue o “Middle East News”. Os dirigentes chineses vêem o seu relacionamento com os Estados Unidos como uma competição nos campos económico e tecnológico. Mas os Estados Unidos não parecem aceitar que exista uma ameaça à sua hegemonia no mundo. Qualquer país que represente uma ameaça aos Estados Unidos é considerado um inimigo.

O Covid-19  ataca particularmente os inimigos euro-asiáticos dos Estados Unidos, a China o adversário geopolítico, e a UE o adversário económico e financeiro. O coronavírus está  a ganhar terreno nos principais países europeus, como a Alemanha, a Espanha, a França e a Itália, além do Irão e da China, enquanto a Índia, o Paquistão e a África do Sul, desprovidos de um forte sistema sanitário, permanecem ao abrigo deste quadro. Qual o motivo? Uma bizarria? Nem por isso.
Segundo a influente revista 'Rai al-Youm', citando o jornalista pan-árabe Abdel Bari Atwan (que também trabalha para a BBC) (6), o Covid-19 “ataca paradoxalmente os inimigos de Trump, a China, o Irão e as economias europeias que se opõem às suas políticas”: 'Um amigo que faz parte da Associação Internacional de Advogados ligou-me quando comecei a escrever sobre ataques a bases americanas no Iraque. Ele apontou algumas coincidências: os países afectados pela epidemia estavam sob a influência de sanções norte-americanas destinadas a enfraquecer a sua economia e isso em benefício da dos Estados Unidos”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China acusou a CIA de propagar o coronavírus através dos seus soldados na cidade de Wuhan, à qual Trump respondeu chamando o coronavírus de "vírus chinês" (7). "Mas os chineses têm razão em exigir uma explicação da Casa Branca e do Congresso sobre o súbito encerramento dos laboratórios de pesquisa biológica dos militares dos EUA em Fort Detrick no final de 2019", acrescentou Atwan (8). Segundo o Global Times, "o porta-voz dos laboratórios de Fort Detrick anunciou o seu encerramento por" razões de segurança nacional "enquanto estavam em plena pesquisa sobre os  vírus do Ebola e do SARS". O site questiona-se sobre "como 38.000 pessoas perderam a vida devido a um vírus suspeito, enquanto Washington tenta fazer crer que morreram de uma gripe".

"O povo chinês alimenta-se de carnes de morcego, cães e ratos há milhares de anos", prossegue Atwan. Mas o coronavírus do qual os morcegos estariam na origem,  não tinham até agora matado ninguém, o que prova que ele não pode ser transmitido aos seres humanos por múltiplas razões. E chegamos à pergunta fatídica. Por que é que a Alemanha, a Espanha, a França,a  Itália, o Irão e a China são os países mais afectados pelo coronavírus, enquanto a Índia, o Paquistão e a África do Sul estão ao seu abrigo? A resposta é simples: os países afectados não compartilham das mesmas opiniões do governo Trump, especialmente porque estão envolvidos numa guerra comercial ou político-militar que lhes valeu sanções   americanas ".

ENTÃO, ESSE VÍRUS É CHINÊS OU AMERICANO?

"Então esse vírus é chinês ou americano?, interroga-se finalmente o jornalista palestino. Tendemos a acreditar nas afirmações dos chineses porque a administração Trump não é a parte em que possamos confiar. No apoio a essa alegação, o plano de Donald Trump para monopolizar uma empresa alemã que está prestes a produzir uma vacina para o coronavírus. O governo alemão disse um grande  "não" a esse pedido fascista dos EUA, um sinal de que a Europa às vezes pode dizer não aos americanos. Atrevo-me a pensar que os laços transatlânticos não sairiam intactos desse negócio  ".
 
Não é surpresa para ninguém que os Estados Unidos nunca hesitaram ao longo da sua história, em usar armas químicas e biológicas, quando sentiu necessidade disso: face aos nativos, durante a Guerra Civil Americana, no Vietname, no Iraque e, finalmente, na Síria. Esses antecedentes pouco claros permitem-nos questionar se o coronavírus foi criado nos laboratórios americanos no quadro de uma guerra biológica.
“Os retrovírus são vírus de RNA de uma cadeia simples de polaridade positiva. O vírus HIV é um exemplo. A engenharia genética é capaz de manipular um retrovírus em laboratório para acelerar o ritmo da propagação. ” A ideia que sugere o nascimento de uma pandemia devido à mutação de uma mosca do vinagre ou de um rato de laboratório é "tão simplista quanto a mutação de um retrovírus". "As pesquisas realizadas pelos Estados Unidos para manipular retrovírus de morcegos, a fim de adaptá-los ao genoma de um ser humano; aqui estão os factores que sugerem que o coronavírus foi criado em laboratório ”.

