Independentemente de se conhecer o conteúdo das cartas que
Seguro endereçou a Christine Lagarde, presidente do FMI e ao Banco Central
Europeu – conteúdo zelosamente escondido do povo -, o que é relevante denunciar
é a aceitação por parte do secretário-geral do PS, e sua pandilha, de que,
afinal, quem manda nos destinos de Portugal e dita as medidas terroristas e
fascistas que têm sido aplicadas sobre os trabalhadores e o povo português, é a
tróica germano-imperialista e as organizações que os seus interesses defendem,
tornando-se, pois, necessário, este seu prestar de vassalagem ao invasor e
colonizador.
Aliás, o paradigma do comportamento político do PS e seus
congéneres europeus, desde François Hollande até ao recentemente eleito
Bersani, líder de uma suposta frente de “centro esquerda”, em Itália, tem sido
sempre o mesmo. Isto é, face ao crescente descontentamento e revolta popular,
sobretudo a nível dos países do sul da Europa, aparecem estes bombeiros do
capital, cuja tarefa é a de abafar e apagar o fogo dessa contestação e luta, a afirmar qualquer coisa como o seguinte: existe
dívida, logo tem de ser paga, pelo povo, mas em prestações suaves e com uma
carga fiscal “menos dolorosa”!
A velha história do polícia “bom” e do polícia mau! Porque
se deve, a quem se deve e quanto se deve, continua a ser escamoteado pois esta
gente sabe que, no dia em que o povo tiver uma resposta cabal a estas questões
se recusará, em definitivo, a pagar uma dívida que não contraiu, uma dívida da
qual em nada – pelo contrário – beneficiou.
Sempre foi de importância estratégica fundamental que se
separassem as águas entre aqueles que defendem o fim e a expulsão da tróica do
nosso país, daqueles que aceitam o protagonismo, a liderança e os ditames que a
mesma impõe aos trabalhadores e ao povo português. E essa separação de águas é
tanto mais necessária quando Seguro e o PS, numa tentativa vã de cavalgar o descontentamento
popular, pretendem retirar dividendos políticos, mormente apelando para uma
ampla participação na manifestação sob a égide “Que se Lixe a Tróica” a ocorrer
no próximo dia 2 de Março em várias cidades do país.
Desiluda-se Seguro. Ninguém se deixará “encantar” pelo seu
canto de sereia. Serão bem vindos, porque é seu dever e corresponde aos seus
interesses estarem presentes, os militantes e simpatizantes do PS, esses sim
verdadeiramente empenhados na luta contra as políticas e programa impostos pela
tróica germano-imperialista. Esses sim, empenhados na luta pelo derrube deste
governo de serventuários PSD/CDS, na expulsão da tróica germano-imperialista do
nosso país, na suspensão do pagamento da dívida e dos juros e na constituição
de um governo democrático patriótico.
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