Segundo relatos,  elaborados por fontes da indústria médica que fizeram parte dos estudos sobre o Covid-19, "as características do novo coronavírus (mutação rápida, enfraquecimento gradual etc.) provam que o vírus foi criado em laboratório".  As pessoas infectadas pelo coronavírus que se curam sofrerão sempre problemas nos seus pulmões e arriscam mesmo ainda terão problemas nos pulmões e arriscam contrair cancro. Teoricamente falando, o novo coronavírus é uma óptima opção para o uso de uma arma biológica. Primeiro, é um vírus que ataca o sistema respiratório, o que lhe permite espalhar-se de forma rápida e eficiente. Segundo, porque o período de incubação do coronavírus é bastante longo. Terceiro, porque o coronavírus suprime qualquer reacção do sistema imunológico assim que entra no corpo.
As « teorias da conspiração » são demasiado fáceis de refutar. Muito mais do que uma “conspiração atlântica », anti-chinesa e anti-russa que surgiu com a pandemia (9).
Tudo isso responde, portanto,  a acusações específicas contra a origem da pandemia: uma arma biológica lançada em Wuhan pelo Exército dos EUA. A comunicação social às ordens da OTAN envolvem a acusação numa espécie  ... de boletim: "teorias da conspiração" é o seu único argumento. Mas desta vez escapou-lhes um detalhe, os acusadores não são jornalistas franceses marginais ou americanos da "franja lunática". Estes são o Ministério das Relações Exteriores da China, o embaixador francês em Paris ou mesmo a diplomacia iraniana, sem mencionar os generais russos especializados em guerra biológica! No entanto, a grande comunicação social americana e europeia rejeita categoricamente qualquer hipótese sobre o carácter artificial do coronavírus.



NOTAS E REMISSÕES

(1) Cfr. sur UC MICHEL’S GEOPOLITICAL DAILY :
* GEOPOLITIQUE DU CORONAVIRUS (IV):
COMMENT LA PANDEMIE PROVOQUE LA CHUTE ET LA ‘TIERS-MONDISATION’ DU PREMIER MONDE OCCIDENTAL !?
* Et : UN SIECLE APRES SPENGLER ‘LE DECLIN DE L’OCCIDENT’ SE PRECIPITE (LA CHUTE DU PREMIER MONDE OCCIDENTAL II)

(2) Cfr. LUC MICHEL’S GEOPOLITICAL DAILY/
A PEKIN, TEHERAN, MOSCOU ON ACCUSE : LE CORONAVIRUS COVID-19 EST UNE ‘BIO-ARME’ AMERICAINE !

(3) Cfr. LUC MICHEL’S GEOPOLITICAL DAILY/
DOCUMENT: COVID-19 ET EXERCICE ‘EVENT 201’. L’AMBASSADE DE CHINE A PARIS ACCUSE LES USA !

(4) QUE PENSER DE LA PROPAGANDE ANTI-CHINOISE ? CGTN INTERVIEWE D’UN HOMME D’AFFAIRES AFRICAIN EN CHINE
Les mesures de quarantaine prises par la Chine pour faire face à l’augmentation des cas importés ont engendré des accusations de xénophobie et de discrimination raciale. La journaliste de CGTN a discuté avec un homme d’affaires africain en Chine pour voir comment il perçoit ces allégations.

(5) Voir sur :

(6) Je vous parle souvent ‘Rai Al-Youm’, quotidien en ligne basé à Londres.
Ce site panarabe a été créé à Londres en septembre 2013 par le journaliste Abdel Bari Atwan, ancien directeur du quotidien Al-Quds Al-Arabi. “L’opinion d’aujourd’hui” se veut nationaliste arabe, antisaoudien et antisioniste.

(7) Cfr. 2 supra

(8) Cfr. 3 supra

(9) Cfr. LUC MICHEL’S GEOPOLITICAL DAILY/
QUELS SONT LES SCENARIOS GEOPOLITIQUES POUR L’APRES-PANDEMIE DU CORONAVIRUS ?

(Sources : Rai Al-Youm – Global Times – Middle East News – CGTN – Le Point – EODE Think Tank)

LUC MICHEL (ЛЮК МИШЕЛЬ) & EODE






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